Emoção e esperança na celebração de agradecimento pelo CAIC

Um mês depois de ter sido anunciado o encerramento do Colégio da Imaculada Conceição em Cernache (CAIC), famílias, alunos, educadores, antigos alunos e antigos educadores juntaram-se para uma celebração de agradecimento marcada pela emoção.

No dia 12 de junho foi anunciado o encerramento do CAIC. Um mês depois, a Associação de Antigos Alunos convidou a comunidade educativa para uma celebração de agradecimento por toda a ação desenvolvida por este colégio ao longo de 64 anos. O encontro decorreu esta tarde nas instalações do CAIC.

Pouco depois das 16h, começou a Eucaristia que teve lugar na mata do Colégio e que contou com a presença de mais de duas centenas de pessoas. Para além de alunos, educadores, antigos alunos e antigos educadores estiveram presentes um grande número de famílias, alguns habitantes da freguesia de Cernache e ainda pais e antigos alunos dos outros colégios dos jesuítas em Portugal. A celebração  foi presidida pelo Diretor do CAIC, o P. Lourenço Eiró, sj. Desde o início da Eucaristia que os presentes foram convidados a uma atitude de gratidão pelo bem recebido. Já durante a homilia, o sacerdote jesuíta não escondeu que este era um momento de luto mas enfatizou que “não podemos ficar pelas lágrimas”. O P. Lourenço convidou cada um a reforçar o seu sentido de missão: “temos que saber viver fora das nossas seguranças, levamos o que recebemos no CAIC, continuamos a ser CAIC e ser CAIC é ser para os outros.”

O%20altar%20depois%20do%20momento%20de%20a%C3%A7%C3%A3o%20de%20gra%C3%A7as.%20Foto%3A%20Ant%C3%B3nio%20Franco.%20
O altar depois do momento de ação de graças. Foto: António Franco.

Depois da comunhão, teve lugar o momento de ação de graças que ficou marcado pela emoção. Ao longo de alguns minutos, a frente do altar foi-se enchendo de sinais de gratidão: fotografias, frases, desenhos representativos daquilo que muitos dos presentes puderam viver no Colégio. No fim da Eucaristia, o P. Lourenço Eiró, sj prometeu aos presentes que a Companhia de Jesus não deixaria de procurar formas de continuar a acompanhar pastoralmente a comunidade que se formou à volta do Colégio. “O CAIC fecha, mas a comunidade contínua.”

“Ser CAIC é ser para os outros.”

Seguiu-se a tomada de posse dos Corpos Sociais da Associação de Antigos Alunos. No breve discurso que assinalou a sua recondução como presidente da direção, Gonçalo Vaz Pedro destacou os objetivos para um novo mandato: “Quando fomos eleitos ainda não tinha sido anunciado o encerramento do Colégio, Nessa altura o nosso principal desejo era ajudar o CAIC na situação difícil em que se encontrava. Agora sentimos que a nossa obrigação e manter viva a herança que recebemos. E contamos com todos: famílias, educadores, todos. Talvez tenhamos que mudar os estatutos e nome da Associação, mas queremos representar todos os que por aqui passaram.” E acrescentou: “tomar posse nesta situação é um sinal de esperança. O que somos e o que aqui recebemos continua na nossa vida e na vida dos nossos filhos que também receberão o fruto da educação que aqui nos foi dada.”

A tarde prolongar-se-ia até perto do anoitecer que um piquenique junto ao lago do CAIC.