O número de outubro da Brotéria abre com o editorial do P. António Júlio Trigueiros, sj intitulado Eppur si muove (“E, no entanto, ela move-se”). A frase, que a tradição atribui a Galileu, é neste caso utilizada para descrever a Igreja Católica e o modo como o reforço do papel dos sínodos nos últimos pontificados tem ajudado a Igreja a aprofundar a sua capacidade de escuta. No editorial sublinha-se essencialmente o lugar de protagonismo atribuído aos jovens: “Ao querer ouvir a voz dos jovens, a Igreja reconhece que também eles têm uma intuição própria da fé. Ouvi-la é um imperativo que não pode ser negligenciado, pois caso contrário corre-se o risco de hipotecar o futuro e de não atender às necessidades próprias da juventude do momento presente.”
Na secção dedicada à actualidade, Nuno Sampaio publica um artigo em que discute formas de aprofundar a legitimidade democrática das instituições da União Europeia. Já o P. Filipe Martins, sj dedica um artigo a apresentar o Sistema de Proteção e Cuidado de Menores e Adultos Vulneráveis (SPC) recentemente implementado pelos jesuítas em Portugal.
Na parte da revista dedicada aos temas de Sociedade e Política, Marta Saraiva discute o estatuto de Jerusalém à luz do Direito Internacional e o P. António Vaz Pinto, sj reflete sobre o tema das migrações, com um artigo intitulado: Migrações: ameaça ou desafio?
A secção de religião apresenta dois temas que chamam a Igreja ao diálogo. O P. Rui Fernandes, sj apresenta-nos os elementos que caracterizam o Jesus muçulmano e a forma como este é entendido pelo Islão. Já o P. Andreas Lind, sj debruça-se sobre o modo como o bicentenário de Marx pode ser lido na Igreja.
Nas restantes secções da revista, Walter Osswald faz uma reflexão ética sobre quem é o outro. D. Carlos Moreira de Azevedo faz uma evocação histórica de D. António Barroso (1854-1918) e João Magalhães Guedes dedica um artigo a olhar os “Páineis de São Vicente” pertencentes ao espólio do Museu Nacional de Arte Antiga.
Além de todas estas propostas, a Brotéria disponibiliza ainda o habitual caderno cultural.