A obrigatoriedade do crescimento económico foi alvo de um texto de Nuno Alvim aqui no Ponto SJ, este tema é agora revisitado na Brotéria, com ainda mais informação e alguns gráficos para melhor percebermos como a gestão passada dos mercados da dívida pública nos condiciona politicamente hoje. Ainda sobre mercados e também sobre liberdade política, Henrique Mota mostra-nos números inéditos sobre o mercado do livro em Portugal (que compara com os de outros países europeus), para concluir que o desaparecimento de autores, editores e livrarias tem inevitavelmente um impacto político: “A leitura oferece a cada cidadão a liberdade de pensar, o direito de escolher e o poder de decidir. Por isso, protegê-la e incentivá-la é indispensável.”
O caderno principal conta ainda com dois textos de bioética, um sobre o caso do menino nascido sem rosto (W. Osswald) e outro sobre as bases jurídicas e éticas das decisões médicas referentes ao fim de vida (A. Barbosa de Abreu); um ensaio sobre a origem da violência (M.Renaud); uma visita eruditíssima à exposição dedicada a Álvaro Pires de Évora (J. Souto Moura), uma análise ao impacto dos interesses nacionais particularistas na construção do projecto europeu (R. Oliveira) e dois textos religiosos – um que olha para o presépio pelos olhos do Papa (A. J. Trigueiros, SJ) e outro que reflete sobre o lugar das humanidades na missão da Companhia de Jesus (M. P. Melo, SJ).
No caderno cultural, além da crítica às séries The Crown e Brooklyn 99, a Vitalina Varela – filme chiaroscuro –, a duas exposições lisboetas, a uma peça e a quatro livros, podemos ainda encontrar um delicioso texto de Isabel Barros dedicado às marionetas (A intemporalidade das marionetas) e uma visita alternativa aos últimos 20 anos da música portuguesa, pelo punho do Pedro Portela (Ao lado do monstro há outros amigos).