O P. Hermínio Rico sj é o delegado do Padre Geral dos Jesuítas para a Comunidade de Vida Cristã (CVX). O que faz concretamente?
Eu sou o vice-assistente eclesiástico e não espiritual, cuja função é um pouco diferente. É a referência eclesial desta associação de fiéis leigos. O assistente é o Padre Geral que depois delega o trabalho num vice-assistente. Apesar de não ter a decisão direta, a minha função é estar no conselho executivo mundial da associação, fazer visitas, conhecer, fazer o intercâmbio entre as comunidades espalhadas pelo mundo e a direção da CVX.
Que visão de Igreja tem tido desse sentir das comunidades locais que, presumo, sejam muito diferentes na Europa ou, por exemplo, na América Latina?
As comunidades são muito o espelho das igrejas em que estão inseridas. É importante perceber como essas cambiantes locais ou regionais acabam por ter uma influência muito forte na CVX. Na Polónia ou Lituânia encontro uma CVX mais clerical; na Ásia mais serena, respeitosa; na América Latina mais exuberante, crítica. Reflecte-se muito a diversidade eclesial, cada vez mais forte, e esta experiência de que o que era tradicionalmente o centro (e até um centro controlador e centralizador, como a Igreja Romana e europeia) é cada vez mais o elo mais fraco. Na CVX, apesar de ser uma comunidade nova, em muitos lugares também se sentem essas tensões. Até porque os documentos escritos a partir de uma perspetiva muito europeia são as traves mestras de uma comunidade cada vez mais vivida com gente de outras realidades culturais.
Mas é uma comunidade em crescimento?
Na Europa não. Está em crescimento grande em Portugal, em lançamento nalguns países da Europa oriental, num crescimento pequeno mas sustentado em França, mas nos outros sítios está estagnada.
Na CVX o tema do discernimento – que o Papa tem trazido para o centro do discurso da Igreja – é algo natural, que integra a espiritualidade inaciana. Sente que isso muda a vida concreta das pessoas?
Isso vai ao cerne da questão. O Papa tem falado muito de discernimento mas há um perigo nessa maneira de falar pois, para ele, isso significa uma experiência muito concreta, como o será também para algumas pessoas da CVX, que a experimentam e praticam, pois têm as ferramentas da espiritualidade inaciana. Mas há o grande perigo de isso ser interpretado e percebido como uma mera técnica, um método para chegar a algo.
Quer explicar melhor?
Curiosamente, a Exortação Apostólica que saiu há dias, Gaudete et Exsultate, preenche um certo buraco que havia em torno do discurso do Papa Francisco sobre o discernimento. O que ele está a querer dizer é que o ponto de partida de qualquer experiência de fé cristã é uma relação pessoal e personalizada com a pessoa de Jesus Cristo. Há uma experiência direta, não intermediada, de cada cristão com a pessoa de Jesus e isso cria, na experiência pessoal de cada um, um efeito e reflexo que é, ao mesmo tempo, afetivo, intelectual, de atitudes e desafios de vida. Se esse é o ponto de partida, aí entra o discernimento, porque estas coisas acontecem misturadas com muitas outras – dinâmicas pessoais, interiores, psicológicas, afetivas, que são de resistência, medo, de narcisismo, paranóia – e é preciso estar sempre a ver: isto vem de Deus ou não? Isto é seguir Jesus Cristo ou não? Este é que é o ponto de partida. Se vivo esta experiência, o discernimento é fundamental.
Mas isto contrasta com a maneira que compreende a fé apenas como um conteúdo intelectual: eu acredito nisto, em Deus, na eucaristia.
É o perigo do gnosticismo, de identificar a fé com um conteúdo intelectual. Muita gente que está na Igreja atualmente – eu diria, as pessoas dos 60 anos para cima – levou a catequese desta maneira. Havia perguntas e respostas. Acreditar era ter estas respostas intelectualizadas, conteúdos racionais. Eu sei, acredito nisto tudo, tenho fé. Aí não há capacidade de discernimento porque não há matéria de discernimento, não há relação pessoal.
É um dos perigos de que o Papa fala na Exortação?
Sim, é o perigo do gnosticismo, de identificar a fé com um conteúdo intelectual. Muita gente que está na Igreja atualmente – eu diria, as pessoas dos 60 anos para cima – levou a catequese desta maneira. Havia perguntas e respostas. Acreditar era ter estas respostas intelectualizadas, conteúdos racionais. Eu sei, acredito nisto tudo, tenho fé. Aí não há capacidade de discernimento porque não há matéria de discernimento, não há relação pessoal, não há conteúdo afetivo. Eu acredito ou não acredito, compreendo ou não compreendo. Quando não compreendo, se calhar ainda acredito mais porque acho que a fé é aceitar sem compreender. Este é um dos lados desta vivência cristã que o Papa está a querer enriquecer, aprofundar. No fundo, ajudar as pessoas a descobrir que há muito mais do que isso.
Mas o Papa elenca outro perigo…
Sim. Do outro lado, temos a experiência legalista, para a qual ser cristão é cumprir um certo número de normas e, sobretudo, pela negativa: não fazer isto, não fazer aquilo. É uma experiência que também não tem relação pessoal com Cristo. Para quem vive a fé assim, Deus está mais perto de ser um polícia, e o que importa é ser bem comportado.
Mas o que propõe então o Papa?
O Papa diz-nos que o importante é ir para além disso, é a experiência da misericórdia, com a nossa fragilidade, é o convite a viver a alegria. A grande chave para perceber o que Francisco diz, desde o princípio e sempre, é perceber o que quer dizer com a palavra alegria, que vem no título de todos os documentos. Isto nasce do encontro pessoal com Jesus, aí é que está o segredo. Só a partir dessa experiência posso começar a praticar o discernimento. Senão vou comprar um livro que me diga: discernimento, primeiro ponto, segundo ponto, terceiro ponto… Isto é uma técnica de auto-ajuda, desses livros que andam por aí. Este é um certo risco que eu estava a identificar no início desta conversa, esta insistência do Papa no tema do discernimento. Ou seja, mais do que promover o discernimento, o Papa está a tentar promover esta experiência da relação pessoal e personalizada com Jesus Cristo.
[A alegria ] nasce do encontro pessoal com Jesus, aí é que está o segredo. Só a partir dessa experiência posso começar a praticar o discernimento. Senão vou comprar um livro que me diga: discernimento, primeiro ponto, segundo ponto, terceiro ponto… Isto é uma técnica de auto-ajuda, desses livros que andam por aí.
O Papa correu o risco de ser mal interpretado, ao falar disto de forma generalizada?
Não sei se foi mal interpretado mas cada vez se torna mais claro onde ele quer chegar. Esta Exortação, para mim, é a mais fundamental de todas, porque o chamamento à santidade é descobrir como é que a relação pessoal com Jesus me faz ser mais eu próprio, ou seja, tornar-me uma mensagem de Cristo dita por Deus ao mundo de hoje, através da minha vida.
Isto é uma revolução…
Sim, é. Não se trata de dizer: “eu acredito e ando aqui a portar-me bem e não vou para o inferno”, ou “acredito e sou muita bom porque já consigo perceber estas coisas todas”. O acreditar é, apesar das minhas dificuldades e pecados, (o ponto de partida é sempre a misericórdia) eu sentir que a minha relação com Jesus dá sentido a todos os aspetos da minha vida. E tudo o que eu faço, sem ter de ser nada de especial, torna-se missão. Cada um de nós é chamado a espelhar no mundo uma pequenina faceta de Jesus.
O discernimento é eu perguntar, em cada situação: “o que Deus me está a pedir para eu representar e tornar presente a pessoa de Jesus nestas circunstâncias, com estas pessoas?” (…) Primeiro, cada um tem de fazer crescer em si esta experiência de encontro pessoal com Jesus. Isto implica uma nova maneira de rezar, que é muito mais livre e, para muita gente, mais assustadora.
Isto pressupõe uma retaguarda – o que nos ensinamentos inacianos se chama princípio e fundamento – um alicerce que não se vê mas tem de estar lá. Não se pode é chegar e dizer: agora vamos todos praticar o discernimento. Primeiro, cada um tem de fazer crescer em si esta experiência de encontro pessoal com Jesus. Isto implica uma nova maneira de rezar, que é muito mais livre e, para muita gente, mais assustadora.
No discernimento não é dizer que tudo é possível. Somos nós que temos de encontrar as balizas e caminhos, pois não está tudo determinado, nem há uma quadrícula feita onde encaixamos ou não encaixamos. É contra essa experiência que o Papa fala, pois na Igreja nós somos ovelhas mas não carneirada. Jesus conhece cada ovelha pelo nome e chama-a, e ela conhece a Sua voz.
Mas isto incomoda muitas pessoas que se sentem despreparadas? Sem acompanhamento, como podem largar o modelo a que estavam habituadas?
Isto é uma revolução, pois vivemos há muitos séculos a tendência para uma normativização da experiência cristã. Na história da teologia, dizemos que isto começou quando a moral se mudou da proximidade com a espiritualidade e se colou ao direito canónico. Em vez de ser uma proposta a cada um de, em cada circunstância, fazer o que humaniza e realiza, passou a ser a preocupação de não infringir nenhuma norma. Isto é uma experiência que está metida até nas pedras das igrejas. Mas penso que é a grande novidade do Papa Francisco.
A Igreja já percebeu e compreendeu essa novidade?
A Igreja demora décadas a fazer as coisas. Abrem-se novas portas e perspectivas. Para algumas pessoas é uma enorme confirmação – “sempre vivi isto”- , para outras, é sentido como uma enorme ameaça – “é tudo ao contrário do que me ensinaram, agora já não há regras”. Para a maioria, talvez esteja no meio. Ou seja, as pessoas percebem esta alegria que o Papa anuncia, intuem que o Jesus em que acreditam tem de ser assim, mas se calhar ainda não têm as ferramentas e a capacidade conceptual de integrar isto.
Como é que esta proposta do discernimento encaixa no contexto ocidental de descristinianização, em que há a tensão de responder, por um lado, com o diálogo e acompanhando os tempos modernos – correndo o risco de não oferecer nada de diferente -, e por outro lado, de reforçar a identidade com formas mais tradicionais?
Essa é outra maneira de olhar para esta problemática. A questão parte de um pressuposto que é errado, que é associar o discernimento a total indeterminação. Mas indeterminação não é relativismo, não é “tanto faz”. O discernimento é muito mais exigente pois, em vez de ter um modelo médio que serve para todos, eu sou desafiado a encontrar o modelo absolutamente adequado e que só me serve a mim. Muita gente só percebe o início desta conversa, que é “tens de encontrar o teu caminho”. Pensam que é fazer o que lhes apetece, mas não é, é sentir-se obrigado a perceber o que é exatamente o melhor para si. E o melhor para si é o melhor para os outros, para a Igreja, o mundo. O medo da liberdade está muito presente aqui. Numa cultura do relativismo, superficialismo, do politicamente correto, parece que o discernimento está a embarcar na mesma. Mas é precisamente o contrário: uma proposta de ir para além da norma e do relativismo. A verdade não é uma coisa abstrata, é algo que tem que ser personalizadamente aceite e depois encarnado por cada pessoa. O discernimento tem de ser sempre feito num contexto concreto para atuar nesse contexto, não há discernimento em abstrato. Neste momento histórico, o que é que eu sou convidado a responder à realidade?
Numa cultura do relativismo, superficialismo, do politicamente correto, parece que o discernimento está a embarcar na mesma. Mas é precisamente o contrário: uma proposta de ir para além da norma e do relativismo. A verdade não é uma coisa abstrata, é algo que tem que ser personalizadamente aceite e depois encarnado por cada pessoa.
Isto também se aplica à escola: o professor quer ensinar o aluno a pensar, o aluno preguiçoso quer que o professor lhe diga o que tem de saber para passar no exame. Replicamos essa preguiça em todas as áreas da nossa vida. Discernimento é não nos resignarmos a uma vida igual a todos, mediana, mas apostar no máximo, no desejo mais profundo. Desejar ser santo.
Qual o desafio que isto representa para a Companhia, que já está habituada a esta gramática? O Papa tem pedido isto aos jesuítas.
Isso dá-me sempre um arrepio… A situação eclesial em que a Companhia se encontra é uma faca de dois gumes. Por um lado, é uma experiência muito consoladora de identificação com a linguagem que o Papa usa; por outro lado, é o risco de esquecer que o Papa é o Papa da Igreja toda e não da Companhia. Isto não pode ser interpretado por nós, nem por ninguém, como: agora a maneira de ser cristão é ser jesuíta. Há uma variedade enorme de carismas na Igreja, e que desenvolveram o discernimento. Isto não é um exclusivo nosso.
Entra aqui a questão da colaboração. A Companhia não como quem tem um produto para oferecer mas contribui com outros para a missão que é comum?
Era um dos pontos que o antigo superior geral gostava muito de referir: há uma missão da Igreja em que todos somos colaboradores. Isto vem contra a ideias das coutadas, em que os jesuítas tinham uma, os franciscanos outra… É uma mudança grande porque no lado clerical da Igreja criou-se muito a ideia da posse da missão. Até a nível pessoal: esta é a minha missão. Aqui entra também a questão inter-religiosa – o Espírito também trabalha fora da Igreja.
Esta questão de ir às periferias é um conceito bem interiorizado?
Inicialmente o uso do termo tinha a ver com a experiência pastoral prévia do Papa nas villa miseria. Mas as periferias são algo que ainda definimos a partir e em função do centro. E pode haver o risco de, se eu me desloco muito para as periferias, estas passarem a ser o centro. Quando olhamos para a experiência da Igreja, associamos Roma ao centro e as periferias às zonas de pobreza ou às experiências eclesiais da Ásia. Mas com o envelhecimento, a decadência que se experimenta na Igreja europeia, podemos estar a entrar numa fase histórica onde o antigo centro se tornou a periferia.
Onde a Igreja Católica Romana está a ser mais desafiada e a sua sobrevivência parece mais ameaçada é na Europa. Aqui há novos desafios porque a periferia não é a miséria e a pobreza económica, tem uma dimensão intelectual mais forte, e uma dimensão de testemunho frágil e votado ao fracasso
Onde a Igreja Católica Romana está a ser mais desafiada e a sua sobrevivência parece mais ameaçada é na Europa. Aqui há novos desafios porque a periferia não é a miséria e a pobreza económica, tem uma dimensão intelectual mais forte, e uma dimensão de testemunho frágil e votado ao fracasso. Mas o discurso de ir às periferias ainda está muito associado a sairmos da Europa e irmos para outras partes do mundo, que nós romantizamos e têm um imediato de gratificação enorme: vamos ajudar quem não tem nada, está de braços abertos e agradece. É fácil. Mas se vamos trabalhar nas periferias de Berlim, Paris ou Lisboa, aí são exigentes.
Porque nos questionam e põem em causa?
Quando fazem isso já não é mau! O pior é quando nos ignoram totalmente. Essa é que é a grande periferia da Igreja. Como é que se chega à juventude? O grande perigo e a doença da Igreja na Europa (com uma generalização muito grande) é a falta de fé. As pessoas desistiram de acreditar em Deus, não vale a pena. A juventude não é capaz, não precisa, não quer. O Papa fala contra isto: fala da alegria, da experiência de acreditar, dizendo que vale a pena. O grande perigo da Igreja é desistir de ter uma coisa boa para anunciar.
Há outra reflexão a fazer que foi, fruto do Concilio Vaticano II, o ter trazido para o centro da missão da igreja a missão social: o trabalho da justiça e de apoio ao desenvolvimento. O que era apenas uma obrigação de caridade, moral – sou cristão tenho a obrigação de ajudar -, passou a estar no centro da missão da Igreja. Além de anunciar Jesus, distribuir os sacramentos, dar formação e iniciar as pessoas na fé, a missão da Igreja passou a ser ir ao encontro dos outros, educar, promover, curar, etc. Isto foi uma revolução teológica, eclesiológica e na própria face da Igreja.
Uma pergunta que temos de fazer é se isto, nalgumas áreas e dimensões, não levou a Igreja a esquecer a sua missão evangelizadora. O pároco passa mais tempo no centro social do que a confessar. Eu acho que a Igreja está nesse ponto.. Sente-se mais isso na Europa onde, às tantas, se deixa de acreditar que vale a pena continuar a evangelizar. Isto a prazo é o fim da Igreja; antes de chegarmos lá é uma ONG. E como atualmente trabalhamos em contextos inter-religiosos, chegamos ao ponto de “somos cristãos e servimos os outros mas não podemos falar de Jesus Cristo”.
Fazemos um trabalho igual ao dos outros?
Sim, esse pode ser um grande risco. Isto não quer dizer: agora largamos tudo e voltamos para trás. Não pode haver uma missão social sem uma missão evangelizadora, sendo que a missão evangelizadora leva também necessariamente a uma missão social. São integradas. O que é essencial da Igreja é anunciar Jesus Cristo.
Talvez a grande questão do Concílio Vaticano II por resolver não seja entre conservadores e progressistas, a liturgia ou a teologia moral, mas este equilíbrio entre uma igreja presente nas periferias, em missão social, e uma igreja que continue a ser capaz de estar presente, como evangelizadora, nas periferias da descrença, da falta de sentido.
Há uma continuidade entre a nova evangelização proposta por João Paulo II e a de Francisco?
Não há descontinuidade no sentido de urgência mas Francisco vem com este mote da alegria. O estilo de João Paulo II era o da ortodoxia, de ir contra uma série de coisas que estavam a ser destrutivas e reafirmar um certo catolicismo. O Papa Francisco tenta fazer as coisas de outra forma.
Quer uma Igreja missionária que saia da sua zona de conforto?
Sim. Quer sair, com riscos, sem ter medo de se enlamear, de se enganar. Enquanto que a nova evangelização era a resposta de uma Igreja que se sentia ameaçada e a perder território. Não estou a dizer que uma está bem e outra mal, fazem parte do próprio processo de discernimento da Igreja, de ir encontrando o caminho à medida que se vai progredindo historicamente, num tempo que progride a um ritmo alucinante.
Como é que olha para este desafio, aqui a dois passos no Vaticano, e viajando pelo mundo? A Igreja aqui do centro está preparada para este desafio?
A minha referência continua a ser o mundo europeu e sinto muito este desafio de responder à situação na Europa que é assustadora. Portugal ainda é um pequeno oásis. Passámos pelas mesmas crises das outras Igrejas na Europa mas pastoralmente fomos capazes de manter uma presença com os jovens muito forte. E isso deu frutos.
Mas acho que há uma grande razão para a esperança. Para dar um exemplo, na Holanda, que é quase a expressão mais dramática dessa dissolução do catolicismo, a CVX renasceu.
Ou seja, o Espírito é o mesmo, e as questões e as buscas das pessoas são as mesmas. Não sei se daqui a 50, 100 anos não olharemos para trás e teremos uma perspicácia e clareza de onde é que estiveram as verdadeiras causas. À Igreja falta perceber que se calhar deixou mesmo de acreditar naquilo que tinha para anunciar.
* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.