Desta vez, para começar dispensámos a euforia. Não trouxemos os desejos que se fazem mais de ilusão do que da terra que pisamos e somos, nem fizemos propósitos que deixaríamos de cumprir no segundo dia do ano (vá lá, talvez no terceiro).
Queremos apenas uma viagem crua ao interior das sementes, lugar em que habitam todas as estradas, e pedir a sabedoria dos pequenos e impercetíveis passos que daremos cruzando oceanos mas parecendo não sair do lugar. Por fora, teremos ainda os ossos confinados mas a voz, e tudo o que a vida diz com os nosso gestos, onde chegará?
Que no centro do parto escolhamos a melhor parte.
1. Nem eu – Salvador Sobral
Não nos inventámos. O que nos faz e sustenta permanece.
2. Valsa redonda – Miguel Araújo
Este é o tempo exato para avançar todos os dias, “dar-se à dor de ser feliz”, ali onde choram as sementes.
3. Samba da bênção – Vinícius de Moraes
Sambando sem temer a tristeza.
4. Joan Manuel Serrat – Cantares
Caminhando, mesmo quando não for possível rezar…
https://www.youtube.com/watch?v=gjmFiMVHxVU
5. Leonard Cohen – Anthem
… porque a luz encontrará sempre uma brecha…
6. Samuel Úria – Império
… e haverá sempre estradas para batizar o ego…
7. NBC – Igual a ti
… em que todos os espelhos se quebram.
Epílogo. U2 – Magnificent
Seja o que for.
Será bom
É tudo. (Daniel Faria)
Extra! Extra! Sérgio Godinho – É tão bom
Por agora, celebremos com os nossos amigos.
Bom 2021!
No spotify
Fotografia de Ramil Derogongun – Unsplash
* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.