Uma viagem em forma de conversa: Da Roma eterna para o mundo de hoje

As imagens de uma viagem em forma de conversa que nos levou da Roma eterna ao mundo de hoje e nos devolveu com mais esperança e desejo de compromisso à vida do nosso dia-a-dia. Um resumo da primeira viagem do Ponto SJ.

Era uma viagem há muito aguardada. O tempo da pandemia adiou-a por dois anos. Mas, finalmente, aconteceu. De 4 a 9 de outubro um grupo de 52 pessoas esteve em Roma para a primeira viagem do Ponto SJ. Queríamos que fosse mais do que uma romagem a lugares significativos da história do Império e da Igreja, que nos trouxesse mais do que um deslumbramento pela explosão do barroco. No regresso, podemos dizer que este desejo se cumpriu muito para lá do que podíamos esperar.

Foi um tempo de assombro pela beleza da arte (em cada igreja), pela grandeza do engenho de quem nos precedeu (a cúpula do Panteão; os elevadores do Coliseu), pelo arrojo criativo no modo de expressar a fé (capela Cistina).

Foi um tempo de ser provocado por contrastes: o despojamento dos quartos de Santo Inácio e a imponência da Igreja do Gesù; o despojamento das catacumbas e a glória exaltada nas catedrais, a recordação da pobreza do presépio e a ornamentação que guarda a relíquia desse momento.

Foi um tempo de questionamento nas conversas com os nossos convidados: a necessidade de ir derrubando o muro que parece separar a Cúria Romana do mundo (Cardeal Michael Czerny, sj); o reconhecimento da humanidade com a matéria prima da fé e da arte (Cardeal José Tolentino Mendonça); o convite à humildade no modo como recebemos a Palavra de Deus (P. Francisco Martins, sj); a compreensão da estrutura de Governo da Cúria Romana e do desejo de colocá-lo verdadeiramente ao serviço de todos (P. José Alfredo Patrício).

Foi um tempo de comunidade cimentada pelos momentos de eucaristia, oração e partilha. Uma comunidade unida pelo desejo sincero da escuta, por gestos de atenção e bondade, pela franqueza com que se expressaram inquietações e diferenças. Uma comunidade em que a conversa franca abriu espaço à verdade de cada pessoa.

Foi um tempo Ponto SJ porque o diálogo aberto ao outro e à realidade foi muito mais do que um propósito bonito. Aconteceu, tornou-se visível, acalentando em cada participante o desejo de ser mais Igreja que escuta e em que é possível caminharmos juntos.

Todos estes tempos se entrelaçaram entre encontros, desencontros e reencontros, numa viagem em forma de conversa que nos levou da Roma eterna ao mundo de hoje e nos devolveu com mais esperança e desejo de compromisso à vida do nosso dia-a-dia.

 

FOTOGRAFIAS de Rúben Marques.