O Ponto SJ lança hoje uma nova série de podcasts dedicados ao tema das alterações climáticas e do ambiente. O “Justiça Climática” contará com quatro episódios de reflexão e conversa a propósito da realização da COP 28, a Conferência das Partes dos países que ratificaram a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, que arranca no dia 30, quinta-feira da próxima semana, no Dubai. Considerada uma cimeira decisiva para travar o aquecimento global e os seus efeitos na destruição do planeta e principalmente na vida dos mais vulneráveis, a COP 28 durará 13 dias e contará até com uma presença inédita e surpreendente: o Papa.

Francisco tem sublinhado a urgência do tema das alterações climáticas e do cuidado da Casa Comum, e depois da encíclica Laudato Si, lançada em 2015, escreveu recentemente mais um documento importante – a Laudate Deum – uma exortação apostólica sobre o tema do ambiente – onde fala precisamente da importância desta COP. O chefe da Igreja Católica junta-se assim, durante três dias (de 1 a 3 de dezembro) aos mais de 190 representantes políticos e muitos milhares de especialistas que debaterão problemas como a transição para uma economia Net Zero, as medidas de adaptação para reduzir o risco das pessoas e comunidades já afetadas pelas alterações climáticas ou o financiamento climático para suportar a mitigação dos danos já causados nos países mais vulneráveis.

Nesta cimeira que está a ser organizada pelos Emirados Árabes Unidos será feito também um segundo balanço do Acordo de Paris e do progresso de cada país em matéria de mitigação, adaptação e financiamento climático. Recorde-se que o Acordo de Paris levou os países a comprometerem-se a limitar o aquecimento global a menos de 2° Celsius, de preferência a 1,5°C, em relação aos níveis pré-industriais.

No Justiça Climática iremos conversar semanalmente com pessoas da Companhia de Jesus e da sociedade civil que têm trabalho na sensibilização para este problema, que têm ajudado a definir políticas mais sustentáveis nas várias áreas da sociedade e que têm refletido, à luz do pensamento do Papa, na importância de uma conversão integral que procure combater a destruição da Casa Comum, mas também promover a justiça social e modos de vida mais humanos e sustentáveis.

O primeiro convidado do podcast é o P. Filipe Martins, jesuíta português que está em Bruxelas onde é o diretor do JESC, o Jesuit European Social Centre, e o coordenador do apostolado social dos jesuítas na Europa. O JESC, em conjunto com o Jesuit Missions UK e o Jesuit Centre for Faith and Justice lançaram uma campanha inaciana europeia COP28, em articulação também com o Ecojustice, a rede inaciana global que defende a causa da ecologia, para chamar a atenção da importância desta COP.

Ao longo das semanas, iremos também refletir sobre a exortação apostólica escrita pelo Papa Francisco e lançada há quase dois meses, precisamente no dia de São Francisco de Assis. Conheceremos também o Movimento Laudato Si, que se tem empenhado em difundir o pensamento do Papa sobre a ecologia um pouco por todo o mundo. No final da COP, contaremos com a ajuda de um perito de uma associação ambiental para analisar os resultados políticos obtidos na cimeira.

A poucos dias da COP 28, movimentos da sociedade civil e alguns grupos religiosos juntam-se para chamar a atenção deste encontro e também para rezar pelos seus frutos e resultados práticos. Hoje mesmo, dia 24, decorrem duas iniciativas neste âmbito: uma vigília de oração na Paróquia de Santa Isabel (18h30 no átrio da igreja), em Lisboa, organizada pelo movimento Cuidar da Casa Comum – onde a Província Portuguesa da Companhia de Jesus está representada pela Fundação Gonçalo da Silveira. Outra iniciativa de oração – Orar e agir para salvar a vida na terra – envolve o centro universitário dos jesuítas no Porto (CREU-IL), o grupo Metanoia, o Movimento Laudato Si e o Círculo Xavier. Será das 18h30 às 20h na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, no Porto.

Para saber mais sobre a campanha dos jesuítas na Europa. 

Primeiro episódio já disponível AQUI

* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.