Pistas diárias ou semanais para incentivar a oração, serões com conferências e catequeses para refletir e aprofundar conhecimentos, e celebrações, desde missas, peregrinações ou via sacras, para viver a fé em pleno. As propostas dos centros universitários ligados aos jesuítas para melhor viver este tempo de Quaresma são criativas, dinâmicas e exigentes. Mas possíveis de levar à prática, garantem os seus dinamizadores. Este ano, a caminhada espiritual rumo à Páscoa volta a mobilizar muitas centenas de jovens estudantes que nos centros universitários de Braga, Porto, Coimbra, Lisboa e Évora aderem às atividades especiais deste tempo litúrgico.
Os planos espirituais para a Quaresma, os chamados PEQ’s, são transversais a todos os centros e incluem sempre um momento de convívio, uma parte mais formativa e a missa. Arrancaram na terça-feira de Carnaval, véspera do início do tempo quaresmal, com a Operação Sandwiche, em que os jovens foram convidados a um período de oração e jejum para preparar o dia seguinte: a quarta-feira de Cinzas.
Após este arranque, o Centro Académico de Braga (CAB), o Centro de Reflexão e Encontro Universitário (CREU, Porto), o Centro Universitário Manuel da Nóbrega (CUMN, Coimbra), o Centro Universitário Padre António Vieira (CUPAV, em Lisboa) e o Casarão (da pastoral universitária de Évora e orientado por um jesuíta), têm disponibilizado propostas de oração e reflexão a um ritmo semanal. Contudo, nalguns centros, como Lisboa e Braga, as pistas de oração seguem também durante a semana por e-mail. ”Dada a ligação que o CAB tem a partir deste ano, à Rede Mundial de Oração do Papa, a proposta espiritual da Quaresma é o convite a que os jovens e adultos participem na proposta de oração da Rede Mundial de Oração do Papa (RMOP) em Portugal”, explica o centro de Braga.
No CREU, este ano os participantes nos PEQs recebem também uma mensagem complementar duas vezes por semana através das redes sociais, além do cartão com o tema da semana que é entregue às terças-feiras, dia da missa dos universitários. O diretor do CREU, P. Carlos Carneiro sublinha a boa adesão dos universitários a estas propostas, indicando que, em cada semana, participam cerca de 250. “Os Peq’s gozam de ‘bom nome’ e os universitários esperam sempre profundidade e criatividade”, afrima, acrescentando que o facto de muitos jovens procurarem este centro universitário dos jesuítas após a participação na Missão País – experiência de voluntariado missionário realizada pelas faculdades em fevereiro e março – justifica a repetição da sessão de apresentação do programa de atividades do CREU, que já foi realizada no início do ano letivo.
Também o CUPAV garante que os universitários têm particular vontade de viver este tempo envolvendo-se numa proposta concreta que os ajude a conciliar o estudo com a sua vivência da fé. “O feedback geral tem sido, por isso, muito positivo porque, tendo um grau de exigência desafiante, mas possível, os universitários conseguem sentir-se acompanhados e animados a viver bem este tempo”, afirmam os seus responsáveis.
O CUMN destaca a adesão positiva dos jovens aos vídeos que são apresentados, pois permitem rezar em qualquer lado, seja na paragem do autocarro, numa fila ou na biblioteca. “É uma grande ajuda para procurar um tempo privilegiado, onde dilatado o coração, ele possa com generosidade abrir-se à surpresa de Deus.
Sabemos onde estamos e com quem estamos, mas não sabemos de que maneira o Senhor se fará presente em cada um de nós, neste novo tempo que agora começamos”.
Para os estudantes de Évora, o desafio é toda uma novidade, pois o Casarão abriu portas apenas em setembro, embora tenha já para apresentar um conjunto vasto e profundo de propostas para o tempo quaresmal. Destacam-se as cinco catequeses quaresmais, os pontos de oração fornecidos semanalmente, uma oração de Taizé e um percurso noturno de oração em quatro igrejas da cidade, com missa à meia-noite e serão no Casarão.
Durante a semana santa os quatro centros dos jesuítas realizam a Páscoa Universitária Inaciana, um momento alto a nível pessoal mas também comunitário.