O P. Arturo Sosa dirigiu esta manhã uma carta a todos os jesuítas e a todas as pessoas que colaboram com esta ordem religiosa nas suas diferentes ações e instituições.“Partilhar o sofrimento das vítimas de abusos e promover uma cultura de proteção” é o mote que inspira esta carta com que o Geral dos jesuítas quis associar-se à recente iniciativa do Papa Francisco de se dirigir a todo o povo de Deus, pedindo uma conversão pessoal e comunitária que erradique da Igreja a cultura que permitiu a sistemática prática e ocultamento de crimes de abuso sexual.
O P. Arturo Sosa recorda aos jesuítas e seus colaboradores que a Congregação Geral 36 deu como mandato a toda à Companhia a “promoção de uma cultura coerente de proteção e segurança para todos menores e adultos em situação de vulnerabilidade.” O Geral dos jesuítas entende que a recente missiva do Papa reforça este mandato e recordada que “será sempre pouco o que façamos para pedir perdão.” É necessário, segundo o P. Sosa, ir mais além das políticas de “tolerância zero” e encontrar os meios necessários para “gerar mudanças nas estruturas sociais que provocaram” os abusos.
“Será sempre pouco o que façamos para pedir perdão.”
Nesse sentido, é necessário que se assuma nos diversos lugares em que a Companhia de Jesus se encontra um “estilo orante e penitente”, de forma a que se crie a disposição interior necessária para encontrar “compromissos apostólicos e formas criativas de promover uma cultura de proteção dos menores e pessoas vulneráveis”. Este pedido reitera o que já antes fora exigido pelo anterior Geral dos Jesuítas, o P. Adolfo Nicolás, que, numa carta dirigida aos jesuítas em maio de 2015, lhes pedia que se comprometessem na erradicação deste mal.
É necessário que se criem compromissos apostólicos e formas criativas de promover uma cultura de proteção dos menores e pessoas vulneráveis.
O Geral da Companhia de Jesus termina a sua carta convidando os seus companheiros e colaboradores a pedir ao Senhor que sintam “grande dor e vergonha” pelo sofrimento causado por tantos abusos. Pede ainda o empenho sério para que haja uma “real conversão pessoal e institucional” que permita “não desanimar no esforço de promover uma cultura de vida em que todos os seres humanos possam encontrar, proteção, justiça e condições para uma vida digna.”