Não é fácil compilar 100 anos de vida numa fotogaleria. Mais difícil ainda, é colocar em palavras a alegria que este dia traz consigo. Irmão mais novo do meu avô, sempre foi e será́ para nós o Tio Joãozinho. Apesar de ter saído muito novo de casa para seguir a sua vocação, nunca deixou de estar presente, e a sua entrega total ao sacerdócio, em nada limitou o amor que sempre nos fez chegar.

É fácil pensar que a sua vida me enche de orgulho (e é claro que enche) mas quando olho para estas fotografias, quando recordo a sua vida, o orgulho nem encontra espaço no meio de todo o amor que sinto, no meio do calor do seu abraço que não se rege por limites físicos ou temporais.

Vendo qualquer pessoa pelo que ela é no profundo da sua essência, é essa mesma essência que a sua presença reconforta, tornando-se assim, testemunho vivo do amor de Cristo por cada um de nós. Trata de igual modo uma criança ou um adulto, um “grande” ou um “pequeno”. Vive tao intensamente aquilo que ama, aquilo em que acredita, que se torna exemplo próprio sem necessidade de palavras. E assim deixa a sua marca, tanto em quem o conhece como em quem se cruza com a sua história.

Quanto me alegra partilha-lo com o mundo, vê̂-lo chegar a todos com o mesmo carinho com que chega à sua família. Ver como quem o conhece não o esquece, como leva para sempre um bocadinho da sua luz.

O mundo é feito da luz de quem vive pelos outros. Aos 100 anos, o P. João Felgueiras continua a ser farol, da terra do sol nascente, à terra que o viu nascer.

Maria Leonor Felgueiras, sobrinha neta do P. João Felgueiras.