Aquando da celebração dos 500 anos do nascimento de Santo Inácio, em 1990, os jesuítas portugueses convidaram Agustina Bessa-Luís para redigir um texto sobre o fundador da Companhia de Jesus. “Inácio de Loyola – a mística e o mistério” é um texto inédito que resulta deste convite e que é publicado na mais recente edição da Revista Brotéria, na secção de Artes e Letras. O texto vem a público agora, quase um mês após o falecimento da célebre escritora portuguesa. No editorial da revista, o P. António Júlio Trigueiros, sj explica que, para redigir este ensaio, “Agustina documentou-se bem, viajou a Loiola para conhecer in loco a terra natal de Inácio, leu biografias circunstanciadas”. Contudo, por condicionalismos vários, o ensaio nunca chegou a ser publicado e o original dactilografado e anotado pela sua autora conservou-se no arquivo dos jesuítas portugueses.
José Souto de Moura, na mesma secção de Artes e Letras, fala-nos dos contributos de Leonardo Da Vinci para a pintura; quadros que, após 500 anos continuam a ser “um desafio para o observador”. Ainda sobre Artes e Letras, “Onde está o teatro, Carlos Alberto?” é o título do artigo de Marcos Barbosa.
O tema da secção Atualidade tem como título “Europa: uma ideia de Comunidade por acontecer”, e é da autoria de Henrique Burnay, que escreve sobre as alterações significativas verificadas no Parlamento Europeu. Também nesta secção, um artigo sobre a entrega do Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes a José Mattoso, da autoria de Bernardo Vasconcelos e Sousa.
Na secção Sociedade e Política, um texto de Francisco Sarsfield Cabral sobre a relação entre o Estado Liberal e a liberdade religiosa, outrora conflituosa e que ainda hoje suscita alguns problemas, e outro de Roque Cabral, sj, que aborda temas como a obrigação, o compromisso e a moral
Esta edição conta também com “A bizarra história dos portugueses na Indonésia”, por Luis Filipe Thomaz, na secção História e na secção Religião, Rui Proença Garcia e Luísa Avila da Costa debruçam-se sobre as peregrinações e, como os próprios afirmam: “peregrinar situa-se fundamentalmente na tradição popular de caminhar enquanto experiência religiosa, tentando alcançar um determinado lugar sagrado”.
A revista Brotéria disponibiliza ainda o habitual caderno cultural.
Fonte da foto de destaque: https://www.comunidadeculturaearte.com/agustina-bessa-luis-a-romantica-do-tamega/