O minicampo é uma fuga à correria do dia-a-dia. Pena que passe num instante. Mas a verdade é que não é preciso muito tempo para saber parar, recentrar e saborear como é bom viver no amor e amizade gambozínica.
Do minicampo do Norte, trago comigo a gratidão. Acredito que fui para lá prontíssima para servir mas, na verdade, eu é que fui servida. Como é possível um Deus infinito caber num coração humano, naturalmente tão limitado? A vida de cada gambozino é a maior prova disso.
Aliás, este minicampo foi uma grande prova! – a alegria de cada um e a vontade de procurar o gambozino que é e de perceber que ser gambozino é viver acompanhado dos outros e para os outros, porque os gambozinos são mesmo locos dela cabeza!!
Foi mesmo bom cada um reencontrar a criança dentro de si entre aplausos, jogos, conversas na roda, músicas cantadas até a voz não dar mais. Foi mesmo boa toda a energia na Gamboliga quando ainda nem tínhamos tido tempo de acordar. Foi mesmo bom o espírito de equipa a lavar a loiça do dia anterior ou a preparar o pequeno-almoço para todos.
Depois, trago também a alegria da espera. Sinto que o amor e a alegria da Páscoa é algo que pode ser muito intrínseco e espontâneo em nós, mas somos capazes de viver a alegria da espera na Quaresma? Acho que esse é o grande desafio, que acredito que foi superado nestes 4 dias. Com a certeza de que as sementes foram lançadas em cada gambozino, só me resta esperar e confiar nos frutos que saem destes dias vividos na simplicidade e na loucura.
Matilde Gonçalves