Imagina um mundo sem relações: sem teres alguém a quem dizer “bom dia!”, sem ninguém a quem agradecer o que te é dado, sem ninguém a quem ligar num dia mais difícil… Não consegues, pois não?
O nosso mundo está cheio de relações, algumas até invisíveis, e são elas que vão dando sentido aos nossos dias, à aventura que vamos vivendo aqui na terra, por onde estamos de passagem. A relação com a nossa família, com os nossos amigos, com as pessoas com quem estudamos ou trabalhamos, com os animadores e Gambozinos que acompanhamos, até com as pessoas por quem passamos na rua todos os dias. A grande questão é: como queremos cuidar destas relações?
Este mês os animadores foram desafiados a pensar no papel das relações que criamos, no modo como as vivemos e cuidamos, o impacto que têm na nossa vida e nas vidas daqueles com quem nos relacionamos. E são isso mesmo: relações que criamos, não que criámos. Tal como Deus nos cria (e não, apenas, criou), a cada segundo da nossa vida, nos molda e nos vai dando as graças necessárias aos passos que vamos ousando dar, também nós criamos as nossas relações, a cada segundo da nossa vida. Uma relação não começa e acaba no momento em que conhecemos a pessoa; uma relação exige cuidado e trabalho. Quem planta uma semente não a deixa no vaso sem nunca mais lá voltar; regressa e procura dar-lhe o que precisa para que comece a germinar e possa crescer e transformar-se naquilo para o qual foi e é criada. As nossas relações exigem o mesmo cuidado, exigem que as criemos, a cada segundo da nossa vida. E que exigente que isso é! Mas tão necessário. Tal como nos disse o Papa Francisco, “Uma fé que não sabe como enraizar-se na vida das pessoas permanece estéril. E, em vez de um oásis, cria mais desertos”.
Porque não é possível imaginar um mundo sem relações, somos chamados a criar as nossas, com tudo aquilo que isso implica, mesmo quando é preciso sacrificar algo nosso.
Uma relação que criamos tem tanto do outro como de nós, é essa a sua riqueza e magia!
Que este advento possa ser um tempo para criarmos as nossas relações de um modo especial.
Francisca Santos