A Igreja vive tempos de mudança. Animada pelo Papa Francisco, procura novas formas de acolher e anunciar o Evangelho e novos caminhos que respondam às questões do mundo e da vida das pessoas, e que sejam capazes de reanimar as comunidades cristãs.
Parte desta reflexão tem passado pelo Sínodo, posto em marcha pelo Papa em 2022. É no contexto deste processo sinodal que propomos esta viagem e nos fazemos à estrada. Queremos visitar a terra onde viveu o santo que inspira o seu pontificado, Francisco de Assis, e ir, assim, às origens do seu pensamento. Queremos também aprofundar o conhecimento dos fundamentos inacianos do Papa e o modo como informam o seu olhar sobre a realidade.
Em ano de Jubileu, queremos ir ao coração da ação apostólica da Igreja – Roma – e ao encontro do nosso Pastor para, com ele, celebrar a nossa fé, conscientes de que é preciso encontrar formas novas para a expressar e viver numa sociedade laica e plural, principalmente para as gerações mais novas.
Em 2025, celebraremos outras datas importantes que dão sentido à experiência eclesial a que nos propomos: 10 anos da encíclica Laudato Sí, 60 anos do Concílio Vaticano II e 800 anos do Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis.
Inspirados pela exortação apostólica Evangelii Gaudium, documento basilar do pontificado de Francisco, construímos esta viagem sobre os quatro princípios aí enunciados.
A realidade é superior à ideia. É uma das ideias mais centrais da ação pastoral do Papa Francisco. Cada pessoa, com a sua história e circunstância, é mais importante do que todas as idealizações e projeções que possamos criar. Nesta viagem, vamos ao encontro uns dos outros, em busca de uma relação verdadeira e profunda com Deus e com o mundo, confiantes de que é entre as fragilidades, as alegrias e os desafios da vida concreta que Jesus se faz presente e caminha connosco.
O tempo é superior ao espaço. O caminho que percorremos será certamente mais longo na distância dos séculos do que do território. 800 anos separam os dois Franciscos que inspiram este percurso, mas as razões da fé destes dois homens não andam longe uma da outra. No espaço, percorremos apenas umas centenas de quilómetros, visitando cidades muito distintas, onde a vivência da fé também tem expressões diferentes. Mais importante será ocuparmo-nos em iniciar processos interiores do que em possuir espaços e lugares.
A unidade é superior ao conflito. O mundo vive tempos de conflito e tensão. Sentimo-lo à escala global, com tantas guerras, mas também ao nível social, político, eclesial e nas relações pessoais. Apesar de acreditar que a tensão pode ser geradora de bem – porque gera processos e diálogo – o Papa é um profundo defensor da unidade. A unidade que nos cose por dentro e mantém inteiros, a unidade que garante a paz no mundo e nas sociedades e a unidade na Igreja, que nos faz caminhar juntos. É isso que buscaremos nas celebrações, orações, nas conversas de grupo e nos encontros que teremos com leigos e religiosos que trabalham em várias organizações da Igreja.
O todo é superior à parte. Este pilar essencial do pensamento de Francisco sublinha-nos a individualidade e o facto de sermos criados únicos e irrepetíveis lembra-nos que fomos criados para o todo. Em grupo faremos esse exercício de reconhecer o bem maior que trazemos e somos para benefício de todos. E já em Roma, coração da igreja universal, em ano jubilar, poderemos experimentar ser parte deste todo que nos transcende no tempo – milhares de anos antes e para além de nós – e no espaço, contactando com crentes de todas as partes do mundo.
Programa da viagem (sujeito a ajustes)
Iniciaremos o nosso percurso visitando Orvieto, uma pequena cidade medieval a caminho de Assis, famosa pela sua catedral. Na cidade de São Francisco estaremos três dias para visitar as basílicas e monumentos, e conhecer a vida da comunidade franciscana. Teremos encontros com os que aqui vivem e trabalham, conheceremos projetos que encontram inspiração neste lugar como o Movimento Laudato Sí e o Movimento da Economia de Francisco, e faremos experiência de oração nos lugares de Francisco de Assis.
Seguiremos de autocarro até Castel Gandolfo, residência de férias do Papa, para conhecer o projeto que aí está a nascer: o Borgo Laudato Sí. Já em Roma visitaremos os locais inacianos da cidade, fontes nas quais o jesuíta Jorge Mario Bergoglio ergueu os fundamentos da sua espiritualidade. Além dos lugares esplendorosos que avistaremos nas ruas da Cidade Eterna, visitaremos as catacumbas onde os cristãos viveram a sua fé de forma escondida. Alinhados com o pensamento franciscano e inaciano conversaremos com algumas pessoas que trabalham nas periferias existenciais que o Papa Francisco tem defendido: as migrações, o diálogo inter-religioso e a construção da paz, a comunicação, entre outros. Em ano de jubileu, celebraremos a fé juntamente com o nosso Pastor e sonharemos com ele uma igreja para o futuro.
A viagem será acompanhada espiritualmente pelo P. João Goulão, sj e por Rita Sacramento Monteiro.
O P. João Goulão é diretor do Centro Universitário Padre António Vieira, em Lisboa (CUPAV), e tem um longo trabalho com os jovens. Rita Sacramento Monteiro trabalha para o movimento internacional A Economia de Francisco e é membro da Comissão Nacional Justiça e Paz. Ambos integram o Conselho Editorial do Ponto SJ.
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* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.