O que é a consciência moral?
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A consciência é a capacidade do ser humano – dotado de liberdade e responsabilidade – de avaliar e reconhecer a qualidade moral das suas ações. Pode dizer-se que é o lugar íntimo, no coração de cada homem e mulher, no qual se mostra a bondade ou a maldade daquilo que está para fazer ou já fizemos. Neste «núcleo mais íntimo e sacrário do homem», como a descreve o Concílio Vaticano II, ressoa a voz de Deus que indica caminhos a seguir e aqueles a evitar.
Qual a relação entre fé e consciência?
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Todo o ser humano tem a capacidade e a obrigação, de acordo com as próprias possibilidades, de reconhecer o Bem para o praticar e o Mal para o evitar. Na perspetiva cristã, a consciência moral é a exigência de atuar de acordo com a vontade de Deus e à imagem de Jesus. A relação com Deus, aprender a conhecê-lo na oração, os ensinamentos e a vida da Igreja, ajudam e fortalecem o coração para reconhecer a verdade das nossas ações
Que valor atribui a Igreja à consciência?
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A Igreja defende o valor absoluto da consciência enquanto lei suprema da ação humana. O ser humano tem o direito e o dever de agir de acordo com a sua consciência, que não pode ser substituída por nenhuma outra instância externa ou interna. Em tudo o que fazemos e dizemos temos sempre a obrigação de seguir fielmente o que nos indica a consciência.
Devemos em alguma situação agir contra a nossa consciência?
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Ao agir deliberadamente contra aquilo que indica a nossa consciência, estaríamos a escolher contra a vontade de Deus e por isso a afastar-nos dele. De acordo com o ensinamento tradicional da Igreja, definido no IV Concílio de Latrão (1215), «quem age contra a consciência, condena-se a si próprio».
Qual a relação entre lei e consciência?
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Toda a lei, seja ela a lei natural, a lei da Igreja ou a lei da sociedade em que vivemos, obriga sempre em consciência. Ou seja, a existência de uma regra não nos dispensa de um juízo moral acerca das nossas ações, seja ele sobre a lei em geral ou sobre a aplicação da regra à situação concreta em que nos encontramos. Isto não significa que a lei não tem nenhum valor, ou deva ser vista como “meramente indicativa”, mas que se situa num plano distinto da consciência, contribuindo para a sua formação e indicando uma direção, mas sem nunca se substituir a ela.
O primado da consciência não conduz ao relativismo?
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O valor reconhecido à consciência não é um convite ao individualismo do “cada um sabe de si”, mas o respeito pela dignidade e carácter sagrado da liberdade humana, enquanto lugar do encontro com Deus. O respeito pela consciência funda-se na certeza da capacidade do ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus, de reconhecer e tender para a Verdade. A consciência, por outro lado, desenvolve-se sempre no seio de uma comunidade (a família, a comunidade cristã, etc.) e cresce na medida em que escuta, dialoga e acolhe os contributos de outros.
A consciência pode enganar-se?
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O juízo moral elaborado pela consciência pode estar errado, se esta não é capaz ou desiste de escutar a voz de Deus e de procurar a verdade das ações praticadas ou a praticar. Quando esta ignorância nasce por preguiça ou por habituação ao mal, somos responsáveis por ela. Ao contrário, quando o erro em nada depende do sujeito, que tudo fez para estar numa posição correta, então não tem culpa se agir erradamente, mas de acordo com a consciência. Nem por isso uma tal ação deixa de ser um mal, uma privação, uma desordem que é necessário corrigir.
Como agir em caso de um conflito de consciência?
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Nalgumas situações o juízo moral pode ser especialmente difícil e a consciência encontrar-se dividida entre opções contraditórias. Nestes casos, somos especialmente convidados a procurar a ajuda de Deus e a força do Espírito Santo, na oração, mas também o conselho de pessoas que reconhecemos como sensatas e prudentes. Algumas regras são sempre válidas: (1) nunca é permitido fazer o mal para atingir um bem; (2) a «regra de ouro» é: faz aos outros aquilo que gostarias que fizessem a ti (cf. Mt 7, 12); (3) é preciso respeitar sempre o outro e a sua consciência, especialmente se for mais frágil; (4) não fazer nada é também decidir!