A proposta de cada Domingo pode ser feita em família, mas também por pequenos grupos cristãos ou de amigos. Pode também ser adaptada à realidade em que cada um se encontre, sendo usada como fonte de inspiração sem a necessidade de percorrer todos os passos aqui propostos.
1. Enquadramento
2. Pôr a mesa
Neste momento, propomos que se encontre um local para acolher o Senhor (em casa, no jardim, junto à lareira ou em videoconferência).
Poderá acender-se uma vela.
Respirar fundo e predispor-se, a respiração pausada ajuda a encontrar o silêncio interior, propicio à escuta do Senhor.
Fechar os olhos e ouvir a música.
3. Saborear a Palavra
Do Evangelho de São Lucas
Ao sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem chamado José, da casa de David; e o nome da virgem era Maria.
28*Ao entrar em casa dela, o anjo disse-lhe: «Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo.» Ao ouvir estas palavras, ela perturbou-se e inquiria de si própria o que significava tal saudação. 30Disse-lhe o anjo: «Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus. 31*Hás-de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Será grande e vai chamar-se Filho do Altíssimo. O Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David, 33reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim.»
34*Maria disse ao anjo: «Como será isso, se eu não conheço homem?» O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer é Santo e será chamado Filho de Deus. Também a tua parente Isabel concebeu um filho na sua velhice e já está no sexto mês, ela, a quem chamavam estéril,porque nada é impossível a Deus.» Maria disse, então: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.» E o anjo retirou-se de junto dela.
Deus olha o mundo, com toda a diversidade de pessoas (Exercícios Espirituais de Santo Inácio, 102): pobres, refugiados, vítimas de guerras, vítimas de violência, moribundos, doentes…vê ódio, vingança, egoísmo, indiferença…Deus vê tudo isto e quer salvar a humanidade, enviando o Seu filho.
Deus dialoga com a humanidade, envia um anjo a Maria.
Maria abriu‐se a uma presença amorosa muito maior do que ela, pergunta, acolhe e, confiando, diz sim.
Deus, da sua omnipotência, nasceu bebé, frágil, totalmente dependente. O Advento que vivemos, especialmente neste ano, convida‐nos a olhar e a cuidar da fragilidade humana presente em nós e nos outros. Como Maria cuidou de Jesus. Como Deus cuida de nós.
A pandemia da COVID‐19 veio alterar os nossos hábitos, tocando de modo especial numa dimensão tão crucial como é a das relações humanas. Nada é mais anti‐humano do que o isolamento.
Somos mais frágeis do que pensávamos, não somos autossuficientes. Necessitamos uns dos outros. A nossa fragilidade abre-nos aos outros. Este é um tempo propicio a aceitar a nossa fragilidade e acolher a dos outros. Estando atentos: Confiando, Cuidando.
Pontos para refletir:
1 – A que me interpela a anunciação?
2 – Que “faça-se” é esse que me é pedido, hoje, neste tempo?
3 – Que me ensina Maria para atravessar este tempo de pandemia?
Com as crianças:
Escrever uma carta/ fazer um desenho para entregar a um menino/ menina pobre, refugiado, doente, órfão, um idoso isolado num lar,… (identificar pessoas, instituições na zona onde moro)
4. Partilhar a Palavra
Após rezar a proposta anterior (20 a 30 minutos), reunir em família/comunidade, na sala, por videoconferência, ou outro local adequado onde não haja distrações.
Cada um partilhará o que rezou. Os outros escutam em silêncio.
No final rezar uma Avé Maria
5. Praticar a Palavra
Depois da partilha da palavra, escolher o que mais me tocou e trazer para a minha vida concreta essa interpelação; não precisa ser nada grande, poderá ser simplesmente fazer melhor, com o olhar de Maria o que já faço diariamente: ser mais paciente com o meu irmão, com a minha mãe, ajudar aquele que está triste, ligar a alguém que está sozinho, ajudar quem perdeu o emprego,…
* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.