Que a morte nos interrompa

Agradecemos a vocação à Companhia de Jesus dos jesuítas que morreram, a generosidade das suas vidas e a dedicação às missões que foram recebendo. Rezamos juntamente com as famílias e amigos destes companheiros.

Agradecemos a vocação à Companhia de Jesus dos jesuítas que morreram, a generosidade das suas vidas e a dedicação às missões que foram recebendo. Rezamos juntamente com as famílias e amigos destes companheiros.

Foram várias as notícias referentes à morte de jesuítas que publicámos nos últimos tempos. Houve vazios inesperados que se geraram com a ausência destes companheiros jesuítas. Não estávamos preparados. E sabemos que nisto somos tocados pela mesma perplexidade que tem tocado a vida de tantas famílias e de tantas pessoas neste último ano, marcado pela pandemia.

Esta experiência mais radical do limite leva-nos a pedir a humildade como graça. A humildade de reconhecer a vida de cada um destes companheiros como um dom que queremos agradecer. A humildade de reconhecer a nossa condição de criaturas e o quanto não podemos controlar. A humildade de aceitar a fragilidade como parte da nossa humanidade e de reaprender sempre a viver a morte, deixando-nos interpelar, permitindo que ela interrompa as nossas rotinas e as nossas pressas.

Acreditamos na vida eterna e confiamos no abraço do Pai que queima tudo o que possa não ser amor. Mas doem-nos os laços. A fé não impede que estremeçam esses laços, não nos tira o abalo que sentimos.

Acreditamos na vida eterna e confiamos no abraço do Pai que queima tudo o que possa não ser amor. Mas doem-nos os laços. A fé não impede que estremeçam esses laços, não nos tira o abalo que sentimos.

Agradecemos a vocação à Companhia de Jesus dos jesuítas que morreram, a generosidade das suas vidas e a dedicação às missões que foram recebendo. Rezamos juntamente com as famílias e amigos destes companheiros. E também pedimos a todos os nossos amigos e às nossas famílias que rezem connosco. E que rezem por nós. Peçam ao Senhor que converta a nossa sensibilidade e nos ajude a viver os tempos de perda como momentos em que reforçamos o nosso sentido de pertença a Deus, ao corpo da Companhia e da Igreja.

Sozinhos não saberemos fazer este caminho. Contamos com todos. E, na pobreza do nosso coração, queremos também estar unidos a tantos a quem a morte e o luto têm trazido tanta dor.

A vida é mais forte, mas apenas juntos saberemos reconhecer a presença do Ressuscitado no meio de nós.

* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.