15 Mai 2023 | Notícia
Viver, Pressa, Crescer.
Como viver sem pressa?… Viver para crescer…ou crescer para viver?
Algumas perguntas que nos vão ocupando o pensamento e, à medida que ficamos mais velhos, com maior frequência surgem, porque não deixamos de viver e muito menos de crescer.
No mês de abril iniciei a minha carreira profissional e não estava à espera de um impacto tão grande. E o grande desafio – de iniciarmos funções onde tudo é novo – deixa-nos desamparados, porque sentimos que não estamos a ter controlo sobre nenhuma tarefa ou assunto e, por mais que queiramos à força uma independência em relação aos nossos superiores, somos limitados em conhecimento e experiências. Achava eu que poderia executar ao ritmo do crescimento da vinha, da batata, da amêndoa ou da azeitona – a seu ritmo e a depender do clima.
Quando sentimos que não estamos a ter controlo sobre as nossas funções, surgem frustrações e precisamos de nos vigiar para identificarmos sinais. Até que nos lembramos da frase mágica: “não nascemos ensinados”. E quando tomamos consciência desta máxima, tomamos também consciência de que ninguém espera que saibamos tudo logo à partida e, muito menos, que consigamos executá-las sozinhos e de forma perfeita. Ao que parece, neste processo estamos a crescer. E tudo isto é vida!
Finalmente, a primeira questão torna-se premissa: é urgente vivermos sem pressa. A pressa é consciente, mas não racional. A consciência de que temos muito para fazer é importante, mas torna-se irracional quando julgamos que temos de fazer tudo no momento. Pára, respira, vai por passos! Torna-te consciente das tarefas que tens para fazer – e também da forma como vais aprender a executá-las – e vai calmamente realizando cada uma. Isto é planear.
Nestes 24 anos de vida, aprendi que que devemos priorizar o brio e a qualidade, não a quantidade. E o brio exige imediatamente que vivamos sem pressa.
Num campo de Gambozinos como animadora, tive de preparar um peddy paper pela cidade de Tomar com outras duas animadoras. Preparámos o jogo à distância da cidade e ainda a alguns meses do campo. Eu era quem conhecia melhor a cidade e acreditava que a atividade estava bem preparada. Poucas horas antes do jogo começar, fui colocar as pistas nos diferentes locais da cidade, juntamente com a equipa de preparação e o meu irmão. Nesse momento entrei em pânico, pois apercebi-me de que o jogo não estava bem pensado e que teria merecido mais dedicação, brio e planeamento… e ainda recebi um sermão do meu irmão! Acabámos por conseguir adaptar o jogo sem que os Gambozinos se apercebessem. Aprendi que, se não temos a certeza de que a tarefa está controlada, então é preciso dedicar mais tempo e planear bem… sem pressa! Serviu-me para a vida e cresci muito! Ainda hoje utilizo este exemplo como premissa para muitos trabalhos e tarefas que tenho de planear.
Afinal vivemos para crescer! Pela mesma e simples razão de que “só falha quem tenta”, só cresce quem vive, pois primeiro estamos cá para viver e, com as experiências, crescemos.
Maria Mina
15 Mai 2023 | Notícia
O sentinela permanece vigilante no cimo das ameias do castelo, atento ao horizonte, para quando vir o inimigo aproximar-se, alertar as tropas para defenderem o seu castelo; o guarda-noturno faz rondas durante a noite vigiando o local que está à sua responsabilidade e, quando vê chegar o ladrão, avisa as autoridades; o segurança vigia a loja, atento a quem vem para roubar e quando vê alguém a sair sem pagar, alerta a polícia.
Jesus convida-nos a vigiar o nosso coração, o nosso interior. Há muitas tentações na nossa vida que nos querem “assaltar”, roubando-nos a paz, a alegria, a serenidade. Frequentemente, isso acontece sem nos darmos conta. A tentação de nos desviarmos do caminho de Deus e do amor vem ter connosco de muitas formas: conforto, prazer, comodismo, egoísmo… Somos tentados e atraídos para o que nos apetece, o que brilha, o que sabe bem. Num primeiro momento, até parece atrativo e interessante. Santo Inácio fala na “tentação com aparência de bem”. Mas depois, quando já nos desviámos, ficamos tristes e desanimados.
A oração é o melhor vigilante, guarda-noturno e segurança do nosso coração! Mantém-nos ligados a Deus e ao Evangelho, mantém-nos alerta para tudo aquilo que vem disfarçado de bem, mas, na realidade, nos vai fazer mal. Jesus convida-nos a orar sempre, todos os dias, para protegermos o castelo do nosso interior e estarmos sempre atentos às escolhas diárias que fazemos. O Exame de consciência, no final do dia, é uma ótima forma de vigilância. Conserva-nos firmes nos critérios de Deus, alinhados com a moral cristã, na felicidade maior que Jesus nos propõe: “Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei”. Só uma vida por amor é garantia da paz profunda do coração. E essa paz tem de ser protegida e defendida diariamente.
Lourenço Eiró, sj
7 Nov 2022 | Notícia
Este ano letivo, os Gambozinos escolheram como tema do ano, a trabalhar em todos os grupos e atividades, “uma só coisa é necessária”. A frase é tirada de uma passagem do Evangelho de S. Lucas (Lc 10, 38-42), onde Jesus vai jantar a casa dos seus amigos Marta e Maria. Estando Jesus na sala a conversar com Maria, que O escuta com atenção, Marta, sua irmã, vem dizer-Lhe que diga a Maria que a venha ajudar. Jesus responde a Marta que ela anda um pouco descentrada, e que uma só coisa é necessária. Jesus diz ainda que Maria escolheu a melhor parte. Aquilo que é mais importante e necessário nas nossas vidas é escutar Jesus! Maria tinha escolhido isso pois percebeu que era essencial na sua vida.
Os Gambozinos, participantes e animadores, também precisam de escutar Jesus. Como Movimento, precisamos de voltar ao que é mais necessário nas nossas vidas, que é a nossa relação com Deus. Claro que não O temos aqui presente, fisicamente, mas podemos escutá-Lo através da nossa oração pessoal, no silêncio. Precisamos de aprender e crescer na nossa forma de rezar, de estar com Jesus, que fala ao nosso coração quando Lhe prestamos atenção. S. Inácio ensina-nos a fazer silêncio, a meditar, contemplar e deixar-nos tocar pelas palavras de Jesus. Ensina-nos também, no Exame de consciência, a rever o nosso dia com os olhos de Deus, agradecendo, louvando e pedindo perdão.
Precisamos também de fortalecer as nossas amizades, os laços que nos unem, dentro dos Gambozinos. Porque os outros também nos podem falar d’Ele! Foi Jesus quem nos chamou, quem nos juntou, e quem nos convida a contruirmos esta comunidade, nos vários núcleos Norte, Sul e Oeste. Assim descobrimos que os outros também nos podem falar de Jesus e podem ser, para nós, sinal de Deus. A nossa Missão nos Gambozinos passa por dar testemunho de Deus e do Evangelho aos outros, amando e servindo. Mas, para isso, temos de deixar o Espírito Santo animar-nos, fortalecer-nos e conduzir-nos.
Finalmente, no próximo verão, em Agosto de 2023, vamos receber em Lisboa milhares de jovens de todo o mundo, para as Jornadas Mundiais da Juventude! Será uma oportunidade única para nos prepararmos interiormente para encontrar Jesus numa comunidade mais alargada de amigos d’Ele. A nossa participação nesta Festa da Fé, irá lembrar-nos que pertencemos a uma família maior que o nosso bairro, que o nosso movimento e que o nosso país, a qual se chama Igreja!
P. Lourenço Eiró, sj
7 Abr 2022 | Notícia
O que é o LOUCO?
O Louco do Sul é um fim de semana em que os Gambozinos de Lisboa e do Pragal de todas as idades, se reúnem para se divertirem e celebrarem o bom que é fazer parte desta associação. No Louco somos convidados a despertar a boa Loucura que há em todos nós e mudar o “chip” da rotina diária!
Direção
Como foi para ti ser direção do LOUCO?
Que grande desafio ter sido diretor do Louco! Como contámos com muitos gambozinos, a atividade exigiu muito de todos os animadores e só foi possível com o incansável apoio da mamã e do adjunto! Aprendi imenso com as diversas conversas que tive com animados e animadores e voltei a sentir o espírito gambozínico que tanta falta me faz ao longo do ano! Foi especial ver gambozinos juntarem-se a fazer o que mais lhes apetecia durante as sornas tornando-se clara a criação de pontes entre eles!
António Gomes Oliveira (Diretor)
Foi um grande desafio feito com base na Confiança. Este Louco pediu muito de mim e aprendi muito sobre o que é ser Mamã. Percebi que é um trabalho e uma responsabilidade que só é feita em conjunto e tive a sorte de ter comigo um Diretor e um Adjunto incansáveis. Termos sempre presente a alegria de ser Gambozino e deu-me muita segurança e conforto durante estes dias.
Leonor Toscano Ferreira (Mamã)
Foi um banho de aprendizagem! A preparação, por um lado, mostrou-me uma forma muito bonita de Servir, a pensar nos objetivos, a tratar das logísticas e, o mais fixe de tudo, as idas ao Pragal para estar com os Gambozinos. Por outro lado, aprendi a ser adjunto e a apoiar o mais possível o Diretor e a Mamã para que não falte nada, desde as compras até à Loucura que define o núcleo Sul e, obviamente, os Gambozinos!
João Granjeia (Adjunto)
António Oliveira, Leonor Toscano Ferreira e João Granjeia
8 Mar 2022 | Notícia
O RAIO é uma atividade de formação dos Gambozinos que envolve todos os animadores, para que estes se conheçam melhor e cresçam juntos na missão de animar. Todos sabemos que não há melhor maneira para o fazer do que passar um fim de semana juntos em verdadeiro espírito gambozínico. Embora estes dias não tenham incluído nenhum “Survivor” ou “Tens Mira?”, vivemos em conjunto momentos de partilha e oração de modo a fomentar a união entre os muitos e espetaculares animadores.
Eu, tal como os meus companheiros de 2003, estamos a ser introduzidos aos poucos a esta nova etapa que é ser animador. Esta transição de animado para animador não é fácil e é exatamente por isso que o RAIO é tão importante! Neste fim de semana percebemos que não estamos sós neste percurso e que podemos sempre contar uns com os outros, pois este é um caminho partilhado e que não se faz sozinho. O apoio desta família que é os Gambozinos é crucial no nosso crescimento quer como animadores, quer como indivíduos.
O RAIO foi uma excelente oportunidade para voltar a ver tantas caras conhecidas e para conhecer muitas mais. Foi um fim de semana cheio de sorrisos, alegria, partilha e sobretudo de união. Desde a cantar a música “Pra onde é que eu vou” todos juntos numa roda, ao BDS em que escolhemos uma fotografia dos olhos de outra pessoa. Também vários animadores mais experientes foram dando testemunhos e conselhos para que nós um dia possamos vir a ser tão bons animadores como eles. São estes os momentos de que nos vamos recordar de cada vez que olharmos para trás e pensarmos neste fim de semana incrível.
O RAIO permitiu então o encontro entre os animadores mais novos e os animadores mais experientes, ou, por outras palavras, os “dinossauros”. Assim, conhecemo-nos todos melhor e fortalecemos relações. E como é que fizemos isso? Bem, não há melhor maneira do que um jogo em que o objetivo é rebentar os balões escondidos nas costas da geração oposta. E já todos sabemos quem ganhou…
A verdade é que depois do nosso campo de serviço, tivemos umas boas e longas férias de verão para recuperar forças para sermos ótimos animadores. Foi-me assim proposto um desafio: fazer parte do Núcleo Sul e de um novo grupo, o GADO. Talvez desafio não seja a palavra mais correta, mas sim uma aventura, pois acho que todos podemos concordar que o nosso primeiro ano a animar é, de facto, uma aventura, para a qual o RAIO nos prepara da melhor maneira possível. E é esse um dos objetivos destes três dias, ou seja, formar os novos animadores para que esta nova etapa corra da melhor forma possível!
Carolina Pires
12 Jul 2021 | Notícia, Testemunhos de animadores
Nos dias 3 e 4 de julho, 10 animadores do núcleo Norte estiveram de volta ao bairro das Andorinhas – em Braga – para mais um Viver a Agradecer. Desta vez, também eu tive a alegria de me poder juntar a eles.
Depois de mais um ano atípico, as idas às Andorinhas nem sempre foram possíveis. No entanto, apesar do que se podia temer, a presença dos Gambozinos resistiu a todo e qualquer vírus.
Há mesmo muito a agradecer, tanto a vida de cada um deste gambozinos como os momentos incríveis que fluíram no decorrer deste fim de semana. Houve lugar para tudo e todos ao longo destes dias: se num momento se dança o vira do Minho, no a seguir canta-se e dança-se o som de Nininho Vaz Maia; se num momento somos grandes jogadores de futebol, no a seguir somos talentosos titik-tokers; se num momento organizamos uma cinema ao ar livre, no outro proporcionam-nos um espetáculo de cabeçudos; se num momento brincamos e rimos como “loucos de la cabeça” que somos, no a seguir pomos a conversa em dia e aprofundam-se amizades.
Assim, Deus quer, os Gambozinos sonham, e os frutos estão à vista!
É através de oportunidades de encontro como estas que se criam “pontes” a partir das quais podemos conhecer (e até poder ser) verdadeiros instrumentos nas mãos daquele que, além de Espírito Santo e Filho, é também Pai, pelo que por Ele nos podemos afirmar verdadeiramente irmãos.
Perceber o impacto que são os Gambozinos na vida de tantos ao longo de já várias gerações é belo! Quando cheguei a casa, domingo à noite, reconheci um sentimento de pertença a algo muito maior do que eu, maior do que qualquer associação. De facto, as Andorinhas são uma grande família. E os Gambozinos? Esses, no caso daqueles que não vivem lá são sempre recebidos em dia de festa.
Lisete Miranda