O processo de beatificação do P. Pedro Arrupe foi iniciado. O anúncio foi feito hoje pelo Superior Geral dos Jesuítas numa reunião em Bilbao, onde estavam reunidas várias centenas de jesuítas e leigos do norte da província espanhola. “Começámos, de forma empenhada, o processo de beatificação do P. Pedro Arrupe”, afirmou o P. Arturo Sosa, no final do encontro, arrancando uma enorme ovação a todos os participantes, que não deixou de emocionar o próprio mensageiro da notícia. Apesar do entusiasmo com que foi recebida a notícia, o P. Sosa sublinhou que o processo está apenas no início.
Pedro Arrupe nasceu em Bilbau, Espanha, mas o cardeal vigário de Roma, Angelo de Donatis, assentiu a que o processo de beatificação fosse desencadeado pela diocese onde Arrupe faleceu, Roma. Foi Superior Geral da Companhia de Jesus entre 1965 e 1983. Em 1981, sofreu um derrame cerebral e a sua saúde ficou gravemente comprometida. Consciente disso, apesar de o cargo de Superior Geral dos Jesuítas ser vitalício, pediu ao Papa João Paulo II para resignar. Contudo, o Papa não aceitou, e acabou por entregar o governo provisório da Companhia a uma pessoa da sua confiança, uma decisão que não foi bem acolhida mas que os jesuítas se apressaram a fazer cumprir. Morreu a 5 de fevereiro de 1991.
Com o início deste processo, concretiza-se um desejo há muito sentido pela comunidade inaciana. O P. Arturo Sosa pede por isso as orações de todos: “Para nós é uma figura de grande importância e queremos sublinhar que viveu a santidade de uma forma muito profunda e original em toda a sua vida: como jovem, como jesuíta, como mestre de noviços, como provincial e geral”.
A sua passagem por Portugal deixou marcas profundas nos que o acolheram. Avelino Ribeiro, irmão jesuíta que há várias décadas acompanha os padres provinciais no seu trabalho de governo, recorda hoje, ao Ponto SJ, o dia em que o P. Pedro Arrupe se ajoelhou junto à estátua do Marquês de Pombal. “O P. Geral estava de visita a Portugal e quis dar um passeio por Lisboa para conhecer a Lisboa jesuítica (locais da presença dos jesuítas na cidade). Ao passar junto à rotunda do Marquês, saiu do carro e ajoelhou-se no primeiro degrau da escadaria que está junto à estátua e começou a rezar”, lembra o jesuíta. Estávamos em junho de 1980 e a comitiva que o acompanhava, entre os quais se encontrava Avelino Ribeiro, ficou expectante quando ele se aproximou da estátua e todos ficaram emocionados. “Foi um sinal de perdão da Companhia de Jesus, na pessoa do seu Superior Geral, para com o que Marquês de Pombal fez aos jesuítas. Ficámos todos em silêncio. Só uma pessoa como ele seria capaz daquele gesto”.
Fonte: Informácion de la compañia de Jesus en España
Documentário em Inglês: