1.
JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE: o mundo em Lisboa
O anúncio chegou em direto do Panamá, embora a notícia já circulasse em surdina em alguns meios: a próxima Jornada Mundial da Juventude vai ser em Portugal. Lisboa foi a cidade escolhida pelo Vaticano para acolher no verão de 2022 o encontro que reunirá durante uma semana milhares de jovens do mundo inteiro para celebrar a fé.
Um tempo que será de festa, de partilha e de confirmação da fé e que contará com a presença do Papa nas celebrações principais, das quais se destacam a festa de abertura, a via sacra, a vigília e a missa de envio. Para todos os jovens que participarem neste encontro, será, certamente, e à semelhança do que vem acontecendo em JMJ anteriores, uma experiência profunda e marcante. Para a Igreja portuguesa, será uma forma de convocar os jovens e compromete-los com a sua fé.
Será um ponto de encontro de culturas e de realidades eclesiais distintas, mas também uma festa para Portugal, em especial para a cidade de Lisboa, que terá de se preparar para acolher tamanha multidão.
https://www.facebook.com/patriarcadolisboa/videos/655545921563697/
2.
BROTÉRIA: a fé à conversa com as culturas urbanas contemporâneas
Os encontros precisam de espaços para acontecer. Sejam eles no ambiente digital, onde tendemos a concretizar cada vez mais os nossos encontros, sejam eles presenciais: como uma mesa à volta da qual se reúnem os amigos, ou a sala de estar lá de casa, onde estamos em família. Há também outros espaços de encontro com a cultura, a fé, a cidade, a música ou a história, sejam eles um museu, uma sala de espectáculos ou uma biblioteca. Há, certamente, uma necessidade cada vez maior de espaços onde se possa conversar e reflectir livremente.
É, por isso, com alegria que nos congratulamos com o nascer de mais um espaço de encontro: a nova Brotéria. O novo centro cultural dos jesuítas, situado no coração de Lisboa (Bairro Alto), pretende ser um ponto de encontro entre a fé e as culturas urbanas contemporâneas, entre crentes e não crentes.
Este novo espaço da Companhia de Jesus acolherá a centenária revista Brotéria, com a sua vasta biblioteca, uma galeria, uma livraria, uma cafetaria, bem como várias salas onde serão organizados debates, conferências e workshops.
Este foi um projeto sonhado há muitos anos, por várias pessoas, e que foi crescendo e ganhando forma, chegando agora o momento da sua concretização. A Brotéria já está aberta ao público, e aguarda a sua visita. Inaugura oficialmente com programação distribuída pelos dias 23, 24 e 25 de janeiro. (Para se manter a par da programação, já pode subscrever a newsletter com periodicidade irregular em broteria.org)
3.
SEM-ABRIGO: uma realidade mais visível
O começo de novembro ficou marcado pela notícia de um bebé encontrado num contentor de lixo. O modo como o tema acabou por ser discutido deu lugar à polémica, muitas vezes incapaz de um olhar lúcido e justo sobre uma realidade complexa. No entanto, independentemente dos desacertos na abordagem do tema e de algum aproveitamento mediático, a vulnerabilidade dos sem-abrigo e as suas consequências tornaram-se mais evidentes aos olhos de todos.
O Presidente da República convocou então a Ministra do Trabalho e da Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e diversas Organizações Não Governamentais para uma reunião com o objetivo de avaliar a Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas em Situação de Sem-Abrigo (ENIPSSA). Marcelo Rebelo de Sousa, que por várias vezes já foi encontrar-se com as centenas de pessoas que vivem na rua, lamentou o esquecimento do tema ao longo de um ano de eleições.
Na passada semana, o Governo anunciou o nome do novo gestor da ENIPSSA: Henrique Joaquim, assistente social e antigo presidente da Comunidade Vida e Paz, organização que tem por objetivo “ir ao encontro e acolher pessoas em condição de sem-abrigo, ou em situação de vulnerabilidade social, ajudando-as a (re)construir o seu projeto de vida.” Esta escolha parece indicar uma mais profunda tomada de consciência da urgência do cuidado a dar aos sem-abrigo. A própria sociedade parece também ter despertado para uma realidade demasiadas vezes invisível.
4.
SÍNODO DA AMAZÓNIA: um encontro improvável no Vaticano
O encontro proporcionado pelo Sínodo da Amazónia começou bem antes do dia 6 de outubro de 2019 no Vaticano, e foi antecedido por uma escuta alargada das diferentes comunidades e realidades que constituem a região amazónica. Este processo constitui uma consolidação da identidade sinodal de uma Igreja que vai procurando cada vez mais abrir o tesouro da tradição ao diálogo com a vida concreta das pessoas e aos problemas mais urgentes do nosso mundo, nomeadamente as questões ecológicas.
O consenso a que se chegou quanto às diferentes temáticas referidas no documento final demonstra que o processo de escuta gerado pelo Sínodo permitiu identificar inquietações e desejos comuns que alimentam uma esperança partilhada.
Qualquer que venha a ser a resposta do Papa Francisco às propostas aprovadas pelo Sínodo, este encontro consolidou uma prática de escuta que permite que o sentido comum dos fiéis, quem quer que sejam e onde quer que possam viver, seja tido em conta. É assim que se gera a proximidade entre os que são chamados a orientar as diferentes comunidades e aqueles que lhes estão confiados.
Para votar nos outros pontos:
* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.