Em Abril, os Gambozinos viveram o seu tradicional Minicampo.

Um Minicampo são (apenas) 4 dias de campo, na semana antes da Páscoa, onde aproveitamos as férias para rever os nossos amigos, preparar a Páscoa e reavivar o nosso espírito gambozínico.

 

Ao contrário de um campo de Verão, onde costuma haver uma suave transição do relax das férias para a simplicidade de um campo, no Minicampo, o desafio é sobreviver a uma “aterragem forçada”. Somos, súbita e violentamente, projetados do nosso dia-a-dia para a realidade, tão distante, de um campo de Gambozinos.

Pimbas!

Entramos no autocarro, à pressa e ainda com a mochila da escola nas costas, cansados, confusos, apercebendo-nos que nem trouxemos metade das coisas que era suposto – …as meias… não trouxe meias!

Há pouco tempo para nos adaptarmos, mas lá aterramos.

O dia neste Minicampo é bastante parecido com o de um campo de Verão, só faltando as tendas, que, por medo da chuva, trocamos por um local mais resguardado, e as latrinas que, para alegria de muitos, não marcam presença neste modelo de campo. Quem nunca esteve num Minicampo provavelmente imagina que se trata de um campo mais curto, de um pequeno campo, mas não se deixem enganar pelo nome – o Minicampo não é só um campo em ponto pequeno. É, sim, uma atividade diferente, uma que é muito especial – por várias razões:

Uma coisa que distingue o Minicampo de um campo de Verão – e que é grande parte do que o faz “simples” -, é a familiaridade que se sente: o estar lado a lado com gambozinos de todas as idades. Apesar do campo ser “mini”, há gambozinos de todas as idades e tamanhos – minis, médios e crescidos. Cabe a cada um, durantes estes dias, cuidar dos seus “novos irmãos mais novos” e aprender com os “novos irmãos mais velhos” que temporariamente ganhou. É o único campo em que isto acontece.

Outra coisa, a mais curiosa, talvez, é que, apesar de ser o campo com menos tempo, nem por isso o pouco tempo que temos é gasto a correr. Os quatro dias são vividos na maior tranquilidade e simplicidade possível – que é, afinal de contas, a única boa forma de os aproveitar verdadeiramente. A simplicidade é a chave para um ótimo Minicampo. Contrasta com a complexidade do nosso dia a dia e permite-nos ajudar a centrar e entrar no período Pascal. Essa simplicidade também é o centro de um campo de Verão, claro, com a diferença de que, enquanto no Verão ela surge naturalmente, no Minicampo é um verdadeiro desafio alcançá-la, porque o tempo é escasso e não houve um “período de adaptação” entre a violência do mundo real e a realidade do campo.

É certo que o Minicampo é mini (…óbvio), mas não é como aqueles mini-croquetes que só servem para nos abrir o apetite e deixar com mais fome. É uma realidade de campo distinta: uma oportunidade própria para viver o tempo da Páscoa e sentir a antecipação da Paixão na unidade e simplicidade que melhor nos ajudam a entendê-la verdadeiramente.

As famílias passam juntas a Páscoa. Os Gambozinos vivem juntos a sua antecipação. Vivem-na na amizade, diversão, oração, desprendimento e alegria com que passam aqueles quatro dias de Minicampo.

Miguel Santos