«Aqui a água foi bem agitada» – Papa Francisco em conversa com jesuítas em Portugal

Encontro do Papa Francisco com os jesuítas portugueses aconteceu no dia 5 de agosto, à margem da Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa. Conversa é agora publicada no Ponto SJ, em simultâneo com a Revista italiana La Civiltà Cattolica.

Encontro do Papa Francisco com os jesuítas portugueses aconteceu no dia 5 de agosto, à margem da Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa. Conversa é agora publicada no Ponto SJ, em simultâneo com a Revista italiana La Civiltà Cattolica.

No dia 5 de agosto de 2023, durante a sua viagem apostólica a Portugal para a Jornada Mundial da Juventude, o Papa Francisco encontrou-se às 17 horas com os Jesuítas no Colégio de São João de Brito, uma escola da Companhia de Jesus. Depois do primeiro acolhimento, o Provincial, P. Miguel Almeida, saudou o Papa: «Santo Padre, querido Papa Francisco, antes de mais agradecemos do fundo do coração por ter arranjado tempo, numa agenda tão preenchida e intensa, para estar connosco. Agradecemos do fundo do coração o facto de o passar com os seus irmãos, sentimo-nos verdadeiramente seus irmãos». Em seguida, fez uma breve apresentação da Província. «Historicamente – disse – somos uma Província antiga, fomos expulsos de Portugal três vezes e regressámos outras tantas. Dizem que a erva daninha é difícil de eliminar, pois bem, nós ainda cá estamos… Talvez por causa destas expulsões, por sermos uma Província sem dinheiro, mas também por causa do nosso carácter missionário historicamente forte, parece-me que duas características em particular fazem parte da identidade da Província: em primeiro lugar a criatividade, talvez porque tivemos de nos adaptar tantas vezes. E, em segundo lugar, a proximidade. As nossas obras são informais, pequenas, mas sempre próximas das pessoas. Penso que esta proximidade é uma caraterística do nosso trabalho pastoral, e consideramos isso uma grande graça. Somos pouco mais de 130 companheiros. Há 18 que ainda não foram ordenados e outros tantos que ainda não fizeram os seus últimos votos. Há quase 40 em formação. No contexto europeu, podemos dar graças a Deus, estamos-lhe verdadeiramente gratos». De seguida, apresentou as obras da Província Portuguesa: educação, pastoral universitária, paróquias, ação social e trabalho com o mundo da cultura. Depois relatou como a comunidade inaciana e tantos amigos, colaboradores e benfeitores partilham a missão e são uma graça para a Província.

Finalmente, falou dos Jesuítas e das comunidades: há um bom ambiente, mas «por outro lado, é verdade que algumas relações entre nós têm sido tensas. Tivemos algumas crises que causaram feridas profundas em alguns de nós. É por isso que lhe peço que reze por nós, porque estamos num processo de perdão e reconciliação, e não é fácil, somos todos humanos». O Papa respondeu:

Obrigada por tudo. Mas especialmente pela última coisa que disseste: «Sim, também há problemas aqui», por isso deu-lhe um toque de realidade, caso contrário teria sido uma descrição de um museu, onde tudo está no lugar e exposto na vitrina. Agradeço-te por isso, pelo realismo. Obrigado por estarem aqui, estou pronto para dialogar convosco. Façam-me perguntas! Perguntem o que quiserem. Não tenham medo de ser imprudentes nas perguntas. Imprudente, quando muito, serei eu a responder o que penso! A sério, vamos ter um diálogo fraterno e aberto.

 

Seguiram-se perguntas espontâneas.

Olá, Santo Padre, chamo-me Vasco, estudo Filosofia, sou o mais novo da Província, e por isso pediram-me para falar primeiro: os últimos serão os primeiros… Gostaria de lhe fazer uma pergunta. Perante os desafios da nossa geração, olhando para a nossa sociedade sexualizada, consumista…, na sua experiência como jesuíta, acha que a nossa formação está estruturada para enfrentar estes desafios? E como podemos cuidar melhor da nossa formação como jesuítas a nível afetivo, sexual, corporal?

Na verdade, estás a fazer duas perguntas, não estás? De facto, uma afirmação e uma pergunta. Vivemos numa sociedade «mundana», o que me preocupa muito. Preocupa-me quando o mundanismo se introduz na vida consagrada. Ainda hoje foi tornada pública uma carta que escrevi aos padres de Roma sobre o clericalismo, que é uma forma de mundanismo (nota 1). Vejam que o mundanismo espiritual é uma armadilha muito recorrente. É preciso aprender a distinguir: uma coisa é preparar-se para o diálogo com o mundo – como vocês fazem com o diálogo com o mundo da arte e da cultura – e outra coisa é comprometer-se com as coisas do mundo, com a mundanidade.

Fiquei muito impressionado ao ler a conclusão de um livro do Padre de Lubac: ele dedica as últimas quatro páginas da Meditação sobre a Igreja – são apenas quatro páginas, leiam-nas – à mundanidade espiritual. Vós, que fazeis discernimento, já vos interrogastes sobre a vossa mundanidade espiritual pessoal? Serei eu espiritualmente mundano? É uma pergunta que vos deixo. E sabeis o que diz de Lubac? Diz que este é o pior mal que pode penetrar na Igreja, pior ainda do que a época dos papas «libertinos».

Vós, que fazeis discernimento, já vos interrogastes sobre a vossa mundanidade espiritual pessoal? Serei eu espiritualmente mundano? É uma pergunta que vos deixo.

Mas atenção: é preciso dialogar com o mundo, porque não se pode viver em conserva. Não podem ser religiosos introvertidos, a sorrir para dentro, a falar para dentro, protegendo o vosso ambiente sem convocar ninguém. Portanto, é preciso sair para este mundo, com os valores e os desvalores que ele tem. E salientaste um pouco o problema da vida fácil, da vida burguesa, até «erotizada», como disseste, e é verdade…

No ano passado fiz um discurso – ou melhor, disse duas ou três palavras, e depois fizeram perguntas – a todos os padres que trabalham na Cúria. A maior parte deles são jovens. E a certa altura disse-lhes: «Aqui está uma coisa que vocês não dizem, que é a utilização dos telemóveis e a pornografia nos telemóveis. Quantos de vós veem pornografia no vosso telemóvel?». Depois de eu ter dito isto, disseram-me que um deles comentou: «Vê-se que ele passou horas no confessionário».

Quando eu era noviço, costumavam falar-nos da castidade, da santa castidade. Pediam-nos para não olharmos para fotografias um pouco audazes…, quer dizer, eram outros tempos. Tempos em que os problemas não eram tão graves e em que até estavam escondidos. Hoje, graças a Deus, a porta está escancarada e não há razão para os problemas ficarem escondidos. Se escondem os vossos problemas, é porque assim o querem fazer, mas a culpa não é da sociedade, nem tão pouco da vossa comunidade religiosa. Este é um dos méritos atuais da Companhia: não esconde os problemas, fala-se deles, tanto com o superior como entre vós.

Hoje em dia, o problema grave diz respeito aos refúgios ocultos da procura de si mesmo, que muitas vezes têm que ver com a sexualidade, mas também com outras coisas. O que fazer? Encontro ajuda no exame de consciência, como pedia Santo Inácio. Santo Inácio dispensava-o muito raramente. Dispensava-te da oração se estivesses doente, se não pudesses, mas não te dispensava do exame, porque serve para ver o que se passa dentro de ti. E há pessoas consagradas que têm o coração exposto aos quatro ventos, com as janelas abertas, com as portas abertas. Em suma, não têm consistência interna.

Ao que me perguntas, eu respondo: «Faz uma pergunta a ti próprio: que espírito me move? Qual é o espírito que habitualmente me move, e qual é o que me move hoje ou me moveu naquele dia?»

Não tenho medo da sociedade sexualizada, não; tenho medo da forma como nos relacionamos com ela, isso sim. Tenho medo dos critérios mundanos. Prefiro usar o termo «mundano», em vez de «sexualizado», porque o termo engloba tudo. Por exemplo, a ânsia de se promover. A vontade de se destacar ou, como dizemos na Argentina, de «trepar». E pensar que aqueles que trepam acabam por se magoar a si próprios.

Não tenho medo da sociedade sexualizada, não; tenho medo da forma como nos relacionamos com ela, isso sim. Tenho medo dos critérios mundanos. Prefiro usar o termo «mundano», em vez de «sexualizado», porque o termo engloba tudo. Por exemplo, a ânsia de se promover. A vontade de se destacar ou, como dizemos na Argentina, de «trepar». E pensar que aqueles que trepam acabam por se magoar a si próprios.

A minha avó, que era uma velha sábia, disse-nos um dia: «Na vida é preciso progredir», comprar um terreno, tijolos, uma casa… Palavras claras, vinham da experiência de uma emigrante, o meu pai também era emigrante. «Mas não confundam progredir», acrescenta a avó, «com trepar. De facto, quem trepa, trepa, trepa, e em vez de ter uma casa, montar um negócio, trabalhar ou conseguir um cargo, quando está no topo a única coisa que mostra é o traseiro». Isto é sabedoria.

Boa tarde, Santidade, muito obrigado mais uma vez. O meu nome é Lourenço e trabalho com crianças e jovens num bairro pobre dos arredores de Lisboa. Falou-nos muitas vezes da importância da proximidade e da amizade com os pobres e os migrantes. Gostaria de lhe perguntar o que nós, jesuítas, podemos fazer, pessoalmente e nas nossas comunidades, para que o nosso modo de vida e o nosso testemunho sejam cada vez mais um sinal profético, para que tenhamos um maior impacto na vida dos mais pobres. Muito obrigado.

O trabalho com os pobres, que está implícito na Fórmula Inaciana, na Companhia seguiu vários caminhos, várias pistas; houve também alguns desvios, mas foi uma procura muito intensa, sobretudo no último século.

Lembro-me que na Argentina – quando eu era estudante – um dos padres foi viver para uma villa miseria, (nota 2) e olhavam-no um pouco de lado, um pouco como o Padre Llanos em Madrid (nota 3). Era considerado um louco. Já não é assim. Hoje vemos que a própria espiritualidade nos leva nessa direção, para um compromisso com os que estão à margem: não só à margem da religião, mas também à margem da vida.

Depois, no tempo do Padre Janssens (nota 4), nasceram os centros de investigação e de ação social, que abriram na altura um belo caminho de reflexão, e finalmente veio a «inserção» direta, a escolha de viver com os pobres. É por isso que mencionei aquele padre, um dos que tiveram a coragem de se inserir. Hoje, a inserção entre os pobres ajuda-nos, evangeliza-nos. Santo Inácio obriga-nos a fazer um voto, o de não mudar a pobreza na Companhia, exceto para a tornar mais apertada. Há nisto uma intuição, um espírito de pobreza que creio que todos devemos ter.

Em suma, o que é que há na espiritualidade inaciana? Sim, há a opção pelos pobres e o acompanhamento dos pobres. Mas será talvez a única forma de alcançar a justiça social? Não é a única. Há mil maneiras de abordar os problemas sociais. A inserção tem provavelmente uma autenticidade maravilhosa, porque significa partilha. E permite-nos conhecer e seguir a sabedoria popular.

O que é que há na espiritualidade inaciana? Sim, há a opção pelos pobres e o acompanhamento dos pobres. Mas será talvez a única forma de alcançar a justiça social? Não é a única. Há mil maneiras de abordar os problemas sociais. A inserção tem provavelmente uma autenticidade maravilhosa, porque significa partilha. E permite-nos conhecer e seguir a sabedoria popular.

Deixem que vos conte uma coisa. Quando era arcebispo, gostava de ir à villa miseria. Um dia fui lá, o Papa João Paulo II estava muito doente. Apanhei o autocarro para uma das villas e, quando cheguei, disseram-me que o Papa tinha morrido. Celebrei a missa com as pessoas e depois parámos para conversar. Uma senhora idosa perguntou-me: «Pode dizer-me como se elege um Papa?» Eu expliquei… «E tu, podem fazer de ti Papa?» Eu disse: «Podem fazer de qualquer pessoa Papa». E ela respondeu: «O meu conselho é: se o fizerem Papa, compre um cãozinho». «Porquê?», perguntei-lhe. «Primeiro, dê de comer ao cãozinho», respondeu ela. A velhota era pobre, de uma villa miseria, mas entendia sobre assuntos de Igreja….

É uma coisa interessante. Os pobres têm uma sabedoria especial, a sabedoria do trabalho, e também a sabedoria de assumir com dignidade o trabalho e a sua condição. Quando os pobres se «enfurecem» por não poderem suportar a sua situação – o que é compreensível – então pode instalar-se o ressentimento e o ódio. Também esta é a nossa tarefa: ao acompanhar os pobres, devemos evitar que se deixem dominar, com o objetivo de os ajudar a caminhar, a progredir e a reconhecer a sua dignidade. Há problemas graves nos bairros pobres, que não são mais graves do que aqueles que por vezes existem nas zonas residenciais, só que estes permanecem escondidos.

Há problemas graves, mas há também muita sabedoria, nas pessoas que vivem do seu trabalho, que tiveram de emigrar, que sofrem, e isso vê-se na forma como suportam a doença, como suportam a morte. A pastoral popular é uma riqueza e, por isso, aqueles de vós que são chamados a fazê-la, façam-na de todo o coração, porque é bom para toda a Companhia.

Papa Francisco, gostaria de lhe fazer uma pergunta como seu irmão. Chamo-me Francisco e no ano passado passei um ano sabático nos Estados Unidos. Houve uma coisa que me impressionou muito e que por vezes me fez sofrer. Vi muitos, mesmo bispos, a criticar a sua maneira de conduzir a Igreja. E muitos acusam também os jesuítas, que são normalmente uma espécie de recurso crítico do Papa, de não o serem agora. Até gostariam que os jesuítas o criticassem explicitamente. Tem saudades das críticas que os jesuítas faziam ao Papa, ao Magistério, ao Vaticano?

Verificaste que nos Estados Unidos a situação não é fácil: há uma atitude reacionária muito forte, organizada, que estrutura uma adesão também afetiva. Quero lembrar a estas pessoas que voltar atrás é inútil e que é preciso compreender que há uma evolução correta na compreensão das questões de fé e de moral, desde que se sigam os três critérios que Vicente de Lérins já indicava no século V: que a doutrina evolui ut annis consolidetur, dilatetur tempore, sublimetur aetate (nota 5). Por outras palavras, a doutrina também progride, dilata-se com o tempo, consolida-se e torna-se mais firme, mas sempre progredindo. A mudança desenvolve-se da raiz para cima, crescendo com estes três critérios.

Passemos ao concreto. Hoje é pecado possuir bombas atómicas; a pena de morte é um pecado, não pode ser praticada, e antes não era assim; quanto à escravatura, alguns Papas antes de mim toleravam-na, mas hoje as coisas são diferentes. Portanto, muda-se, muda-se, mas com estes critérios. Gosto de usar a imagem «para cima», ou seja, ut annis consolidetur, dilatetur tempore, sublimetur aetate. Sempre nesse caminho, partindo da raiz, com uma seiva que sobe e sobe, e é por isso que a mudança é necessária.

Vicente de Lérins faz a comparação entre o desenvolvimento biológico do homem e a transmissão de uma época a outra do depositum fidei, que cresce e se consolida com o passar do tempo. Eis que a compreensão do homem muda com o tempo, assim como a consciência do homem se aprofunda. As outras ciências e a sua evolução ajudam também a Igreja neste crescimento da compreensão. A visão da doutrina da Igreja como um monólito é errada.

Mas há quem se ponha de lado, quem ande para trás, são aquilo a que chamo «retrocedistas». Quando se anda para trás, forma-se algo fechado, desligado das raízes da Igreja e perde-se a seiva da revelação. Se não se muda para cima, retrocede-se, e então assumem-se critérios de mudança diferentes daqueles que a própria fé nos dá para crescer e mudar. E os efeitos sobre a moral são devastadores.

Mas há quem se ponha de lado, quem ande para trás, são aquilo a que chamo «retrocedistas». Quando se anda para trás, forma-se algo fechado, desligado das raízes da Igreja e perde-se a seiva da revelação. Se não se muda para cima, retrocede-se, e então assumem-se critérios de mudança diferentes daqueles que a própria fé nos dá para crescer e mudar. E os efeitos sobre a moral são devastadores. Os problemas que os moralistas têm de enfrentar hoje são muito graves e, para os enfrentar, têm de correr o risco de mudar, mas na direção que eu dizia.

Estiveste nos Estados Unidos e dizes ter vivido um clima de fechamento. Sim, sinto que se pode viver esse clima em algumas situações. Mas depois perde-se a verdadeira tradição e recorre-se a ideologias para obter apoio e apoios de todo o tipo. Por outras palavras, a ideologia substitui a fé, a pertença a um sector da Igreja substitui a pertença à Igreja.

Quero prestar homenagem à coragem de Arrupe. Arrupe encontrou uma Companhia que estava, por assim dizer, atolada. O P. Geral Ledóchowski redigiu o Epitome… vocês, jovens, sabem o que é o Epitome? (nota 6) Nem pensar, do Epitome não resta nada! Era uma seleção de Constituições e Regras, tudo misturado. Mas Ledóchowski, que era muito ordeiro, com a mentalidade da época, disse: «Estou a compilá-lo para que os jesuítas fiquem esclarecidos sobre tudo o que têm de fazer». E enviou a primeira cópia a um abade beneditino de Roma, um grande amigo seu, que lhe respondeu com uma nota: «Com isto, mataste a Companhia».

Por outras palavras, formou-se a Companhia do Epítome, a Companhia que eu experimentei no noviciado, embora com grandes mestres, que foram de grande ajuda, mas alguns ensinaram certas coisas que fossilizaram a Companhia. Essa foi a espiritualidade que Arrupe recebeu, e teve a coragem de a pôr em movimento. Alguma coisa saiu fora de controlo, como é inevitável, como a questão da análise marxista da realidade. Depois teve de esclarecer algumas coisas, mas era um homem que sabia olhar para a frente. E com que instrumentos é que Arrupe enfrentou a realidade? Com os Exercícios Espirituais. E em 1969 fundou o Centro Inaciano de Espiritualidade. O secretário deste Centro, o P. Luís González Hernández, foi encarregado de percorrer o mundo para dar os Exercícios e abrir este novo panorama.

Esses grupos americanos de que falas, tão fechados, estão a isolar-se. E em vez de viverem da doutrina, da verdadeira doutrina que sempre se desenvolve e dá fruto, vivem de ideologias. Mas quando se abandona a doutrina na vida para a substituir por uma ideologia, perdeu-se, perdeu-se como na guerra.

Vós, os mais jovens, não vivestes estas tensões, mas o que dizeis de certos setores nos Estados Unidos faz-me lembrar o que já vivemos com o Epitome, que gerou uma mentalidade toda enrijecida e quadrada. Esses grupos americanos de que falas, tão fechados, estão a isolar-se. E em vez de viverem da doutrina, da verdadeira doutrina que sempre se desenvolve e dá fruto, vivem de ideologias. Mas quando se abandona a doutrina na vida para a substituir por uma ideologia, perdeu-se, perdeu-se como na guerra.

Santo Padre, o senhor é para mim o Papa dos meus sonhos depois do Concílio Vaticano II. O que é que sonha para a Igreja do futuro?

Muitos estão a questionar o Vaticano II sem o nomear. Põem em causa os ensinamentos do Vaticano II. E se olho para o futuro, penso que temos de seguir o Espírito, ver o que ele nos diz, com coragem. Na semana passada, li o documento que faz o ponto da situação da Companhia de Jesus, De statu Societatis. Fala do hoje, mas sempre com abertura. Indica a possibilidade de avançar, a necessidade de continuar nesse caminho. Por isso, o meu sonho para o futuro é estarmos abertos ao que o Espírito nos diz, abertos ao discernimento e não ao funcionalismo.

Conheço bem o «testamento» de Arrupe quando, na Tailândia, se dirigiu aos jesuítas que estavam a trabalhar nos centros de refugiados. De que é que ele lhes falou? Sobre a oração. Àquelas pessoas que estavam ocupadas a trabalhar com refugiados, ele falou de oração. Na viagem de regresso, teve um AVC, e esse foi o seu testemunho.

Com a oração, o jesuíta vai em frente, não tem medo de nada, porque sabe que o Senhor lhe inspirará, a seu tempo, o que tem de fazer. Quando um jesuíta não reza, torna-se um jesuíta seco. Em Portugal poder-se-ia dizer que se tornou «um bacalhau»…

Com a oração, o jesuíta vai em frente, não tem medo de nada, porque sabe que o Senhor lhe inspirará, a seu tempo, o que tem de fazer. Quando um jesuíta não reza, torna-se um jesuíta seco. Em Portugal poder-se-ia dizer que se tornou «um bacalhau»…

 

Sua Santidade, muito obrigado por ter vindo aqui. Chamo-me Frederico, e o Provincial nomeou-me recentemente Mestre de Noviços. Falou dos Exercícios. Santo Inácio, no início, descreve-os como um tempo para reordenar a vida, para não se deixar determinar por afetos desordenados. Que afetos desordenados acha que são mais frequentes na Igreja, e especialmente na Companhia?

Hoje foi publicada a carta sobre a mundanidade e o clericalismo. É sobre estes dois pontos que gostaria de chamar a atenção do nosso clero. O clericalismo infiltra-se nos padres, mas é ainda pior quando se infiltra nos leigos. Os leigos clericalizados são assustadores. Respondo com esses dois espíritos, o mundanismo e o clericalismo, que podem fazer muito mal à Companhia.

Que espírito me moveu? Tive um grande mestre espiritual, o P. Fiorito, autor de muitos livros (nota 7). Foi ele que me deu a conhecer as obras de um diretor espiritual do século XVIII, do Escolasticado de Chantilly, um jesuíta, o P. Claude Judde, a quem devemos um belíssimo texto sobre o discernimento, sobre as «frases que nos motivam», isto é, as palavras que digo a mim mesmo para tomar uma decisão, ou que me guiam por um caminho e não por outro (nota 8).

Volto ao assunto. A preocupação dos grandes jesuítas quanto ao espírito que se insinua pode ser útil. Sim, hoje és provavelmente guiado pelo bom espírito, e tens de agradecer ao Senhor. Mas amanhã o outro pode infiltrar-se. Não esqueçais a parábola do Evangelho. Quando o espírito mau sai de um homem, este vagueia pelo deserto e aborrece-se. Entretanto, esse homem começa a sua conversão, muda tudo. Passado algum tempo, um dia o espírito diz para si próprio: «Quero ver a casa que tinha antes, vamos ver em que estado está». Ele olha pela janela e não acredita no que vê: tudo em ordem, tudo limpo. Então, vai à procura de sete piores do que ele e, com esses pequenos diabos, com os outros sete demónios, entra na casa. Mas entra educadamente, sem dar nas vistas.

Assim, um exame de consciência sério deve alertar para os demónios que tocam à campainha, que pedem «licença», que não se parecem com nada e que depois tomam conta da casa. Jesus conclui que o estado do homem acaba por ser pior do que antes. Por outras palavras, é preciso ter cuidado para não escorregar aos poucos. Há um tango argentino muito bonito que se chama Barranca abajo, «descendo a ravina». Quando uma pessoa começa a deslizar pela ravina, está perdida. Desliza para baixo e, de baixo, somos atraídos. Daí a importância de se fazer um exame de consciência, para que os demónios «educados» não entrem discretamente.

Tantas pessoas – tê-las-eis visto nos Exercícios, pessoas boas, pessoas zelosas – ao fim de algum tempo acabam em desolação, acabam por viver de um modo mundano, de um modo não cristão. Como é que chegaram a isso? Por causa dessa falta de introspeção, de exame de consciência, que é estar alerta para ver se há sete demónios, piores do que o primeiro.

É por isso que recomendo: levem o exame a sério, não o negligenciem e sejam honestos, porque não se trata apenas de pecado – isso fica para a confissão –, porque o exame é uma coisa quotidiana: o que é que se passou hoje no meu coração? Não se deve abandonar esta prática.

É por isso que recomendo: levem o exame a sério, não o negligenciem e sejam honestos, porque não se trata apenas de pecado – isso fica para a confissão –, porque o exame é uma coisa quotidiana: o que é que se passou hoje no meu coração? Não se deve abandonar esta prática.

Caro Santo Padre, sou o Irmão José, o Irmão (nota 9) mais jovem da Província portuguesa. Tenho 56 anos de idade e 32 de Companhia. A Companhia de Jesus está a atravessar uma grande crise de vocações de Irmãos, em todo o mundo, particularmente na Europa, e obviamente também em Portugal. Neste momento, segundo as estatísticas da Cúria Geral, os irmãos são apenas 5% dos jesuítas da Companhia. Gostaria de lhe perguntar: o que é que acha que a Companhia de Jesus pode fazer, no campo das vocações, para sair desta crise e talvez viver em paz, de modo a ter mais jovens que queiram ser irmãos jesuítas?

No ano passado, o Padre Geral convidou-me para falar num encontro de irmãos de todo o mundo. E eles estavam realmente entusiasmados não apenas em viver como irmãos, mas também em tornar conhecida esta vocação. Sim, houve um tempo em que havia muitos, muitos irmãos na Companhia.

Quando eu era Provincial, as melhores informações para a ordenação de um escolástico eram-me dadas pelos irmãos ou pelas mulheres que trabalhavam na casa de formação. Lembro-me de um irmão, verdadeiro homem de Deus, que quase não falava, cumpria os seus deveres, sempre com um sorriso, e rezava muito. Uma vez pedi-lhe que falasse sobre um caso. Ele veio ter comigo e disse-me: «Olhe, não ordene aquele escolástico. Não o mande embora, mas não o ordene, e fique a ver». Seis meses depois, o escolástico em questão deixou a Companhia, porque não tinha suportado não ser ordenado no tempo previsto. Percebeu-se uma vida afetiva muito confusa.

Os Irmãos têm um bom olho, são de alguma maneira a memória da Companhia, a memória quotidiana. Na comunidade de La Civiltà Cattolica, morreu recentemente o Irmão Carlo Rizzo. Que idade tinha ele, António? Isso, 97! E aquele santo homem sabia tudo sobre os intelectuais com quem vivia! Servia em silêncio.

Eu diria que para a vocação de irmãos não devemos procurar candidatos – o Senhor se encarregará disso – mas devemos abrir as portas para ver essa possibilidade em tantos jovens.

Eu diria que para a vocação de irmãos não devemos procurar candidatos – o Senhor se encarregará disso – mas devemos abrir as portas para ver essa possibilidade em tantos jovens.

 

Santo Padre, eu sou o João, abracei-o em Roma há alguns anos, mas não lhe disse o meu nome porque estava muito emocionado. Trabalho no centro universitário de Coimbra. Quero fazer-lhe uma pergunta difícil. No seu discurso na cerimónia de boas-vindas, na passada quinta-feira, aqui em Lisboa, disse que todos somos chamados como somos e que há lugar para todos na Igreja. Eu faço trabalho pastoral todos os dias com jovens universitários, e entre eles há muitos muito bons, muito comprometidos com a Igreja, com o centro, muito amigos dos jesuítas e que se identificam como homossexuais. Sentem-se parte ativa da Igreja, mas muitas vezes não veem na doutrina a maneira de viver a sua afetividade, e não veem no apelo à castidade um apelo pessoal ao celibato, mas sim uma imposição. Sendo eles virtuosos noutras áreas da sua vida, e conhecendo a doutrina, podemos dizer que estão todos em erro, porque não sentem, em consciência, que as suas relações são pecaminosas? E como podemos, em termos pastorais, agir para que estas pessoas se sintam, no seu modo de vida, chamadas por Deus a uma vida afetiva sã e que produza frutos? Podemos reconhecer que as suas relações têm potencialidades para se abrirem e darem sementes de verdadeiro amor cristão, como o bem que podem fazer, a resposta que podem dar ao Senhor?

Penso que o apelo dirigido a «todos» não tem discussão. Jesus é muito claro: todos. Os convidados não quiseram vir à festa. Por isso, ele disse para irmos às encruzilhadas e chamar todos, todos, todos. E para que fique claro, Jesus diz «sãos e doentes», «justos e pecadores», todos, todos, todos. Por outras palavras, a porta está aberta a todos, todos têm o seu espaço na Igreja. Como é que cada um o vive? Ajudamos as pessoas a viver de forma a poderem ocupar esse lugar com maturidade, e isto aplica-se a todo o tipo de pessoas.

Em Roma, conheço um padre que trabalha com rapazes homossexuais. É claro que hoje em dia o tema da homossexualidade é muito forte, e a sensibilidade em relação a ele muda consoante as circunstâncias históricas. Mas o que não me agrada nada, de um modo geral, é que olhemos para o chamado «pecado da carne» com uma lupa, como fizemos durante tanto tempo em relação ao sexto mandamento. Se explorávamos os trabalhadores, se mentíamos ou fazíamos batota, não interessava, mas sim os pecados abaixo da cintura.

Portanto, todos são convidados. É esse o ponto. E a cada um deve ser aplicada a atitude pastoral mais adequada. Não podemos ser superficiais e ingénuos, forçando as pessoas a coisas e comportamentos para os quais ainda não estão maduras, ou não são capazes. Acompanhar espiritualmente e pastoralmente as pessoas exige muita sensibilidade e criatividade. Mas todos, todos, todos são chamados a viver na Igreja: nunca se esqueçam disso.

Não podemos ser superficiais e ingénuos, forçando as pessoas a coisas e comportamentos para os quais ainda não estão maduras, ou não são capazes. Acompanhar espiritualmente e pastoralmente as pessoas exige muita sensibilidade e criatividade. Mas todos, todos, todos são chamados a viver na Igreja: nunca se esqueçam disso.

Aproveito a tua pergunta e quero acrescentar algo mais que diz respeito às pessoas transexuais. Uma freira de Charles de Foucauld, a Irmã Geneviève, que tem oitenta anos e é capelã no Circo de Roma com duas outras irmãs, assiste às audiências gerais de quarta-feira. Vivem numa casa ambulante ao lado do Circo. Um dia fui visitá-las. Têm a pequena capela, a cozinha, a zona de dormir, tudo bem organizado. E essa freira também trabalha muito com raparigas transgénero. E um dia ela disse-me: «Posso levá-las à audiência?». «Claro!», respondi-lhe, «porque não?». E vêm sempre grupos de mulheres transgénero. A primeira vez que vieram, estavam a chorar. Perguntei-lhes porquê? Uma delas disse-me: «Não pensei que o Papa me pudesse receber!». Depois, após a primeira surpresa, habituaram-se a vir. Algumas escrevem-me e eu respondo-lhes por correio eletrónico. Todos são convidados! Apercebi-me de que estas pessoas se sentem rejeitadas, e isso é muito duro.

Olá, Santidade, chamo-me Domingos, estou a iniciar a etapa de formação que é o «magistério» (nota 10). Pede-nos sempre que rezemos por si… Poderia partilhar connosco o que mais pesa no seu coração neste momento? O que é que mais o faz sofrer? Por um lado, o que é que lhe pesa no coração e, por outro lado, que alegrias experimenta neste momento?

A alegria que mais tenho em mente é a preparação do Sínodo, mesmo que por vezes veja, nalgumas partes, que há falhas na forma como é conduzido. A alegria de ver como dos pequenos grupos paroquiais, dos pequenos grupos de igrejas, surgem reflexões muito bonitas e há um grande fermento. É uma alegria.

A este respeito, gostaria de reiterar uma coisa: o Sínodo não é uma invenção minha. Foi Paulo VI, no final do Concílio, que se apercebeu de que a Igreja Católica [latina] tinha perdido a sinodalidade. A oriental mantém-na. Por isso, disse: «É preciso fazer alguma coisa», e criou o Secretariado para o Sínodo dos Bispos. Desde então, os progressos têm sido lentos. Por vezes de forma muito imperfeita. Há algum tempo, em 2001, participei como Presidente Delegado no Sínodo dedicado ao bispo como servidor do Evangelho de Jesus Cristo para a esperança do mundo. Quando estava a preparar as coisas para a votação do que tinha saído dos grupos, o Cardeal responsável pelo Sínodo disse-me: «Não, não ponhas isso. Tira isso». Em suma, queriam um Sínodo com censura, uma censura curial que bloqueava as coisas.

Ao longo do caminho houve essas imperfeições. Eram muitas, mas ao mesmo tempo era um caminho que estava a ser percorrido. Quando se completaram cinquenta anos da criação da Secretaria do Sínodo dos Bispos, assinei um documento redigido por teólogos especialistas em teologia sinodal. Se querem ver um bom resultado depois de cinquenta anos de caminho, olhem para esse documento (nota 11). E nos últimos 10 anos continuámos a progredir, até chegarmos, penso eu, a uma expressão madura do que é a sinodalidade.

A sinodalidade não tem que ver com a procura de votos, como faria um partido político, não tem que ver com preferências, com a pertença a este ou àquele partido. Num Sínodo, o protagonista é o Espírito Santo. Ele é o protagonista. Por isso, é preciso deixar que o Espírito guie as coisas.

A sinodalidade não tem que ver com a procura de votos, como faria um partido político, não tem que ver com preferências, com a pertença a este ou àquele partido. Num Sínodo, o protagonista é o Espírito Santo. Ele é o protagonista. Por isso, é preciso deixar que o Espírito guie as coisas. Deixem-no exprimir-se como na manhã de Pentecostes. Penso que esse é o caminho mais forte.

Falando de preocupações, obviamente que uma coisa que me preocupa muito, sem dúvida, são as guerras. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, as guerras são incessantes em todo o mundo. E hoje vemos o que está a acontecer no mundo. Escusado será acrescentar palavras.

 

Muito obrigado, Santidade, por ter vindo a Lisboa. O meu nome é também Francisco. Vossa Santidade mudou de facto o ambiente desta cidade e deste país, e diria mesmo de todo o mundo cristão. Eu fui um dos três últimos a fazer os últimos votos. Sinto muito a consciência de trabalhar ao seu lado. Por isso pergunto: qual é a nossa missão como Igreja, como Companhia universal e como Província portuguesa? Qual é o nosso papel para colher os frutos desta Jornada Mundial da Juventude? As coisas estão a mudar muito, as pessoas estão muito entusiasmadas: o que devemos fazer para não perder a grande oportunidade que nos deixa?

A Jornada Mundial da Juventude está a envolver muitos jovens em Portugal. É preciso acolher a inquietação dos jovens e ajudá-los a desenvolvê-la, para que essa inquietação não se transforme numa memória do passado. Por outras palavras, a inquietação deve poder desenvolver-se pouco a pouco. A Jornada Mundial da Juventude é uma sementeira no coração de cada rapaz e rapariga. Por isso, não pode acabar por se tornar a memória de um sentimento do passado. Tem de dar frutos, e isso não é fácil. Peço-vos que continuem, com os jovens que estão presentes, mas também com aqueles que não participaram. Aqui a água foi bem agitada, e o Espírito Santo aproveita para tocar os corações. Cada um destes jovens sai diferente, esta «diversidade» deve ser mantida. E agora é a vossa vez: acompanhem-nos para que se mantenha e cresça. É tempo de lançar as redes, no sentido evangélico da palavra.

Obrigado, Santo Padre, por ter vindo!

Notas:

1. Lettera del Santo Padre Francesco ai Sacerdoti della Diocesi di Roma pode ser lida aqui.

NT: Pode ser encontrada uma tradução não oficial para português da Carta do Santo Padre Francisco aos Sacerdotes da Diocese de Roma aqui.

2. Na Argentina, às zonas de habitação informal constituídas por barracas e casas muito pobres chamada-se villa miseria. O seu nome deriva do romance de Bernardo Verbitsky, Villa Miseria también es América (1957), que descreve as terríveis condições de vida dos migrantes internos.

3. P. José María de Llanos, conhecido como «Padre Llanos» (Madrid, 26 de abril de 1906 – Alcalá de Henares, 10 de fevereiro de 1992), foi um jesuíta espanhol, o mais conhecido dos chamados «padres operários» em Espanha.

4. NT: O P. Jean-Baptiste Janssens, SJ foi um jesuíta belga, e o 27.º superior geral da Companhia entre 1946 a 1964.

5. NT: «Que sejam consolidados pelos anos, expandidos pelo tempo, exaltados pela idade.»

6. Aqui o Papa refere-se a uma espécie de sumário prático em uso na Companhia e reformulado no século XX, que era visto como um substituto das Constituições. A formação da Companhia pelos jesuítas, durante algum tempo, foi moldada por este texto, a tal ponto que alguns nunca leram as Constituições, que são o texto fundador. Para o Papa, durante este período na Companhia, as regras corriam o risco de se sobreporem ao espírito, e a tentação de explicitar o carisma e de o declarar em demasia venceu.

7. P. Miguel Ángel Fiorito, jesuíta, foi o padre espiritual de Francisco. La Civiltà Cattolica publicou os seus escritos em cinco volumes que podem ser consultados aqui.

8. Cfr. C. Judde, Oeuvres spirituelles, Lyon, Perisses, 1883, II, 313-319.

9. Os irmãos jesuítas com votos religiosos, e sem receberem a ordenação sacerdotal, consagram as suas vidas para ajudar a missão comum do corpo da Companhia.

10. Etapa da formação de um jesuíta, que geralmente envolve a realização de uma atividade apostólica entre o estudo da Filosofia e da Teologia.

11. NT: O discurso do Papa Francisco na comemoração do cinquentenário da instituição do Sínodo dos Bispos em 2015 pode ser encontrado aqui.

 

Fotografias: Santa Sé

* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.