EUA: Freiras, padres e leigos presos em defesa de imigrantes

Igreja Católica americana luta contra suspensão da legislação que impede a detenção e deportação de imigrantes ilegais que chegaram aos Estados Unidos na infância. Dezenas de católicos envolvidos num ato de desobediência civil que decorreu no Senado foram detidos.

Duas centenas de católicos juntaram-se ontem na Rotunda do Capitólio em Washington, nos EUA, para protestar contra a possibilidade de deportação de imigrantes ilegais que chegaram ao país durante a infância. Durante a presidência de Barck Obama tinha sido criado um programa que protegia esta população, evitando a sua detenção e deportação. O programa ficou conhecido como DACA  – Deferred Action for Childhood Arrivals e abrange 800 mil pessoas. A expectativa de uma legislação que abrisse portas à concessão de cidadania americana a estes milhares de pessoas foi agora ameaçada pela decisão de Donald Trump, ao suspender o DACA. Prevê-se que esta suspensão entre em vigor a 5 de março.

Desde que a decisão de Trump foi conhecida, muitos grupos religiosos organizaram protestos em defesa dos chamados “Dreamers” (sonhadores). Em janeiro, já tinham sido detidos 80 rabinos e outros ativistas judeus. Por seu lado, a Igreja Católica americana decidiu organizar um dia nacional de ação em defesa dos dreamers nesta última terça-feira. O dia de ontem ficou marcado por um ato pacífico de desobediência civil que resultou na detenção de religiosas, leigos e padres. Entre os manifestantes estava John Stowe, bispo de Lexington, nos EUA, que fez questão de abençoar “aqueles que se levantaram para defender os seus irmãos e irmãs”, como nos dá conta Rhina Guidos do Catholic News Service, na sua conta do Twitter.

Na mesma conta podemos encontrar uma fotografia que assinala o momento em que uma das religiosas presentes foi detida.

O envolvimento da Igreja Católica e da sua Conferência Episcopal nesta luta fica demonstrado pelas declarações do seu vice-presidente, o arcebispo José H. Gomez, de Los Angeles, recolhidas pela America Magazine: “A vida das pessoas e o futuro das famílias estão em jogo. É a altura de aprovar legislação que permita aos “dreamers” tornem-se cidadãos e contribuintes de pleno direito.”