O sacerdote jesuíta João Vila-Chã, atualmente Professor de Filosofia Social e Política na Universidade Pontifícia Gregoriana, em Roma, foi distinguido com o Karl-Otto Apel International Prize for Philosophy. Este prémio, que vai na sua décima primeira edição, assume este ano uma particular importância, pois é a primeira vez que é atribuído após a morte de Karl-Otto Apel, reconhecido como um dos filósofos mais importantes do nosso tempo, falecido em maio. O Padre João Vila-Chã recebeu a distinção no dia 27 de novembro, numa cerimónia onde fez uma conferência intitulada “Afetividade, sociabilidade e virtualidade: a questão do eu e do outro na era digital “.
O prémio, criado por Michele Borrelli em colaboração com Karl-Otto Apel, distingue anualmente um investigador que dedique especial atenção aos grandes problemas éticos de nosso tempo. Michele Borrelli é Professor na Universidade de Calabria, presidente do Centro Filosófico Internacional Karl-Otto Apel e do júri internacional responsável pela atribuição do prémio. O P. João Vila-Chã estudou na Universidade Católica em Braga e obteve o doutoramento em Filosofia no Boston College, nos Estados Unidos.
Foi docente nessa instituição americana entre 1992 e 1996. De 1998 a 2008 lecionou na Universidade Católica Portuguesa de Braga e entre 2000 e 2009 foi diretor da Revista Portuguesa de Filosofia. Atualmente lecciona na Pontifícia Universidade Gregoriana e é vice-presidente do Conselho de Pesquisa em Valores e Filosofia (RVP) em Washington DC, EUA, uma instituição de prestígio dedicada à identificação de áreas relacionadas aos valores e vida social. Os seus interesses filosóficos dirigem-se sobretudo às áreas da filosofia moderna e contemporânea. Tem um particular interesse no que respeita à evolução do pensamento social e político, do diálogo inter-religioso e da filosofia da religião.
O P. João Vila-Chã é o primeiro português a ser distinguido com este prémio. Da lista de personalidades anteriormente agraciadas com o prémio fazem parte o filósofo e político italiano Gianni Vattimo (2007) e a filósofa espanhola Adela Cortina (2013).