Elluz Pernia (EP) e Maria Teresa Uruena (MTU) estão ligadas a projetos de educação e desenvolvimento que têm a Amazónia como pano de fundo. Estiveram também envolvidas na preparação do Sínodo da Amazónia que começa hoje no Vaticano e se prolonga até ao dia 27 deste mês. Recentemente, vieram à Europa passando por Portugal a convite da Fundação Gonçalo da Silveira (FGS). Nesta entrevista, de que hoje publicamos a segunda parte, ajudam-nos a compreender a importância do Sínodo da Amazónia que estende para lá da Igreja. Na primeira parte da entrevista
Elluz Pernía é Venezuelana trabalha na rede de escolas Fé e Alegria, numa escola que se situa em Santa Teresa de Uairen, comunidade indígena situada na fronteira da Venezuela com o Brasil. Trabalha com crianças de 6 e 7 anos, procurando sensibilizá-las paras as questões relacionadas com a Amazónia.
Maria Teresa Uruena é Columbina e desenvolve a sua atividade no âmbito do Serviço Jesuíta Panamazónico (SJPAM). A SJPAM é uma organização da Conferência de Provinciais Jesuítas da América Latina (CPAL) que tem como objetivo articular o trabalho que a Companhia de Jesus está a fazer a nível de toda a Amazónia.
No dia 6 de outubro começa o Sínodo para a Amazónia, em Roma para conversar e refletir sobre os desafios que esta região enfrenta e quais os caminhos a seguir no sentido de uma Ecologia Integral. Que importância preveem que este Sínodo possa vir a ter na Amazónia?
MTU: Nós ainda não sabemos o que se vai passar com o Sínodo. Contudo, o Sínodo já foi importante, porque incluiu um processo de consulta com as comunidades. Desde o ano passado, a Rede Eclesial Panamazónica (REPAM) tem estado a recolher diferentes contributos das comunidades e de outros setores, por exemplo, das Universidades ligadas à Companhia de Jesus na América Latina. O Sínodo, para nós, é um ponto de esperança para que a Igreja escute o que os povos necessitam e para que caminhemos juntos. Este é o sentido do Sínodo. Sínodo é caminhar juntos. Os povos amazónicos estão a deixar uma mensagem clara à Igreja de como esta pode estar presente com eles, em solidariedade e a acompanhá-los. Precisamente porque temos um território bastante amplo e comunidades muito dispersas, a presença da Igreja tem-se debilitado muito nos últimos anos. Seja porque já não há missões ou porque não há vocações.
E quais são as consequências disso?
Esta dificuldade que a Igreja tem vindo a viver refletiu-se num distanciamento. O processo que conduziu ao Sínodo também foi importante para escutar precisamente qual pode ser o papel dos leigos e das mulheres neste novo caminho juntos enquanto Igreja. E também o tema da Ecologia Integral. Os povos amazónicos continuam a promover formas de viver muito próximas da Natureza. São como um contra-modelo ao modelo económico capitalista, baseado na acumulação, para viver de uma forma muito mais sustentável. Também os povos enviaram uma mensagem aos Bispos e ao Papa sobre a necessidade de que a Igreja os acompanhe. Ainda persistem feridas do processo de evangelização. Feridas pelas quais a Igreja pediu desculpa e sobre as quais os povos indígenas fizeram um processo de reconciliação em alguns casos. E o que eles estão a dizer é isto. Que estes desafios não os podemos enfrentar sozinhos. Precisamos também da voz profética e de um caminho de esperança com os membros da Igreja.
Ao nível do Sínodo, o que esperam de nós, do resto da Igreja? Da Igreja europeia que levou a cabo a evangelização dos povos indígenas?
MTU: Eu creio que as pessoas estão à espera que outros assumam também esta luta pelos direitos das comunidades indígenas e do meio ambiente. Não sabemos qual vai ser o resultado do Sínodo. Mas sabemos que ele já foi um processo feito com as comunidades de base. E esse é também um caminho de esperança. Já aconteceu muito, é uma riqueza. Desde a recolha de contributos que se fez nos distintos países ao nível da REPAM, ao trabalho em grupos. E o que se espera é que esta mensagem que os povos amazónicos deram à Igreja seja acolhida pela Igreja Universal. Isto não é só para a Igreja Amazónica. É para a Igreja do mundo. Acredito que esta é uma visão que pode dar muitos …frutos… e para muitos pode ser controversa, sobretudo se nos indagarmos sobre qual o papel que pode ter a mulher e outros temas. Mas, para além de tudo isto, como podemos ter essa abertura? O primeiro passo, eu acredito que é sempre um sinal de abertura face ao que é distinto, a essas novas vozes que vêm das bases.
E o que se espera é que esta mensagem que os povos amazónicos deram à Igreja seja acolhida pela Igreja Universal.
Falaram duas vezes do papel da mulher. Vocês são duas mulheres. O que vos espera daqui para a frente? Qual é o vosso papel em tudo isto?
MTU: Eu acredito que nós, as mulheres, estivemos sempre na frente da luta nas comunidades. Também os homens, indiscutivelmente. Nós mulheres temos estado envolvidas nos processos de acompanhamento pastoral de proximidade. E, em muitos casos, esses processos e esse trabalho tem sido invisibilizado. Isto porque temos uma Igreja que, infelizmente, reconhece o papel dos homens, que dá poder e status ao sacerdote. Mas são homens e mulheres que, por muito tempo, têm caminhado junto do povo amazónico. Temos casos de comunidades em que o Sacerdote aparece uma vez por ano, um dia, e faz batismos, primeiras comunhões, casamentos. Mas o acompanhamento pastoral, enquanto tal, não existe. Existem sim homens e mulheres. E não se trata que agora as mulheres sejam sacerdotisas. Não. Claro, que já surgiram propostas deste calibre. Mas, indo além do sentido de repetir o modelo dos homens, queremos que se reconheça que as mulheres estiveram presentes e que as mulheres têm um papel importante nas comunidades.
Acreditam que o Sínodo vai também ressoar junto de pessoas não crentes?
MTU: Mais do que pensar em pessoas crentes ou não crentes, o que queremos é comprometer o Mundo com essas vozes de cuidado da Natureza e de cuidado e defesa dos Direitos dos Povos Amazónicos. Indo mais além de acreditar ou não em Deus, esta é uma mensagem para todos e esta é uma causa da Humanidade. A Igreja é uma forma de veicular e de dar volume a estas vozes que têm estado ocultas. Mas no final, isto será um compromisso para todos.
EP: Exato. É precisamente por isto que se fala de uma Ecologia Integral. A Igreja deve tentar fazer ver que, seja qual for a tua religião ou os teus ideais, a proteção da Terra e da natureza é um trabalho que nos toca a todos enquanto humanos e todos devemos fazê-lo. Porque aqui não há religião ou ideais. Isto tem a ver com a nossa sobrevivência. Se seguirmos com o consumismo, com o capitalismo, como disse a Maria Teresa em várias reuniões que tivemos, vamos estar perante uma sexta extinção. E esta não olha para a tua religião, somos todos iguais. A Educação, o Sínodo, a Igreja, são todos um meio para fazer os outros entender que que isto não tem que ver com a tua religião, mas que todos nos devemos envolver. E todos aqueles que queiram dar este passo, que o façam realmente. Não só que o digam ou pensem, mas que deem esse passo e o possam realizar. Isto, de nos envolver todos, integrando todos, também tem muito a ver com a Ecologia Integral e com esta luta e esta proteção.
Que reflexões e aprendizagens levam desta experiência de 3 semanas a visitar a Europa e a interpelar pessoas?
MTU: Eu acho que nós encontrámos gente que está interessada. As pessoas com quem nos cruzámos, poucos ou muitos, nos diferentes espaços onde temos estado, são pessoas que querem ouvir o que temos para dizer e isso já é um primeiro sinal positivo para nós. Esta possibilidade de passar uma mensagem. Outra reflexão que também temos feito é sobre o ritmo de vida que se leva deste lado. É um pouco caótico, um pouco apressado. Mas também que esse ritmo de vida e as comodidades de que gozam os países desenvolvidos estão sustentadas sobre violações de Direitos Humanos e sobre problemas que afetam os nossos territórios. E esta é uma das reflexões que queremos deixar-vos. As pessoas podem seguir como até aqui, porque é muito difícil sair desta comodidade, de querer abandonar uma vida boa. Mas, isso não significa que não possamos tomar consciência de quem está a padecer com as consequências do nosso modo de vida. E isto não é algo de agora. Isto está a ocorrer historicamente, desde a colonização. Então, acho que esta é uma das coisas que gostávamos também de ressaltar. Na Alemanha perguntavam-nos pelo tema da solidariedade. Eu respondi que a solidariedade é importante entre os povos, mas insisti que também a corresponsabilidade é importante. Porque, enquanto não assumirmos a responsabilidade das nossas ações, a vida não vai mudar. E assumir a responsabilidade é ter essa capacidade de poder dizer “Mudem”.
EP: A reflexão que eu faço é que, nas escolas que temos visitado, os jovens querem realmente uma mudança para a sua geração. Estão a tentar consciencializar as pessoas. Fazem marchas, fazem folhetos, questionam-se sobre «porque existe um jardim zoológico?», «porque mantêm os animais aqui?», «porquê tanto consumismo se estamos a estragar o nosso planeta?». Então vejo que os jovens querem realmente essa mudança. E também reparei que, em muitas partes, as pessoas estão a trabalhar a partir de uma educação para a mudança. Estão a trabalhar com a parte da reciclagem. Como educar para, como mudar, como avaliá-lo, como fazer educação no sentido das crianças compreenderem que têm importância, como formar jovens. Sim, porque como fui dizendo em vários lugares, nalguns casos nós não estamos a formar jovens e crianças. Estamos a formar robots. Porque os pais querem que o seu filho tenha tudo desde pequeno.
A reflexão que eu faço é que, nas escolas que temos visitado, os jovens querem realmente uma mudança para a sua geração.
E isso é mau?
EP: Não quero dizer que seja mau. Mas levam-no para várias tarefas extracurriculares, como o piano, arte, todo o tipo de idiomas, tudo o que se possa aprender de política, economia,… Mas a parte humana está a perder-se. A parte da educação de jovens que sejam reflexivos. Nas cidades vimos que, muitas vezes, os pais estão tão ocupados que os valores que antes eram passados pela família são agora responsabilidade da escola. Chamou-me também a atenção o facto de serem precisas mudanças em algumas palavras, na compreensão de conceitos. E depois também a questão da dupla moral. Numa das visitas que fizemos – visitámos muitas igrejas – as coroas da Virgem são jóias puras, em ouro, rubis. E com o Sínodo, o Papa está a pedir-nos para cuidar, para não continuarmos com isto. A Igreja, desde há muito tempo, para manter tudo bonito, também tem utilizado vários recursos. Por isso, também é que importante que se avalie essa parte. Quando fomos a Fátima, vimos que o Papa lhe ofereceu um flor feita totalmente de ouro. Isso também contribui para o extrativismo. Desde dentro da Igreja também temos que nos avaliar. É como uma dupla moral. Estamos a pedir algo, mas os nossos atos, as nossas ações vão noutro sentido. Então, eu devo mesmo refletir: “Estou a fazer o que estou a pedir, o que estou a dizer?”
Pensam que haverá abertura da parte das pessoas presentes no Sínodo para falar e refletir sobre isso?
EP Deveriam falar sobre isto. A Igreja também têm que avaliar-se e ver exatamente o que está a falhar e o que é feito.
Estamos todas e todos unidos num esforço de educar para uma Ecologia Integral, seja cá em Lisboa, seja em Bogotá ou em Caracas. Quais os caminhos que devemos seguir para educar crianças e jovens rumo a uma Ecologia Integral?
EP: Diria que educar, precisamente, partindo do docente porque são eles que são responsáveis pelo ensino/aprendizagem das crianças. Que eles mesmos tenham claro e saibam realmente que irão formar pessoas. Não são máquinas, não é um aparelho. São pessoas. A partir do momento em que os pais os deixam na aula, eles têm que ter em conta que tudo o que digam como docentes, tudo o que façam, a criança irá repetir, irá aprender. Não é só uma aprendizagem. Dependendo do número de crianças são 28 aprendizagens, sejam boas ou más. Por isso, partir dos valores, começar por uma educação que se pode trabalhar aí. Também incluir os pais nas escolas, na educação. Porque não é só a escola que educa as crianças. Se os pais não estão, não sabem exatamente como se está a trabalhar, que estratégias se estão a utilizar na educação das crianças. Por isso, pode lançar-se um desafio a que os pais venham e trabalhem na escola com os seus filhos, vendo como estão a aprender. Porque todas as crianças são diferentes, todos os jovens são diferentes e nenhum aprende de forma igual. Cada pessoa é única.
Como fazem isso nas escolas Fé e Alegria?
EP: A rede Fé e Alegria tem por base a educação reflexiva. Uma educação onde não se indica às crianças que isto está bem e que isto está mal. As crianças dão-se conta de onde estão a falhar e como devem melhorar, que solução devem dar. Pode dizer-se que é como uma educação investigativa, reflexiva e crítica. As crianças dão-se conta sobre o que têm que aprender, a forma como têm que atuar, sem que o docente lhes diga. Porque o docente diz sempre: “A flor é vermelha e verde”. E todos pintam uma flor vermelha e verde. Mas talvez a realidade da criança não tenha uma flor vermelha e verde, ou pode não ter quatro pétalas. Então dizemos-lhe: “Desenha-me exatamente como tu achas que é uma flor” ou conta-me, ou explica-me isto. Porque muitas vezes os exames exigem que saibas os textos e terás que responder exatamente como está no livro. Mas se a criança tem alguma dificuldade com isto, se diz “não, a mim não me parece que seja assim.”, “não concordo com o que diz aqui”, mas tenho que responder assim, porque senão responderei mal, isto não é bom. Para a Fé e Alegria a educação tem que saber exatamente como formar as crianças. A Fé e Alegria forma a parte reflexiva e crítica de uma maneira investigativa, porque tudo vai mudando. E, como digo, e vou-me repetir, aqui vi que também se trabalha, em algumas escolas que temos visitado, com aulas abertas. O que são aulas abertas? Aulas fora da sala de aula, no meio ambiente. Saem, aprendem a partir da árvore que está na rua, a partir da relva, das nuvens. Na rua pode-se aprender muitas coisas. Nem tudo está nos livros. Isso produz uma aprendizagem muito mais efetiva. Mais do que estar numa sala de aula a aprender tudo o que está nos livros, ou que a professora possa escrever no quadro, só estar a observar com os olhos, faz com que se aprenda com muito mais facilidade. Por isso, a chave é aprender a partir do contexto que nos rodeia.
Mas para isso não é preciso mudar também a mentalidade dos educadores?
MTU: Com os professores com quem trabalhamos, dizemos que a Amazónia é um laboratório. Mas aqui deste lado, nós também temos pequenos laboratórios e o crescimento das cidades vai-nos tirando essas possibilidades. Mas, além disso, aprender sobre a Natureza e sobre os temas ecológicos não é só uma questão de razão, mas também de contemplação. Criarmos espaços para respirar, para sentir, para observar, para degustar. Assim como dizia S. Inácio de Loyola “Não é o muito saber que sacia e satisfaz, mas o sentir e saborear internamente as coisas”. E também, que a educação que damos às nossas crianças em termos de ecologia não é só de conhecimentos ecológicos, mas também conhecimentos éticos e políticos. A mudança que nos espera tem que ser também uma mudança de paradigma político. Muita gente nos pergunta: “Então, o que fazemos?” “Eu reciclo, eu faço isto, eu faço aquilo…” E as mudanças individuais são importantes. Mas, no fim de contas, de nada nos servem os pequenos passos que cada um de nós dá, se o sistema permanece igual, se às 2 por 3, um governo dá mais uma concessão mineira a uma empresa. Temos que conseguir fazer com que os jovens tenham este critério, que lhes permita perceber que a política é importante para estas mudanças e que não podemos continuar a ter medo dos temas políticos.
A educação que damos às nossas crianças em termos de ecologia não é só de conhecimentos ecológicos, mas também conhecimentos éticos e políticos.
As escolas são criadas a nível disciplinar, ou seja, Português, Matemática, Biologia, Economia… Como podemos mudar esta separação individualizada das disciplinas para tornar o ensino mais integral?
EP: Vou falar da minha realidade, de como trabalho. Sei que na escola se tem que ensinar segundo cada matéria da aprendizagem. Nós trabalhamos de maneira integrada e global. Quando se escolhe um tema, por exemplo, sobre as árvores… é possível dar todas as matérias em praticamente um dia correndo as partes da planta. Na planta está a escrita, a ciência, a matemática. Quando tenho que explicar às crianças quais são as partes da planta, levo-os lá fora ao pátio, divido-os em grupos e digo: “Tu vais buscar os ramos, 50 ramos”. “Tu vais buscar raízes secas”. E eles vão procurar. E escrevo-lhes três dezenas, uma dezena, duas dezenas num envelope. Aí estamos a trabalhar a matemática. Reunimos passado um determinado tempo, 5 minutos, e contamos. Aí as crianças contam e escutam, prestando atenção. Depois reunimo-nos à volta da Natureza e seguimos pela parte espiritual e religiosa. Isto é o quê, como é, quem o criou e chegamos à árvore. E é ela que nos dá oxigénio, sombra, comida. E todas as matérias se vão cruzando. E fazemos o mesmo com as folhas. Se trabalhamos a química, podemos pegar nas folhas. Esta folha é de eucalipto. Aqui no vosso país muitos utilizam-no para fazer folhas de papel. Mas o eucalipto também tem uma parte medicinal. Pode trabalhar-se as medidas, o tempo de crescimento. Podemos discutir que benefícios temos se trabalharmos o eucalipto para produzir papel ou se aproveitarmos as folhas secas para dar aquelas crianças com problemas de respiração que não têm como chegar ao hospital. Tudo depende da tua instituição e do docente ser criativo, inovador.
O que torna isso tão pouco comum?
Porque estamos sempre como que bloqueados e temos que seguir indicações-padrão que nos indicam. O docente deve ser autónomo na sua aula, deve utilizar o seu engenho e ver a maneira mais fácil de ensinar e fazer com que os alunos aprendam. Sabemos que temos que dar tudo o que vem nos livros. Mas também podemos escolher um tema, seja ecológico, natural ou ambiental e à mesma dar todo esse tipo de matéria. E o mesmo acontece com os idiomas. “Como se diz esta planta no idioma tal?”. Economia, biologia. Tudo pode ser cruzado. E é o que nós estamos a trabalhar na Fe y Alegria. Estamos a tentar escolher, a partir do nosso contexto, da nossa realidade um currículo. Por exemplo, as gastronomias indígenas. Estas utilizam a mandioca, as folhas. Aí, as crianças, com química ou física, têm que avaliar qual é a composição deste alimento. Que quantidades se utilizam para criar esta massa? Há muitas formas de trabalhar isto. Podemos integrar a aprendizagem de várias matérias num tema. Isto só depende da forma como se trabalha o tema na aula e na escola.
MTU: Os professores são a porta de entrada para estas mudanças pedagógicas que se precisam e para inovarem um pouco as formas de ensino/aprendizagem.
EP: Tudo depende do docente que está na sala de aula. O docente tem que estar ali, porque realmente quer realizar essa mudança. Quer transformar as crianças e jovens de uma maneira humana, espiritual e académica. Não é porque aquele é um trabalho bem pago, ou porque a mensalidade é alta.
Primeira parte da entrevista – “O extrativismo transformou a natureza em mera mercadoria”
* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.