Mais de 60 pessoas das várias obras sociais ligadas aos jesuítas reuniram-se hoje em Lisboa para debater, partilhar e refletir sobre a missão que as une. A Assembleia Social da Comissão do Apostolado Social juntou-se no auditório da Ordem dos Contabilistas Certificados para o seu encontro anual, onde abordou o tema da sinodalidade, contando com uma reflexão do P. José Frazão Correia e de Luísa Ribeiro Ferreira.
“Sinodalidade é a criação de um espaço de circulação do Espírito Santo que vai criar algo que é superior a mim e a ti e que não se revelaria se nós os dois não nos tivéssemos encontrado”, afirmou o P. José Frazão, sublinhando que esta mudança não pode ocorrer de um dia para o outro pois a Igreja tem um prática enraizada há mais de um milénio. O jesuíta lembrou que este processo, que está agora a ser debatido e discernido na Igreja, não se opera tirando os padres para pôr os leigos, mas implicando cada um dos membros do povo de Deus e pondo-os a refletir sobre como pode contribuir para esta mudança. Não se trata, por isso, de criar uma democracia, afirmou, mas partir do princípio e fundamento de que “há uma igualdade radical entre os batizados”. E, por isso, defende, “cabe ao povo de Deus cultivar este espaço de circulação, que é um espaço de conversa franca e escuta generosa”.
Sinodalidade é a criação de um espaço de circulação do Espírito Santo que vai criar algo que é superior a mim e a ti e que não se revelaria se nós os dois não nos tivéssemos encontrado”.
Na sua intervenção, Luísa Ribeiro Ferreira falou sobre a caminhada sinodal que se desenrolou na Capela do Rato e defendeu a valorização do papel da mulher dentro da Igreja, o que considera que pode passar pelo acesso ao diaconado ou mesmo ao ministério sacerdotal.
Para o coordenador da Comissão do Apostolado Social, o P. Fernando Ribeiro, a própria Assembleia Social “é um modo de praticar a sinodalidade”, uma vez que junta pessoas de diferentes obras, leigos e padres, homens e mulheres, que têm uma missão comum.
Durante o dia, a Assembleia Social contou ainda com um tempo de oração e partilha, conferências sobre o tema da avaliação inaciana e boas práticas, e ainda com testemunhos de três pessoas que trabalham nas obras do apostolado social.