Que questões são levantadas pelas leis da identidade e igualdade de género? A introdução destas temáticas nos conteúdos difundidos pelas escolas é um ataque à família ou uma abertura e tolerância à diferença? Qual o papel que compete ao Estado e aos pais nesta matéria?
Para debater este tema tão sensível, e por vezes até polémico, convidámos para um Almoço Improvável duas pessoas responsáveis pela abordagem destas temáticas nas escolas portuguesas e que têm perspectivas distintas sobre o assunto. De um lado, Teresa Tomé Ribeiro, doutorada em Bioética e investigadora na área da educação e da sexualidade; do outro, João Costa, doutorado em Linguística e Secretário de Estado da Educação.
João Costa reconhece que nem tudo o que se tem ensinado nas escolas corresponde aos referenciais divulgados pelo Ministério da Educação, mas sublinha que é importante abordar o assunto com os alunos, para que diminuam as situações de discriminação sexual, que causam muito sofrimento a algumas crianças e jovens. Teresa Tomé critica o facto de o governo delegar o ensino destas matérias em organizações com uma visão muito ideológica e limitada da realidade, como as organizações LGBT, e de não se adequar a abordagem à realidade de cada escola e à maturidade de cada criança. Defende também um maior conhecimento e envolvimento dos pais nestas matérias.
Ao longo desta conversa, nem sempre estiveram de acordo, mas foi possível escutar e procurar compreender o ponto de vista do outro. Foi também possível compreender como este é um tema complexo, delicado, que tem avançado muito mas sobre o qual é preciso refletir muito e com profundidade.
Uma conversa para ouvir no Ponto SJ, com moderação de Rita Carvalho. Um debate profundo e necessário que o Ponto SJ quer ajudar a promover.
Este debate foi antecedida por um almoço no refeitório da Escola Secundária Pedro Nunes, em Lisboa, que contou com a presença da diretora da escola, Professora Rosário Andorinha.
Fotografias: Ana Machado
* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.