Férias com Deus: Tira as sandálias, porque o lugar onde estás é terra santa

A última proposta das Férias com Deus, da autoria da Fundação Gonçalo da Silveira, leva-nos a refletir sobre o cuidado com a Criação, a partir da conversa de Jesus com Moisés no monte Horeb.

A última proposta das Férias com Deus, da autoria da Fundação Gonçalo da Silveira, leva-nos a refletir sobre o cuidado com a Criação, a partir da conversa de Jesus com Moisés no monte Horeb.

A proposta que aqui deixamos para rezar a quarta Preferência Apostólica, dedicada ao Cuidado da Casa Comum, quer levar-nos a escutar, refletir e rezar a partir das palavras que o Senhor dirigiu a Moisés no monte Horeb, no episódio da sarça ardente.

1. Escolher um local da natureza para a oração

Moisés pastoreava o rebanho de seu sogro, quando foi além do deserto e chegou à montanha de Deus. À imagem de Moisés, sugerimos caminhar e encontrar um local onde se possa escutar e sentir a presença de Deus na natureza.

Um local onde a Criação fale pela beleza do olhar, pelos sons das aves, pela brisa que acaricia a sua pele ou pelo aroma da vegetação.

2. Recordar o encontro de Moisés com o Senhor

Êxodo 3, 1-5

Moisés conduziu o rebanho para além do deserto, e chegou à montanha de Deus, ao Horeb.

O anjo do Senhor apareceu-lhe numa chama de fogo, no meio da sarça.

Ele olhou e viu, e eis que a sarça ardia no fogo mas não era devorada.

Moisés disse: «Vou adentrar-me para ver esta grande visão: por que razão não se consome a sarça?»

O Senhor viu que ele se adentrava para ver e Deus chamou-o do meio da sarça: «Moisés! Moisés!»

Ele disse: «Eis-me aqui!»

Ele disse: «Não te aproximes daqui; tira as tuas sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é uma terra santa.»

3. Contemplar, fazendo composição do lugar

1. A sarça ardente

O Senhor falou a Moisés a partir de uma sarça – uma simples silva – que ardia sem queimar.

Quantos elementos da natureza existem à nossa volta que pela sua beleza e simplicidade nos fazem arder o coração… Nestes dias em que o ritmo desacelera, deixemos que o nosso olhar interior se adentre da beleza de um desses elementos e o contemple sem pressas.

2. Tirar as sandálias dos pés

Pelo olhar, tato, audição, olfato e até paladar tomamos consciência da Beleza da Terra que pisamos e que nos acolhe. Deixemo-nos, por breves minutos, envolver por ela e agradecer. E porque não desenhar ou expressar de forma mais artística esse elemento da Criação que tem acompanhado este tempo de oração?

3. Este lugar é terra sagrada

Ao distanciar o olhar, vêem-se outros elementos também. Alguns mais longe, outros mais perto. De cores diversas, de formas diferentes. Coloquemo-nos também nesta imagem maior, onde todas as criaturas são incluídas. Arrisquemos ir mais longe, trazendo para esta terra sagrada, o resto da humanidade.

4. Pedir e Agradecer

O que gostaria de pedir ao Senhor da Vida? O que desejo profundamente agradecer-Lhe?

Sentindo-me parte da Criação e da Humanidade, exponho-me em verdade e confiança a partir dos meus desejos profundos e gratidão sincera.

5. Caminho de volta

Regressar a casa com um olhar renovado com a oração do Padre Pedro Arrupe, SJ.

Não há nada mais prático do que encontrar a Deus;

do que amá-Lo de um modo absoluto, até ao fim.

Aquilo por que estejas enamorado

e arrebate a tua imaginação, afectará tudo.

Determinará o que te há-de fazer levantar de manhã

e o que farás dos teus finais de tarde;

como passarás os fins de semana,

o que irás ler e quem deverás conhecer;

o que te partirá o coração e o que te encherá

de espanto, alegria e gratidão.

Enamora-te, permanece enamorado,

e isso decidirá o resto!

* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.