No dia 4 de agosto, o terceiro dia em Portugal, Francisco prosseguiu a sua agenda intensa criteriosamente preenchida com o objetivo de chegar a todos. Foram encontros que reuniram multidões, em que o Papa falou para o todo mas que pareceu estar a dirigir-se a cada um, o que é de facto comovente e tocante. Francisco manteve a atenção nos mais frágeis, vulneráveis e necessitados, desde que chegou a Lisboa, e não houve um dia em que não parasse entre percursos para abençoar crianças ou aproximar-se de alguém.
O dia começou cedo para o Santo Padre, no Parque do Perdão, onde administrou o sacramento da reconciliação a alguns jovens. Francisco mostrou-nos que não há becos sem saída, pois, disse, “Deus ama-nos e pode ajudar-nos”. Os peregrinos que se juntavam no Parque do Perdão uniram-se num silêncio de comunhão com o Santo Padre e com quem estava a receber o sacramento da reconciliação. Assista aqui a alguns registos:
Pelas 9h45 o Papa deslocou-se ao Centro Paroquial de Serafina onde se reuniu com representantes de alguns centros de assistência socio-caritativa da Igreja, com intervenção junto de idosos, mas também jovens e bebés. Neste discurso falou sobre a caridade, ação e testemunho: “A caridade é a origem e a meta do caminho cristão, e a vossa presença, realidade concreta de «amor em ação», ajuda-nos a não esquecer a rota, o sentido daquilo que sempre estamos a fazer. Obrigado pelos vossos testemunhos, dos quais quero destacar três aspetos: fazer juntos o bem, agir no concreto e estar próximo dos mais frágeis. Por outras palavras, fazer o bem juntos, agir concretamente, isto é, não só com ideias mas concretamente, estar perto dos mais frágeis.” Leia o discurso completo aqui.
Durante a tarde Francisco almoçou na Nunciatura Apostólica, com dez jovens de diferentes nacionalidades, com idades entre os 24 e os 24 anos: Sebastião, Clara Ysabel, Joana, Luís Carlos, Beatriz, Pedro, Audrey, Hannah, Karam e Maria Magdalena. Este encontro próximo com alguns jovens acontece em todas as Jornadas Mundiais da Juventude.
Após este momento de fraternidade e diálogo com os jovens Francisco tem um encontro inter-religioso privado. Sem que as palavras preparadas tenham sido divulgadas, este momento representou a promoção da fraternidade humana, tema tão caro ao Papa Francisco e que ficou expresso na sua exortação apostólica Fratelli Tutti.
Ao fim do dia, pelas 18h, reuniram-se mais de 800 000 pessoas na Colina do Encontro para reviver as estações da Paixão de Jesus, na celebração da Via Sacra. Um tempo de oração e meditação, guiado pela música, performance e dança e de enorme beleza. Leia o discurso completo aqui.
Esta Via Sacra “disruptiva” procurou, através de uma sondagem mundial feita através do Dicastério para os Leigos e a Família, compreender quais as dificuldades e fragilidades concretas da vida dos jovens, de entre as quais se destacaram: a saúde mental, a relação com a tecnologia e o mundo online, a adição, a solidão, os abusos, o medo, a violência, entre outras. A Via Sacra percorreu a parede do palco, uma estrutura edificada para o efeito, de cor azul, que nos remete para o oceano. Os interpretes foram os jovens do projeto Ensemble 23, oriundos de 22 países e que durante três semanas viveram uma residência artística.
Este projeto da Via Sacra foi conceptualizado por uma equipa liderada pelo P. João Goulão, sj, sendo que os textos foram escritos pelo P. Nuno Tovar de Lemos, sj e as telas pintadas pelo P. Nuno Branco, sj. A direção artística dos eventos centrais da JMJ coube a Matilde trocado.
Reveja aqui o vídeo de explicação da Via sacra e veja aqui a fotogaleria de Miguel Cardoso.
Reveja a Via Sacra aqui:
Comentário Espiritual:
Assista ao comentário Espiritual com a visão inaciana do terceiro dia do Papa em Lisboa, com P. José Maria Brito, sj e P. Ricardo da Silva, sj.
Fotografias: Miguel Cardoso e JMJ – Lisboa 2023 – Jornada Mundial da Juventude
Resumo do 1º dia da visita do Papa
Resumo do 2º dia da visita do Papa
Resumo do 3º dia da visita do Papa
Resumo do 4º dia da visita do Papa
Resumo do 5º dia da visita do Papa
* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.
