Duas centenas de católicos juntaram-se ontem na Rotunda do Capitólio em Washington, nos EUA, para protestar contra a possibilidade de deportação de imigrantes ilegais que chegaram ao país durante a infância. Durante a presidência de Barck Obama tinha sido criado um programa que protegia esta população, evitando a sua detenção e deportação. O programa ficou conhecido como DACA – Deferred Action for Childhood Arrivals e abrange 800 mil pessoas. A expectativa de uma legislação que abrisse portas à concessão de cidadania americana a estes milhares de pessoas foi agora ameaçada pela decisão de Donald Trump, ao suspender o DACA. Prevê-se que esta suspensão entre em vigor a 5 de março.
Desde que a decisão de Trump foi conhecida, muitos grupos religiosos organizaram protestos em defesa dos chamados “Dreamers” (sonhadores). Em janeiro, já tinham sido detidos 80 rabinos e outros ativistas judeus. Por seu lado, a Igreja Católica americana decidiu organizar um dia nacional de ação em defesa dos dreamers nesta última terça-feira. O dia de ontem ficou marcado por um ato pacífico de desobediência civil que resultou na detenção de religiosas, leigos e padres. Entre os manifestantes estava John Stowe, bispo de Lexington, nos EUA, que fez questão de abençoar “aqueles que se levantaram para defender os seus irmãos e irmãs”, como nos dá conta Rhina Guidos do Catholic News Service, na sua conta do Twitter.
Bishop Stowe of Lexington blessing those “standing up for their brothers and sisters” pic.twitter.com/PBtclfgq1c
— Rhina Guidos (@rhina_guidos) February 27, 2018
Na mesma conta podemos encontrar uma fotografia que assinala o momento em que uma das religiosas presentes foi detida.
Some of the women religious being led away pic.twitter.com/XWQKR57wTq
— Rhina Guidos (@rhina_guidos) February 27, 2018
O envolvimento da Igreja Católica e da sua Conferência Episcopal nesta luta fica demonstrado pelas declarações do seu vice-presidente, o arcebispo José H. Gomez, de Los Angeles, recolhidas pela America Magazine: “A vida das pessoas e o futuro das famílias estão em jogo. É a altura de aprovar legislação que permita aos “dreamers” tornem-se cidadãos e contribuintes de pleno direito.”