Se há evento dos Gambozinos onde se demonstra a beleza de fazer muito com pouco, esse evento é a Noite de Fados. Um clássico da associação, faz com que mais velhos e mais novos, gambozinos ou não, se juntem para um jantar bem servido, ao som de boas vozes e boas guitarras. Este ano, não fugindo à regra, a noite só foi possível graças à boa vontade de tantas pessoas e empresas que se disponibilizaram, de tantos que se quiseram sentar à mesa, e dos sempre incansáveis animadores. Foi uma daquelas noites em que a alegria de poder fazer parte foi sempre maior do que o peso da responsabilidade, maior do que aquilo que podia correr mal, maior do que os problemas que iam surgindo.
Na noite deste ano, tive a sorte de ter sido convidado para apresentador, fazendo a introdução e a conclusão, entregando os prémios das rifas – grandes prémios esses – e ir marcando os tempos do serão. Mais do que as tarefas que me foram destinadas, o grande privilégio foi poder ver de perto o amor das pessoas por este movimento. Foi poder ver a quantidade de vidas que aqui foram transformadas.
“Porque, onde estiverem dois ou três reunidos, em meu nome, aí estou eu no meio deles (Mt 18:20)”. É em Seu nome que partilhamos desta alegria, e é Ele que se faz presente há 25 anos, em cada um, naquilo que cada um tem para dar. A grandeza dos GBZ foi vista nesta noite. Não tanto no glamour da sala, do vinho, ou dos fadistas, mas mais na simplicidade e prontidão daqueles que pude ver, na entrega e energia de todos, e nos sorrisos dos que eram servidos. De alguma forma ou de outra, mais ou menos cientes, as pessoas foram aos Fados para “encontrar vida”. Tudo o que aconteceu nos Fados deste ano foi um espetáculo de Vida, exemplo de algo que não morre. A Vida é criada quando pessoas se juntam, celebram, cantam, saltam. A Vida não olha a critérios para quem a cria – venham todos, de onde forem!
Os Gambozinos criam e dão Vida há mais de 25 anos. Depois desta noite magnífica, não se vão ficar por aqui. Venham mais 25, mais 50, noites destas.
António Serrano