Nos Gambozinos por vezes fala-se da importância de criarmos e cuidarmos de “Amizades
no Senhor”. Mas de onde é que vem isto? E qual a sua importância?
Ao longo do ano, seja em atividades ou campos, vamos criando relações com animadores,
animados, Jesuítas, Pais de animados… Mas nestas relações, há umas que podemos elevar a
outro nível. Relações em que não somos simples “funcionários de uma organização”, “amigos de
trabalho”, “conhecidos”, “colegas de voluntariado”, mas sim “Amigos no Senhor”.
Só há amizade quando existe uma entreajuda para que o outro seja o melhor que pode ser.
Somos guardiões dos nossos amigos, precisamos de estar atentos para quando precisam de nós.
Ajudar o outro no que ele carrega. Saber pedir perdão, saber perdoar, ser misericordioso. Uma
amizade ajuda-nos a ser muito mais, mas também exige muito! Exige que sejamos responsáveis,
como disse Antoine de Saint-Exupéry “Tu tornas-te eternamente responsável por aquilo que
cativas”. Também nos exige compromisso e constância a cuidar da amizade, como a raposa pede
ao principezinho – “Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser
feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei
inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca
saberei a hora de preparar o coração… É preciso ritos.” Numa amizade procuro também ser mais
“sui generis”, ser mais eu mesmo, ser autêntico. Todo este caminho de amizade também se aplica
à nossa relação com o Senhor.
O gambozino procura seguir o Senhor, ser seu embaixador. E ao fazer este caminho com os
outros, tanto é ajudado como ajuda. Após cada um ouvir o Senhor a chamá-lo, leva-nos a ser seus
amigos, e por sua vez “Amigos no Senhor” de outros que tenham também aceite este convite.
Manuel Tovar