Os novos cardeais jesuítas

Dos treze novos cardeais criados pelo Papa Francisco, três são jesuítas. Jean-Claude Hollerich é arcebispo do Luxemburgo, Michael Czerny tem-se dedicado à questão dos migrantes e Sigitas Tamkevičius é Arcebispo Emérito de Kaunas (Lituânia).

D. Jean-Claude Hollerich é Arcebispo de Luxemburgo e como jesuíta estava ligado à Província do Japão, onde foi missionário antes de ser nomeado Arcebispo de Luxemburgo. Esta experiência marcou a sua aproximação e abertura às várias tradições religiosas. É presidente da Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia desde março de 2018.

D. Michael Czerny, sendo natural da República Checa, como jesuíta estava ligado à Província do Canadá. É atualmente Subsecretário da Secção dos Migrantes do Dicastério ao serviço do desenvolvimento humano integral;

No seu serviço à missão da Companhia de Jesus e da Igreja a nível internacional, Michael Czerny têm-se dedicado especialmente a projetos ligados à área social. Foi um dos que se ofereceu para substituir os mártires jesuítas de El Salvador na Universidade Jesuíta de San Salvador. Foi Secretário do Secretariado para a Justiça Social na Cúria Geral dos jesuítas, criou a Rede Jesuíta Africana para prevenção da SIDA (AJAN) e trabalhou no Pontifício Conselho para a Justiça e Paz, antes de assumir a sua atual  missão no dicastério para o serviço do desenvolvimento integral. Foi também nomeado Secretário do Sínodo sobre a Região Pan-Amazónica que tem início amanhã.

Como se pode ver na imagem, a sua cruz peitoral é feita de madeira de um barco usado pelos migrantes para atravessar o Mediterrâneo.

D. Sigitas Tamkevičius, Arcebispo Emérito de Kaunas (Lituânia) tem mais de 80 anos e como tal não será eleitor num próximo conclave. A sua nomeação como cardeal fica a dever-se ao seu significativo serviço à Igreja. Foi perseguido, enviado para um campo de trabalhos forçados e exilado na Sibéria quando a Lituânia estava sob domínio soviético. Tendo sido ordenado como sacerdote diocesano, entrou na Companhia de Jesus em 1968, numa altura em que era ilegal entrar numa ordem religiosa. Protestava contra a discriminação feita pelas autoridades civis daquela época. Foi Arcebispo de Kaunas, na Lituânia, de 1996 a 2015.

Hoje, depois de lhe impor o barrete cardinalício, o Papa Francisco emocionou-se. Veja aqui a fotografia da Agência Ecclesia.

Notícia escrita a partir desta informação.