Foi já no final da missa dominical, perto do meio dia, que a comunidade da Paróquia de São Francisco Xavier, no Pragal, recebeu hoje uma visita inesperada. A caminho de Lisboa, vindo do Algarve onde passou o primeiro dia da sua visita a Portugal, o P. Arturo Sosa fez questão de passar no Pragal para conhecer pessoalmente a comunidade da paróquia da diocese de Setúbal que está confiada à Companhia. No final da eucaristia, transmitiu a sua alegria por conhecer aquela comunidade paroquial e ainda teve tempo de escutar os cânticos africanos que animaram a celebração, saudar os paroquianos que se aproximaram para o conhecer, e deixar algumas palavras de ânimo aos jesuítas que desenvolvem a sua ação pastoral naquele bairro desfavorecido dos arredores de Lisboa.

Ao chegar à capital, o Superior Geral da Companhia almoçou com os jesuítas da zona de Lisboa e com os colaboradores da Companhia de Jesus e das suas obras e organizações no Colégio São João de Brito, onde pode reencontrar alguns companheiros que já conhecia de outros tempos da sua vida de jesuíta, como o P. Francisco Correia, arquivista da Província, e o P. António Amaral.

Da parte da tarde, depois de visitar os companheiros jesuítas mais idosos e doentes, o P. Arturo proferiu uma conferência no auditório do colégio. Neste momento de conversa orientado pelo P. Samuel Beirão e pela Rita Carvalho, do Gabinete de Comunicação, fez um retrato do contexto social e político que o mundo e a Companhia atravessam, sublinhando a importância da missão de reconciliação e justiça a que esta se sente chamada. O P. Geral transmitiu ainda à comunidade inaciana de Lisboa o desejo de que a Companhia seja um corpo apostólico marcado pela presença do Espírito, onde as decisões se tomam após processos de discernimento coletivo e profundamente marcados pela oração. A propósito deste desejo, deu conta do processo de elaboração das Preferências Apostólicas Universais que decorreu ao longo de dois anos, envolveu jesuítas e leigos do mundo inteiro, e foi acompanhado de perto pelo Papa Francisco. Na sua intervenção, onde respondeu também a algumas perguntas da comunidade, o P. Arturo sublinhou ainda a relevância dos leigos na missão que, sublinhou, não é dos jesuítas mas de Jesus Cristo e que por Ele foi confiada à Igreja.

Este segundo dia da visita do P. Geral à Província terminou com a celebração da eucaristia na igreja do colégio, onde voltou a referir a missão a que todos somos chamados: levar a misericórdia de Deus e a reconciliação a um mundo marcado pela violência e falta de esperança.

Amanhã, a visita prossegue em Santo Tirso, na Colégio das Caldinhas.

* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.