P. Geral pediu audácia e compromisso aos jovens

Neste último dia da sua visita à Província, o P. Geral esteve com os jovens universitários no CUPAV, onde jantou, celebrou missa e conversou. Antes disso, visitou a sede da JMJ, esteve com a equipa do MAGIS e reuniu-se com os jesuítas.

Neste último dia da sua visita à Província, o P. Geral esteve com os jovens universitários no CUPAV, onde jantou, celebrou missa e conversou. Antes disso, visitou a sede da JMJ, esteve com a equipa do MAGIS e reuniu-se com os jesuítas.

Não podemos ser cristãos sem nos comprometermos politicamente.” Esta foi uma das mensagens deixadas pelo P. Geral aos jovens, no Centro Universitário Padre António Vieira (CUPAV), em Lisboa. Perante um salão cheio de universitários e numa conversa informal que decorreu ao início da noite, o Superior Geral dos Jesuítas esclareceu que, ao dizer isto, não se referia à vida partidária, mas sim à capacidade de cada um colocar os interesses comuns à frente dos interesses individuais. “A política é o reconhecimento de que não vivemos alheados, é sermos capazes de nos orientarmos para o bem comum”, afirmou, em resposta à interpelação de um jovem. Num ambiente de grande proximidade com os universitários que escutavam atentamente e colocavam perguntas, o P. Arturo Sosa recordou a preocupação e o envolvimento que sempre teve nas questões sociais e políticas, até por ter crescido numa família profundamente implicada na vida política do seu país, bem como o impacto que teve na sua formação e até vocação as visitas sociais que fazia aos hospitais e bairros pobres nos tempos em que era aluno do Colégio de Santo Inácio, em Caracas.

Já na missa, umas horas antes, e antecipando a celebração litúrgica do Dia da Imaculada Conceição, o P. Geral tinha incitado os jovens a sonharem alto e com audácia, convidando-os, para isso, a porem os olhos em Maria, que soube acolher Deus na sua vida e confiar no Espírito, mesmo quando a situação que lhe foi apresentada parecia impossível. “O discernimento é aprender a ler os sinais do que Deus está dizendo à história humana e fazer possível o que parece impossível”, afirmou o jesuíta, reconhecendo que isto nem sempre parece óbvio num mundo confuso e sempre em mudança. “Há muitas coisas que nos parecem impossíveis e, como achamos isso, não vamos mais além, convencemo-nos que a única realidade possível é a que estamos vivendo. Conformamo-nos e ficamos por aí”. Sobre os grandes desafios que enfrenta a humanidade, e que exigem a colaboração e o compromisso de todos, o P. Geral elegeu o ambiente como o mais premente. “Há uma destruição sistemática do meio ambiente porque não somos capazes de ser verdadeiros políticos e perceber que o bem comum tem de estar acima de tudo.

Antes deste encontro no CUPAV, o P. Geral já se tinha dirigido pessoalmente aos jovens, convidando-os, através de uma mensagem de vídeo, a participarem na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e no MAGIS, a proposta inaciana que antecede a JMJ. De visita à sede do Comité Organizador Local da JMJ, o P. Arturo Sosa visitou as instalações, conheceu e almoçou com os jovens que aí trabalham, e ficou a par do trabalho que aí tem sido desenvolvido de preparação para este grande acontecimento. Recebida por D. Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, a comitiva da Companhia de Jesus entregou uma relíquia de São João de Brito, jesuíta e um dos patronos oficiais da JMJ, que foi colocada na capela da sede.

Neste que foi o seu último dia de visita a Portugal, o P. Geral visitou também a sede do MAGIS, situada na Cúria Provincial dos Jesuítas, foi informado do que está a ser feito para acolher estas centenas de jovens ligados à espiritualidade inaciana que chegam a Portugal no final de julho, e teve ainda oportunidade de se inscrever no evento e de benzer a bandeira do MAGIS. Esteve ainda num encontro rápido com a equipa de colaboradores da Cúria Provincial e participou na reunião da Consulta, o órgão que aconselha o P. Provincial.

Deste seu dia em Lisboa, há ainda a registar o encontro com os jesuítas do Sul da Província na Brotéria e uma visita rápida à Igreja de São Roque, tão emblemática na história da Companhia de Jesus.

* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.