Cuidar do doente, cuidando das relações

No domingo, dia 11, assinala-se o Dia Mundial do Doente. Este ano o Papa Francisco lembra-nos que o primeiro cuidado que uma pessoa necessita na doença é uma proximidade cheia de compaixão e ternura.

No domingo, dia 11, assinala-se o Dia Mundial do Doente. Este ano o Papa Francisco lembra-nos que o primeiro cuidado que uma pessoa necessita na doença é uma proximidade cheia de compaixão e ternura.

No domingo dia 11 assinala-se o Dia Mundial do Doente. Este ano, o Papa Francisco lembra-nos que o primeiro cuidado que uma pessoa necessita na doença é uma proximidade cheia de compaixão e ternura. “Não é conveniente que o homem esteja só”. É com base nesta frase bíblica que o Papa, na sua mensagem para o Dia Mundial do Doente, nos lembra a importância de cuidarmos da pessoa doente, cuidando das relações.

O homem é um ser social. A convivência com os outros e a pertença a diversos grupos são fundamentais para o nosso bem-estar físico e emocional. “Fomos criados para estar juntos, não sozinhos”, escreve o Papa. O aparecimento de uma doença grave gera fragilidade, incerteza, insegurança, isolamento, solidão e afeta a pessoa em todas as suas dimensões: física, social, racional, emocional e espiritual. A doença faz-nos perceber com clareza o quanto precisamos uns dos outros, a nossa necessidade básica de conexão.

O Papa salienta que o “primeiro cuidado que uma pessoa necessita na doença é uma proximidade cheia de compaixão e ternura”. A pessoa doente tem desejo de companhia e carinho. Tem desejo de se sentir ouvida e compreendida…

Somos todos chamados a tornarmo-nos próximos da pessoa doente. Como? A coisa mais preciosa que podemos oferecer é a nossa presença. Mas oferecer presença não é fácil. Muitas vezes estamos de corpo presente, mas com a cabeça ruminando acontecimentos passados ou antecipando problemas futuros, quando não totalmente distraídos com o telemóvel. E estar verdadeiramente presente para o outro significa estar com a atenção totalmente voltada para ele, no aqui e agora, em conexão, numa disposição de aceitação, de ouvir com curiosidade e coração aberto, sem julgamento.

Não precisamos de nos preocupar em dar respostas ou conselhos, primeiramente porque não as temos, mas também porque conselhos em geral nos afastam em vez de nos aproximar. Devemos tentar ser apenas uma companhia amorosa, acolhendo o outro e legitimando o que estiver a sentir compassivamente.

Quando foi a última vez que estivemos verdadeiramente presentes para uma pessoa, escutando-a e sentindo-a, tentando compreendê-la e, principalmente, disfrutando do momento presente com ela, sem distrações? Para o conseguir é preciso “abrandar os ritmos exasperados em que estamos imersos, e a reentrar em nós mesmos”, salienta o Papa. Daí a importância de cada um de nós desenvolver a capacidade de parar, para aproximarmo-nos da pessoa doente e conseguir oferecer uma presença que acrescente algo melhor à vida do outro.

Especialmente nós, cristãos, somos chamados a fazer crescer a cultura da ternura e da compaixão fazendo-nos próximos de quem está doente com o olhar compassivo de Jesus.

Este mês, a intenção de oração de “O vídeo do Papa” é pelos doentes terminais “Para que os doentes terminais e suas famílias recebam sempre os cuidados e o acompanhamento necessários, tanto do ponto de vista médico como humano”.

Pode ver o vídeo em baixo.

* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.