Num campo somos chamados a servir, quase de uma forma contínua, e, por algum motivo (acho que todos sabemos bem qual é), todos os desafios e tarefas que vão aparecendo sabem sempre a oportunidade para estar melhor e mais inteiro.

Do muito que fui aprendendo e continuo a aprender dos Gambozinos, vai-me sempre sendo relembrado o bom que é poder estar, com leveza e liberdade, ao serviço. Não contabilizar o muito ou pouco que cada um dá e faz, mas treinar o olhar para ver o que cada um oferece de si com admiração e humildade.

De repente, com esta mudança de olhar, fazer um aplauso na roda ganha a mesma força e dimensão que construir uma jangada, consolar um gambozino mais triste ou cortar cebola para o jantar!

Depois deste verão, o convite é regressar a casa, às aulas e ao trabalho, com a Alegria que colecionámos!

Somos chamados a olhar a nossa To-Do List, não como uma coluna entediante e interminável de quadrados, à espera do check que nos dá 2 segundos de tranquilidade e satisfação, mas a olhar os nossos dias, cheios e atarefados, com a leveza de um campo de férias.

Somos chamados a encarar as tarefas rotineiras (e tantas vezes aborrecidas!) com a alegria que descobrimos em lavar a loiça no rio, enquanto conversamos com o gambozino ao nosso lado. A entregar a mesma atenção e resiliência que dedicamos à pessoa nova que conhecemos na roda, aos colegas de turma com quem estamos todos os dias.

Acima de tudo, depois de um verão como o que passou, torna-se quase impossível não regressar com o coração cheio e com vontade de viver os nossos dias de uma forma leve e verdadeiramente gambozínica! No final de contas, como se descobre ao fim de 10 dias de campo, só assim somos verdadeiramente felizes!

 

Marta Pereira