Criou o céu, a terra e o mar, criou o sol, a lua e as estrelas, criou as plantas, os animais e criou-nos a nós.

De certeza que podia ter continuado e criado grandes estradas que nos guiassem a cidades gigantes com enormes monumentos feitos para si.

No entanto viu como era belo o jardim e descansou.

Atualmente é difícil sequer imaginarmo-nos a viver nesta simplicidade. Vivemos apressadamente e de forma complicada, em selvas de betão, onde são raros os vestígios do jardim.

Pediu-nos para tomar conta dele e limitámo-nos a tomar conta de nós.

Sendo por isso, na minha opinião, o nosso pilar da Natureza cada vez mais relevante.

Nos campos de verão temos a oportunidade de deixar os telemóveis e tudo o que nos desliga do essencial para trás e, durante 10 curtos dias, viver a simplicidade e alegria de um contacto enorme com a Natureza.

Tomar banho num rio frio, caminhar sob o sol escaldante, dormir debaixo dum céu estrelado, rastejar na lama, comer numa roda simples e escutar a Sua palavra enquanto o pôr do sol se faz refletir no rio.

É nesta nossa réplica do jardim que conseguimos semear a missão dos Gambozinos, neste ambiente de simplicidade é fácil vermos as semelhanças que nos unem e criar amizades que não seriam evidentes lá fora.

E quando voltamos ao dia a dia, devemos tentar vivê-lo com o olhar renovado, parar e apreciar quem nos rodeia e o que nos rodeia. Sentir a Sua presença num passeio sozinho, num café com amigos, a ler encostado a uma árvore ou a ouvir música no autocarro, porque por mais difícil que por vezes seja encontrar vestígios do jardim, eles irão aparecer a quem os procura.

Vicente Lima