Na sequência dos vários incêndios que destruíram o maior campo de refugiados da Grécia, em Moria, na ilha de Lesbos, o JRS (Serviço Jesuíta aos Refugiados) e a Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) lançaram ontem um apelo à sociedade civil para que esta se junte à Plataforma na missão de acolher requerentes de asilo e refugiados que estão nos campos gregos.
Cerca de 12 000 pessoas foram vítimas desta tragédia e perderam tudo o que tinham: as recordações dos seus países, familiares e amigos que tiveram de abandonar e uma tenda sem condições sanitárias. Hoje, mais do que nunca, é urgente criarem-se as condições para honrar os compromissos
internacionais, considera o JRS e a PAR.
O campo de refugiados de Moria há muito que está sobrelotado e as suas más condições têm sido repetidamente denunciadas por organizações no terreno. O JRS e a PAR reiteram, uma vez mais, a necessidade de atender a esta emergência humanitária, considerando urgente devolver a dignidade retirada às pessoas antes e durante o seu processo migratório e assumir uma posição solidária no seio da União Europeia.
Portugal tem assumido, no espaço europeu, uma posição exemplar, disponibilizando-se para acolher voluntariamente crianças e jovens não
acompanhados que se encontram nos campos gregos. No entanto, o JRS e a PAR consideram que a situação vivida nos países de fronteira europeus torna evidente a necessidade de reativar o programa de recolocação de emergência, redistribuindo equitativamente as pessoas pelos vários estados-membros e a criação de vias legais e seguras – como o visto humanitário – para evitar o recurso a redes de tráfico que se aproveitam da vulnerabilidade humana.
O JRS e a PAR desafiam, assim, toda a sociedade civil a juntar-se à rede PAR e à missão de solidariamente acolher e acompanhar os refugiados e
requerentes de asilo em Portugal.