São os dados o novo petróleo ou a nova religião? Qual o poder da informação? Está a sociedade da informação a gerar uma sociedade de bolhas em que cada um vive cercado e fechado no seu mundo? Quais as oportunidades e os riscos da inteligência artificial?
Estas são algumas das questões abordada na Conversa Franca desta semana que junta João Paiva e o investigador Arlindo Oliveira, da Universidade de Lisboa, especialista em temas ligados à inteligência artificial. O ex- diretor do Instituto Superior Técnico começa precisamente esta conversa por enquadrar o conceito de inteligência, mais comummente ligado às questões racionais e analíticas mas que é uma coisa multidimensional e complexa que se pode aplicar também às emoções, às competências sociais e relacionais. “Não há nenhuma razão fundamental para que determinadas componentes da inteligência, social, emocional, etc., não venham também a ser estudadas e reproduzidas artificialmente em computadores e em programas”, afirma, neste diálogo.
Arlindo Oliveira explica ainda que a inteligência artificial pode aplicar-se, genericamente, a duas áreas: a da automação – a ideia de substituir trabalho humano por máquinas que sabem fazer esses tipos de trabalho – e a analítica – capacidade de analisar dados e extrair valor económico. Por isso, o investigador considera que os dados podem ser considerados, não uma religião como advogam alguns autores, mas como uma nova matéria prima.
E com este poder da inteligência Artificial, podemos olhar para o futuro com otimismo? Os dois intervenientes nesta conversa acreditam que sim, embora defendam que é preciso estar muito atento às ameaças e trabalhar com profundidade para defender os direitos humanos nesta era do digital.