Vivemos na cultura do instante e da pressa, do fazer rápido, a despachar, no menor tempo possível.
A azáfama dos dias de hoje parece muitas vezes dificultar uma postura tranquila sobre esperar. Talvez seja por isso que este conceito – que parece nos ser sempre imposto – é sempre visto como negativo e quase inútil, apesar de poder não ser.
O Advento que agora começa, convida-nos a isso mesmo: a esperar a vinda de Jesus, que vem ao Mundo, pequeno, frágil e pobre. Não escolhendo nascer num grande palácio, ou com grandes posses, mas num simples estábulo. No entanto, a espera pelo Menino não começa poucos dias antes.
“Esperar é sempre um movimento que parte de algo que já existe, para algo mais que se afigura”.
O convite parte de algo que já existe anteriormente e que nos vai movendo interiormente. Ajuda pensar que com Jesus não são necessárias provas físicas ou certezas para que a Missão ganhe forma ou sentido. Uma vez que o convite é feito, é Jesus quem nos leva com moções interiores.
Quando olhamos para a vida de Maria, conseguimos ver que também Nossa Senhora foi convidada a esperar. Depois do Anjo Gabriel lhe ter anunciado a Missão que lhe tinha sido confiada por Deus e Maria ter dito o seu “SIM”, Jesus não nasceu de imediato, aparecendo nos seus braços. No entanto, Maria não ficou simplesmente sentada à espera. Em vez disso, levantou-se e partiu apressadamente até casa da sua prima Isabel.
Também nós à semelhança de Maria e tantas outras personagens bíblicas, somos convidados diariamente a esperar. A vivência da espera é que se revela determinante. Não escolhamos permanecer sentados a esperar as nossas grandes Alegrias, mas guardemos este tempo para esperar o Senhor e os Seus convites, continuando a viver o nosso dia-a-dia e tornando o Seu Amor concreto.
A diferença estará nisto mesmo: em querermos viver uma espera ativa, em vez de passiva: que se põe a caminho e vai ao encontro, procurando a mão do Senhor nos passos que vamos dando e deixando que Ele Se manifeste pela Sua vontade, não pela nossa.
Neste tempo que agora começa, somos convidados a redescobrir o valor da espera.
Maria Mendonça