A cripta do Santuário de Nossa Senhora do Sameiro, em Braga, acolheu este domingo a celebração da Ordenação Sacerdotal de quatro novos sacerdotes, numa cerimónia presidida por D. Jorge Ortiga. O jesuíta Francisco Cortês Ferreira juntou-se a três novos sacerdotes da Arquidiocese de Braga: Jorge Rodrigues, Paulo s Pereira e Pedro Antunes.
Mesmo cumprindo as restrições exigidas pelo tempo pandémico que vivemos, foi possível reunir vários sacerdotes da diocese de Braga, jesuítas e amigos e familiares dos novos sacerdotes.
Numa homilia marcada pelos desafios do tempo que vivemos, D. Jorge Ortiga dirigiu a toda a assembleia palavras de esperança: “A fé permite-nos uma imaginação realista e criativa, capaz de abandonar a lógica da repetição, da substituição ou da conservação; convida-nos a instaurar um tempo sempre novo: o tempo do Senhor.” Ao mesmo tempo, não deixou de exortar os novos sacerdotes e todos os cristãos a uma atitude de maior zelo pastoral. “O nosso povo está a precisar de uma presença da Igreja mais visível. Necessita de saber que não está sozinho nesta hora de desorientação.”
Dirigindo-se de um modo mais particular aos que hoje foram ordenados, D. Jorge Ortiga enfatizou a necessidade de cultivar a vida espiritual: “Permiti que vos peça: tratai quotidianamente a vossa vida espiritual. Acreditai seriamente que antes de serdes padres realizadores de tarefas pastorais, tereis de ser seguidores de Cristo.” Evocando o ensinamento dos últimos papas, o arcebispo de Braga sublinhou: “O Papa Bento XVI diz que tudo deve acontecer por atração e o Papa Francisco vai mais longe quando fala da pastoral por transbordamento. O que temos no coração passa para as pessoas. Se temos Deus, é Deus que passa. Se o coração está possuído por realidades inadequadas, a pastoral não só não convence quanto afasta.”
Permiti que vos peça. Tratai quotidianamente a vossa vida espiritual. Acreditai seriamente que antes de serdes padres realizadores de tarefas pastorais, tereis de ser seguidores de Cristo.
Durante a homilia, D. Jorge Ortiga referiu-se ainda à dimensão sinodal da Igreja: “A sinodalidade não é uma opção pastoral entre tantas outras que uns podem ou aceitar ou negligenciar. Ontologicamente a Igreja é sinodal. Sem este processo não será ela própria.” No dia em que celebrou 22 anos da sua tomada de posse como Bispo de Braga, convidou a Igreja a abrir-se ao futuro: “Teremos de anunciar e profetizar o futuro. Não com a repetição, substituição ou adaptações. É um tempo novo. É o Ressuscitado que o cria.”
No final da celebração, em nome dos novos sacerdotes, o P. Pedro agradeceu a experiência de ser amado no seio da família e agradeceu também a fraternidade de D. Jorge Ortiga. O P. Pedro agradeceu ainda ao seminário de Braga e aos seus formadores, bem como a todos os formadores da Companhia de Jesus. Finalmente dedicou uma palavra especial aos que colaboraram de um modo mais particular com a preparação da celebração da ordenação.
Antes do final da eucaristia, D. Jorge Ortiga deixou aos novos sacerdotes a certeza de que não caminham sozinhos. Enquanto bispo, D. Jorge comprometeu-se também a acompanhá-los e exortou-os a dedicarem-se aos mais pobres e necessitados e a colaborarem com os leigos e com as diversas instituições sociais. Partindo da dimensão sinodal da Igreja, D. Jorge desafiou os novos sacerdotes a não terem com o mundo uma relação de confronto, mas de cooperação e a serem próximos de todos. Antes de terminar, fez ainda questão de agradecer às famílias dos padres hoje ordenados, oferecendo aos pais uma pequena lembrança.
A cerimónia foi transmitida pelo canal de youtube da Arquidiocese de Braga. Pode ser revista aqui.
Fotografias de Bili Costa Teixeira