As luzes que quero acender este Natal

As luzes que quero acender este Natal

O natal é sempre  uma altura importante do ano. Só pelo seu nome, transmite-nos um sentido de alegria. De felicidade, compaixão, de reunir a família e estar com primos e tios com quem não estivemos durante o ano inteiro. Nesse dia, partilhamos histórias, momentos marcantes do nosso ano.

 

Para todos os católicos, tem um significado ainda mais especial: o nascimento de Jesus.

E um marco tão importante na igreja católica não pode ser vivido levianamente, muito menos com um sentimento de desgosto ou remorso.

 

Por isso, no mês deste tão maravilhoso dia, e tal como as crianças que estão preocupadas em entrar para a lista dos meninos bem comportados, tento sempre estar mais atento aos outros. Ter uma atitude diferente perante os que me rodeiam. Cada atitude que tomo, e que noto que é uma atitude diferente da que poderia ter tomado, representa uma luz de natal na minha árvore. Um ponto brilhante  na minha vida e no caminho que eu percorro diariamente.

 

Cada luz que eu acendo neste Natal não tem simplesmente um impacto em mim. Como católico, cada luz aproxima-me do céu e de Jesus. Como criança, aproxima-me da lista dos bem comportados. Como habitante de uma sociedade, aproxima-me dos outros. Como Gambozino que sou, junto o melhor dos três mundos e a luz  ainda se torna mais brilhante. E as luzes que estes outros cidadãos acendem marcam outros, sendo que o caminho será sempre aproximarmo-nos o mais possível da imagem de Jesus e de tudo o que representa para nós, não esquecendo o sentimento que temos quando tornamos a vida de outra pessoa melhor, e a felicidade que nos comove quando isto acontece.

 

Estas luzes podem ser acesas das mais diversas maneiras. Muitas vezes, são coisas muito simples, dizer bom dia às pessoas ou ajudar uma senhora idosa a passar na rua, mas que têm um grande impacto.

 

Outras vezes, estas luzes são mais difíceis de acender, mas quando acendem, brilham mais do que todas as outras. Grandes sacrifícios que fazemos, como pedir perdão a alguém que magoámos, partilhar algo que é muito importante para nós sem querer alguma coisa em troca, sermos mais pacientes e afáveis uns com os outros, sermos humildes e reconhecer que pecamos.

 

Este ano, pessoalmente, gostava de poder dar um pouco mais de atenção e carinho às pessoas que precisam deste carinho e não o têm. Gostava de deixar as pessoas entrarem na minha vida  em vez de me fechar e me colocar na defensiva. Isto é o mais importante para mim. Cada um acende as luzes da sua  árvore da maneira que acha mais correta, mas tenho a certeza que o objetivo é o mesmo para todos. E sei que se todos tivermos um bocadinho mais de atenção ao que nos rodeia e dermos um pouco mais de nós aos outros e a Deus, vamos acender luzes suficientes para que no dia de nascimento de Jesus, o céu esteja mais iluminado que nunca.

 

Um abraço e bom Natal a todos!

Luís Vasconcelos Dias

Animador

Advento à moda do Gambozino

Advento à moda do Gambozino

Há já algumas semanas que somos contagiados por um espírito natalício ao qual é difícil ficar indiferente – as ruas estão enfeitadas com luzes e luzinhas de várias cores e formas, e em todos os centros comerciais tocam músicas como o “All I want for Christmas is you”.

 

E, no meio de tanta agitação, quase que nos esquecemos do início do Advento.

Sim, esse tempo que nos leva até ao Natal e que tem os dias marcados no calendário de chocolates. Mas, para um gambozino, é bem mais do que isso…

 

É tempo de esperança e de alegria.

 

É tempo de parar e centrar o coração no essencial.

 

É tempo de seguir a Estrela, sem nos deixarmos seduzir por tantos outros brilhos.

 

É tempo de fazer silêncio.

 

É tempo de olhar para Maria e, como Ela, dizer “sim”.

 

É tempo de nos fazermos presentes, mais do que de darmos presentes.

 

É tempo de perdoar.

 

É tempo de sermos verdadeiros gambozinos.

 

E, principalmente, é tempo de nos deixarmos maravilhar com esse Jesus que quer nascer pequenino e frágil no coração de cada um.

 

Pilar Cardoso da Costa

(animadora, Lisboa)

Exercícios Espirituais pela primeira vez

Exercícios Espirituais pela primeira vez

Foi numa quinta feira à tarde que fui para os meus PRIMEIROS Exercícios Espirituais. Três dias em silêncio, três dias desligada do mundo.

 

Foram três dias especialmente peculiares, terríveis e extraordinários:

Peculiares, porque eu nunca fiquei tanto tempo calada – pensei que não ia aguentar o 1.º dia, para ser sincera. Terríveis, porque confrontei os meus problemas e dilemas (basicamente, coisas por resolver). Extraordinários, porque renasci. É como se tivesse limpo e organizado a memória de um telemóvel, mas não – organizei só a cabeça.

 

Se tive medo? Estava aterrorizada. E não foi por estar em silêncio. Acho que a parte mais difícil é parar, (aprender a) ouvir e rezar. Até aqui, não guardava nem 5 minutos para rezar. Deus tem muitas coisas para me dizer e eu tenho muitas coisas para ouvir.

 

Temos que ter um momento do dia para parar, foi uma das coisas que os EEs me ensinaram. Deus tem tempo para cada um de nós, porque é que não temos um bocadinho de tempo para Ele?

 

Só poderia tentar compreender como saio destes EE quem fez. Portanto, se estás com medo, atira te de cabeça! E vais ser tão bem recebido como eu fui.

Carmo Moraes

Animadora

Fazer as pequenas coisas com grande Amor

Fazer as pequenas coisas com grande Amor

A minha história nesta associação começou num campo de Gambozinos I em 2011. Já lá vão quase sete anos e posso dizer que me lembro de muita coisa (e eu nem tenho a melhor memória). Desde um imaginário mexicano, ao Super Nacho e às suas aventuras, às músicas – todas elas, não só as que estão no CD – ou até certos jantares preparados pela mamã.  Muitos destes pormenores, que se tornaram memórias minhas, resultaram da entrega e compromisso dos animadores. Desde então, era o que mais ansiava no Verão, os campos. E é inexplicável, a quantidade de coisas que guardo no coração – amizades, conversas, jogos, BDS’s. Cresci muito e cresci com Jesus.

No ano passado, no mês antes de animar pela primeira vez, estava no Alentejo com a minha amiga Gracinha, que fez o mítico campo de 2011 comigo. Ela tocava viola, eu lavava a loiça – cantar era trabalho para duas. Já era de esperar que estivéssemos a cantar músicas desse campo. E foi aí que me passou pela cabeça: “passados seis anos, estamos aqui a cantar como se o campo tivesse sido a semana passada”. Depois de partilhar isto com ela, apercebi-me que foi aí que plantaram em mim esta sementinha gambozínica.

Claro que com 12 anos, quando pensava nos gambozinos, eram os jogos e atividades que me lembrava. Mas a verdade é que, esta semente de que falo não tem nada a ver com diversão ou jogos, mas com um modo de vida: uma vontade de querer ser mais e melhor! Ser mais gambozino, ter uma atitude de serviço. Depois de ver muitos exemplos à minha volta, apercebi-me que muito disso passa por fazer as pequenas coisas com grande Amor. Pôr tudo aquilo que sou, naquilo que faço.

Sou uma gambozina de coração cheio!

Maria Mendonça

Não há nada como a alegria e acolhimento com que somos recebidos!

Não há nada como a alegria e acolhimento com que somos recebidos!

Quando entrei para as explicações no Pragal não sabia muito bem o que esperar. Entrei por convite de uma amiga que ia começar a ir com o Colégio São João de Brito e, como era relacionado como Gambozinos e tinha acabado de entrar para a associação, acabei por aceitar.

O primeiro contacto foi o mais difícil. Fiquei encarregue de dar explicações a duas raparigas do 7º ano com um feitio difícil e muito pouca vontade de trabalhar, contudo no fim do ano conseguiram subir as notas. Ainda hoje fico surpreendido por isto ter sido possível uma vez que, num ano inteiro de explicações, se estudamos duas horas já foi muito. Em vez de estudar ficávamos à conversa e, à medida que as semanas iam passando, uma relação de amizade ia crescendo e ia-se criando espaço para conversas mais sérias e desabafos sobre os seus problemas. Lembro-me de uma vez uma delas me ter dito que não queria ter boas notas porque, se tivesse, gozavam com ela. Se calhar mais do que estudar estas raparigas precisavam de alguém com quem conversar e lhes dar motivação. Acho que isto é o essencial das explicações, criar uma relação com estes gambozinos e dar-lhes a perceber que vale a pena estudar, tirar boas notas e, principalmente, que há alternativas ao tipo devida que os rodeia.

Ainda que por vezes possa ser difícil e cansativo ir todas as semanas ao Pragal, não há nada como a alegria e acolhimento com que somos recebidos!

Afonso Santos

Ser coordenadora da GBZ

Ser coordenadora da GBZ

Ser coordenadora ao longo dos últimos 2 anos foi aceitar um convite de Deus. Mesmo sem conseguir ver em mim o perfil, a capacidade e o talento que achava necessários, Ele entrou de rompante no meu coração e no meu caminho, em Direcção, pediu-me que estivesse livre e disposta ao que fosse melhor para Gambozinos. A aventura começou, fez-me crescer, e trouxe-me 4 grandes lições: 

– Aprendi a ser membro de um corpo que é muito maior do que eu. À imagem do corpo e dos membros, de S. Paulo, ser coordenadora foi reconhecer os meus limites e perceber que havia outros membros nesse Corpo, que o completavam, resolviam e aumentavam. Percebi, na prática, que uma Direcção é uma equipa e que a riqueza das diferenças de cada um é um Bem insubstituível. 

- Aprendi que os Gambozinos cresciam e caminhavam no bom sentido sempre que deixo que fosse Deus a agir. Estar à frente de um projecto d’Ele implicou saber muito bem que o projecto não era meu. Foi preciso tomar decisões que superaram a minha opinião pessoal se esse fosse o melhor caminho; por vezes foi preciso abdicar de um plano ou construção já idealizados para optar por uma construção nova, criada por todos; foi preciso dar razão, saber ceder e estar bem consciente de Quem manda. E sempre que deixei que fosse Ele a fazer, os frutos foram inimagináveis!

– Aprendi que podia servir os miúdos, não estando tão presente nas actividades. Conheci uma nova maneira de estar que me desafiou a procurar o bem de cada miúdo, sem que este estivesse directamente dependente da minha cara e das minhas mãos, confiando nas “cento e tal” caras e mãos de todos os animadores. 

– Aprendi a render-me à grandeza dos Gambozinos; a sentir-me pequena e abençoada ao ver que Deus transforma em muito o pouco que damos; a reconhecer os frutos bons e reais em tantas vidas e a perceber que metade desses frutos podem até nunca ser visíveis. 

Hoje sei de corpo, alma e coração que os Gambozinos existem e tornam o nosso mundo melhor! 

Benedita Pinto Basto