“A grande morte é o fim das relações”

A primeira edição dos “Encontros de Espiritualidade de Évora” decorreu no último sábado, no auditório da Fundação Eugénio de Almeida, e teve como tema: “(I)mortais inquietos”, sendo organizada pelos Jesuítas de Évora.

A primeira edição dos “Encontros de Espiritualidade de Évora” juntou cerca de 150 pessoas que, ao longo do dia, puderam refletir sobre a temática da morte, partindo de diferentes abordagens. Contando com o apoio da CVX-Além-Tejo e da Fundação Eugénio de Almeida, os Jesuítas de Évora esperam organizar este encontros de dois em dois anos.

A abertura do encontro contou com a presença do Arcebispo de Évora, Dom Francisco Senra Coelho e com as palavras de boas vindas do P. Alberto Brito, sj, superior da comunidade dos jesuítas em Évora. A primeira conferência do dia foi feita por Walter Osswald, que falou da “morte e o medo de falar dela”, sublinhando que “é importante preparar a morte e para isso é necessário pensar no morrer.” No momento seguinte, traçando um itinerário da representação da morte ao longo da história da arte, José Alberto Machado, da Universidade de Évora fez uma intervenção partindo do tema “Re(a)presentar a morte”.

Já na parte da tarde, foi possível participar num debate interdisciplinar em que a morte foi tratada partindo das perspectivas psicológica, filosófica e teológica. Esta discussão foi suscitada pelas intervenções de Isabel Mesquita e Teresa Santos, da Universidade de Évora, e do P. António Vaz Pinto, sj. O dia terminou com uma conferência do P. Vasco Pinto de Magalhães, sj intitulada “A morte não mata”. Na sua intervenção o jesuíta referiu que “estamos em processo, em contínuo morrer físico, mas não é deste morrer que devemos temer, a grande morte é o fim das relações. São três as grandes coisas que nos matam: o corte de relação com o transcendente, o que destrói a nossa capacidade de amarmos e sermos amados e a perda de um lugar na vida.”