O Movimento por Cabo Delgado, que integra várias organizações não governamentais entre as quais a Fundação Gonçalo da Silveira, foi ontem recebido em audiência pelo Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se sensível às questões apresentadas e reconheceu a importância do trabalho que tem vindo a ser realizado pelas várias organizações que compõem o “Movimento por Cabo Delgado”, nomeadamente no apelo para a ajuda humanitária para a província de Cabo Delgado.
O encontro com o Presidente da República foi o culminar de um conjunto de reuniões já realizadas com eurodeputados portugueses, grupos parlamentares da Assembleia da República e membros do Governo, como aquele que aconteceu também no dia 8 de Julho com o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Francisco André, que esteve recentemente de visita a Cabo Delgado.
Estiveram presentes na audiência: João Pereira da Cáritas Portuguesa, Pedro Vaz Patto da Comissão Nacional Justiça e Paz, Patrícia Fonseca da Fundação Fé e Cooperação (FEC), Teresa Paiva Couceiro da Fundação Gonçalo da Silveira (FGS), Félix Lungu da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre e Paulo Costa da Rosto Solidário.
O Movimento por Cabo Delgado surgiu há seis meses e apela a uma resposta humanitária urgente à crise que se vive em Cabo Delgado e, também, noutras Províncias para onde se deslocaram os milhares de pessoas que fogem da instabilidade e falta de segurança.
O conflito na província de Cabo Delgado, em Moçambique, eclodiu em 2017 e já provocou, segundo as Nações Unidas, mais de 730 mil deslocados e cerca de dois mil mortos. Populações inteiras vítimas dos ataques têm fugido à violência, procurando refúgio das províncias vizinhas (Niassa e Nampula) e, na maioria das vezes, nas cidades do litoral, como Pemba.
Fotografia: Rui Ochoa/Presidência da República