Não podemos almoçar com a família alargada, sair para jantar com os amigos, celebrar sem restrições os momentos festivos da vida, sejam casamentos, aniversários ou batizados, nem tão pouco circular livremente pelas ruas. Em tempo de emergência, somos céleres a listar o que estamos privados de fazer e a identificar o que esta dolorosa pandemia nos tem retirado, dia após dia. Sabemos ainda que este é um período de particular exigência para muitas famílias, a braços com o desemprego e a incerteza. E tirando isso – que já é muito e tão importante – o que sobra? O que de bom e belo conserva ainda a nossa vida? O que é que podemos apreciar e usufruir e, marcados pelo desgaste e a angústia, estamos a deixar escapar?

Este é um exercício de busca. Interna e não só, de ir olhando para dentro e também à nossa volta e marcando o que é bom e positivo, belo e único, essencial. E que, para já, o estado de emergência não nos pode retirar.

Um passeio junto ao mar, a leitura de um bom livro, uma volta de bicicleta, uma paisagem de cortar a respiração. Estas são alguns dos pontos de luz que o fotojornalista Rodrigo Cabrita identificou à sua volta, junto dos seus, no espaço que habita. E que podem servir de inspiração e motivação para cada um tornar mais luminosa a sua vida.