Há dias em que o tédio aperta e não em que não estamos muito para comédias…
Como dramas já há por aí quantos bastem, a primeira proposta é mesmo um filme de ação. Não uma ação qualquer, mas sim daquela americanada moderna que todos criticamos e simultaneamente consumimos. Enfim, por que não? Quando os persas invadiram a península balcânica (antes sequer de Cristo nascer), houve 300 guerreiros espartanos que, em tronco nu e de espada à cintura, lutaram e defenderam a sua terra, servindo de exemplo e inspiração para toda a Grécia! Dos 300, 299 morreram, o que, dentro do género, promete. Recomendado para maiores de 16 anos, este filme é ideal para quem precisa de ajuda de peso para vencer o tédio: o género de película que, apesar de baseada em factos reais, não estivesse o leitor de quarentena, ninguém lhe sugeriria!
Se americanadas não é bem o seu género, podemos sempre ir directos ao epicentro da questão actual: Itália. Conhece o Cinema Paraíso? Vindo de Itália, trata-se, naturalmente, de um drama. Ainda do milénio passado (1988), este filme toma lugar maioritariamente na pequena vila italiana de Giancaldo, na Sicília, onde, a partir da relação entre o projeccionista do cinema local e Salvatore, personagem principal, o realizador aborda questões como a felicidade, a paixão, a amizade e o amor. O enredo, enfim, está na internet: interessa aqui mais saber que se trata de um filme ideal para deixarmos cair as nossas defesas e nos encontrarmos com o que vai dentro de nós: tantas alegrias e esperanças, tantos medos e preocupações; verdadeiro sofrimento… verdadeira paixão: e não é só uma questão de namoros. Pode ver sozinho ou em família, com a certeza prévia de um serão muito bem passado e com a promessa de um belo encontro diante do ecrã.
Depois de uma rápida passeata pela América e Europa, damos um saltinho a um ponto intermédio: Terras de Sombra, um filme britânico com Anthony Hopkins. Se com a película italiana tínhamos um Drama de género, aqui temos um drama de facto. Neste filme, baseado de perto na história verídica de C. S. Lewis — e que podemos aprofundar com o seu livro-diário, Dor (título original: A Grief Observed) —, acompanhamo-lo desde que conhece Joy até à morte desta, passando pelo casamento entre ambos. Um filme cheio de dor, alegria, paixão e realidade. Ideal para ver sozinho e se deixar questionar acerca do sentido do sofrimento e da verdadeira alegria.
Uma proposta em muito boa hora para nos recordar que este é o tempo favorável.
Fotografia de: Siavash Ghanbari – Unsplash
* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.