PAR lança campanha de apoio a vítimas do conflito em Cabo Delgado

Packs Anti-Experiência, à venda em 12 lojas físicas e online da FNAC e site do projeto, abordam experiências pelas quais ninguém quer passar, como fome, sede, medo, ou violação, ao contrário das habituais experiências: jantares ou aventuras.

A Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR), em parceria com o Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS), a UNICEF e a Caritas, está a promover uma campanha de angariação de fundos para apoiar as vítimas do conflito em Cabo Delgado, que já terá afetado mais 1,3 milhões de pessoas nesta província de Moçambique, 900 mil das quais em situação de emergência alimentar.

Esta campanha consiste nuns packs Anti-Experiência que estão à venda em 12 lojas físicas e online da FNAC, mas também no site oficial do projeto. Ao contrário dos tradicionais packs de experiências, que passam por tratamentos de beleza, jantares à luz das velas e aventuras e descobertas, estas anti-experiências proporcionam fome, sede, medo, ou violação. Podem ser consideradas experiências, mas aquilo que as separa é que umas desejamos viver e outras não. Na compra de um pack Anti-Experiência, o comprador irá encontrar histórias reais de pessoas que estão em Cabo Delgado. O preço de cada Anti-Experiência varia consoante a ajuda que cada um quiser dar: entre 20€ a 50€, sendo que o valor será revertido, na totalidade, para esta causa.

A PAR procura, assim, sensibilizar a sociedade para o apoio de que precisam as vítimas dos constantes ataques terroristas em Cabo Delgado, possibilitando angariar fundos para garantir ajuda humanitária àqueles que fogem do perigo a que as suas vidas são expostas diariamente.

Desde 2019 que ocorrem ataques em Cabo Delgado, os últimos dos quais foram concentrados em Palma, ao norte de Pemba. Desde então que milhares de pessoas foram obrigadas a fugir a pé das suas casas para cidades vizinhas. Existem agora mais de 800.000 deslocados internos em Pemba e arredores, mas também mais a sul, na província de Nampula. Estima-se ainda que tenham morrido 2.852 pessoas e que 50.000 crianças estejam atualmente em alojamentos temporários e necessitadas de bens essenciais. Há ainda registo de 51 crianças raptadas no último ano nas zonas de conflito.