No passado dia 12 de abril, nas instalações do Centro Universitário Padre António Vieira (CUPAV), realizou-se a VIII Assembleia Social Inaciana, onde se reuniram as diversas Obras Apostólicas ligadas à Companhia de Jesus ou da própria Companhia com atuação na área social e ecologia.
O dia começou inspirado pela expressiva interpretação e declamação de alguns poemas pela atriz Lídia Franco. Logo de seguida, Mariana Rozeira – coordenadora da Comissão do Apostolado Social (CAS) – deu as boas vindas a toda a assembleia.
Seguidamente, a coordenadora provincial do Serviço de Proteção e Cuidado (SPC), Sofia Marques, guiou os participantes num exercício de tomada de consciência da atuação e/ou não atuação, de cada um, nas suas Obras. Alicerçada na parábola do Bom Samaritano (Lc 10, 29-37), alertou para “o passar ao lado” de situações que são identificadas no quotidiano e a indiferença perante as mesmas; questionou possíveis causas para esse comportamento e ainda propôs a reflexão acerca do impacto destas atitudes naqueles que por elas são afetados (utentes, alunos, colegas, etc). Terminou focando no como se sentirá o ferido da parábola quando é cuidado, ecoando “vai e faz o mesmo”.
No momento intitulado “Missão Partilhada”, Susana Réfega – diretora executiva do Movimento Laudato Si’ – convidou todos os presentes a descobrir e a encarar as “suas” obras/ as suas missões como incorporadas numa só missão, que é partilhada. Recordou que é-se chamado(a) à missão por Deus e que com Ele também esta é partilhada: Ele é participante! Foram identificadas algumas dificuldades no trabalho em colaboração entre obras e possíveis “passos” para as superar. Reforçou-se a importância do trabalho “em rede” na medida em que este permite criar laços com nós que não prendem, mas que dão suporte e estrutura, permitindo, assim, avançar e crescer. A existência de discórdia e diversidade, que surgem neste trabalho em rede, podem ser um contributo positivo – estimulantes de criação e de pensamento crítico – se colocados ao serviço do bem comum. A missão partilhada permite contagiar e influenciar decisões, favorecendo deste modo o exercício de uma advocacia profética, onde denunciar o pecado estrutural de diferentes organizações e propor soluções se revela fundamental. Finalizou lembrando D. Tonino Bello: “Não podemos limitar-nos a esperar, devemos organizar a esperança”.
Exatamente com a tónica de “organizar a esperança” e pegando nessas palavras, o P. Miguel Almeida, sj, Provincial da Província Portuguesa da Companhia de Jesus, tomou a palavra para explorar o Plano Apostólico da Província Portuguesa 2024-2029 (PAP) com todos os participantes, esclarecendo a necessidade da sua existência e a atitude a fomentar ao estudá-lo. No fim, lançou a todas as obras ali representadas o desafio de reconhecer, a partir do PAP, quais as preferências e objetivos específicos que mais se identificam com a sua realidade, assumindo o compromisso de fazer caminho para as/os concretizar.
Depois de uma manhã intensa de conteúdos e da fotografia de grupo após o almoço, à tarde foi proposto um tempo para reflexão acerca das conquistas e dos insucessos relativos aos compromissos feitos na Assembleia do ano anterior. Em grupos formados por elementos de diferentes obras, foram partilhadas e escutadas as diferentes análises, levando a um compromisso individual, a que cada um se propôs realizar. Depois deste trabalho, todos se reuniram para um plenário final de recolha das diferentes reflexões, seguida da avaliação do dia.
A VIII Assembleia Social Inaciana terminou com a celebração da missa, presidida pelo P. Lourenço Eiró, sj.
Fotografias: Humberto Martins