DIA 9
MARIA, NOSSA MÃE
“Maria, a que conduz à presença da Trindade”
Tema: Inácio tinha, desde a sua juventude, uma perceção especial da presença de Maria. Os seus escritos apresentam Maria como aquela que o conduz à presença da Trindade.
Oração inicial: Senhor, que associastes Maria à paixão de vosso Filho crucificado e à glória da sua ressurreição, fazei-nos voltar os olhos para Aquele que trespassámos, a fim de que, buscando o seu reino na terra, entremos com nossa Mãe na bem-aventurança eterna.
Reflexão: Uma devoção autêntica a Maria produziu sempre transformações poderosas na vida dos cristãos. No nosso caminho espiritual, Maria é o modelo de uma plena humanidade: foi forte, terna, desafiante e acolhedora, ativa e contemplativa. Acolheu corajosamente a sua maternidade. Ficou aos pés da cruz, enquanto os Apóstolos negaram Jesus. (…)
Na Anunciação, Maria demonstra confiança total em Deus e entrega-se à sua vontade. Deus derrama em nós a graça, para que também nós possamos confiar na sua bondade e agir corajosamente em nome do amor, da paz e da justiça, entregando-nos à sua vontade. Em que dimensões da tua vida precisas de confiar de uma forma mais completa na bondade de Deus?
Pai Nosso…
DIA 8
AMOR PELA IGREJA
“Agradecemos-Te pelo grande dom que é a tua Igreja”
Tema: Inácio tinha um amor profundo e um grande sentido da Igreja como Corpo de Cristo. Sem nunca ser ingénuo sobre a fragilidade dos seus líderes, ele permaneceu um fiel e verdadeiro filho da Igreja, trabalhando diligentemente pela sua renovação no espírito do Evangelho.
Oração inicial: Jesus, Bom Pastor, agradecemos-Te pelo grande dom que é a tua Igreja. Coloca-nos no seu coração e mantém-nos fiéis à sua visão.
Reflexão: Hoje, tal como no tempo de Inácio, a Igreja muitas vezes se parece com uma amálgama intrincada de miséria e majestade. Talvez a prova da missão divina da Igreja seja precisamente o facto de ela sobreviver à fragilidade humana dos seus membros. (…) Apesar dos conflitos e desenvolvimentos na Igreja, ela continua a ser um ponto essencial de contacto com a vontade e bondade de Deus.
Na tua experiência, já viste a Igreja como pecadora? Se sim, como?
Pai Nosso…
DIA 7
SERVIÇO POR AMOR
“Ser contemplativo na ação”
Tema: No serviço por amor, Inácio experimentava Deus. Como todos os cristãos, Inácio foi chamado a ser contemplativo na ação.
Oração inicial: Deus misericordioso, como poderei mostrar-Te e provar a mim próprio, através de um qualquer esforço exterior, que não sou um daqueles que dizem Senhor, Senhor somente com os lábios?… Responderei tendo muito cuidado para nunca abafar, nem distorcer, nem desperdiçar o meu poder para amar e agir.
Reflexão: Apesar de lutarmos para integrar a vida de oração na nossa rotina diária, Jesus chamou-nos claramente a um serviço cheio de compaixão, especialmente por aqueles em maior necessidade. Misturar o nosso ser com o nosso fazer é um desafio constante. Inácio encontrou um equilíbrio entre oração e ação, compreendendo que uma sem a outra deixa a nossa espiritualidade sem energia.
Reflete no ritmo da tua vida durante a semana passada. Traça o ciclo de ação-oração-ação durante esses sete dias da tua vida. Como é que a tua oração influenciou a tua ação? Em que grau as tuas atividades te afetaram e te trouxeram à oração?
Pai Nosso…
DIA 6
TUDO PARA MAIOR GLÓRIA DE DEUS
“Tudo para maior glória de Deus”
Tema: A “maior glória de Deus” motivava a vida de Inácio. Ele procurava sempre o “o mais”.
Oração inicial: Deus amoroso e generoso, infunde no meu coração uma santa inquietude que nunca se satisfaça com menos do que Tu e a tua vontade.
Reflexão: Inácio recordou-nos que o único senhor merecedor da nossa total dedicação é Jesus Cristo. Só Jesus merece a nossa completa atenção, obediência, serviço e devoção. Só Jesus oferece um amor incondicional, é eternamente fiel e é a melhor fonte de esperança.
Inácio consumia-se por trabalhar pela honra e glória de Deus. Onde /Em que é que as tuas energias se focam? O que te consome? Em que grau consegues relacionar aquilo que te consome ou dá sentido à tua vida com o chamamento de Cristo – o Evangelho?
Pai Nosso…
DIA 5
AMIZADE COMPASSIVA
“Convidas-nos a amarmo-nos uns aos outros como Tu nos amaste”
Tema: Enquanto a história retrata Inácio como o general de um “exército”, aqueles que lhe eram próximos falam de um homem de terna compaixão, com um dom para a amizade e para encorajar o mesmo companheirismo solícito entre os primeiros companheiros
Oração inicial: Jesus, Tu chamas-nos amigos. Convidas-nos a amarmo-nos uns aos outros como Tu nos amaste. Cria entre nós a comunhão do pensamento – na verdade – e a união de coração – na caridade.
Reflexão: Inácio animava os seus irmãos com o seu amor. Com a ternura de um pai, ele demonstrava um interesse sincero por cada um dos seus companheiros, aceitando cada um naquilo que tinha de único. Nunca deixava de encorajar e apoiar, atento às necessidades individuais de cada um. Inácio não só nutria uma relação de grande proximidade com cada um dos companheiros, mas também fomentava uma união mútua de corações numa comunidade marcada pela diversidade.
Nomeia as que pessoas que formam a tua comunidade, os teus amigos no Senhor. Podem ser membros da tua família, comunidade religiosa, comunidade paroquia, rede de amigos ou de um grupo de apoio. Que fazes para alimentar o amor e desenvolver relações vivificantes com estas pessoas?
Pai Nosso…
DIA 4
OBEDECER À VONTADE DE DEUS
“Deus Misericordioso, dá-me um coração obediente”
Tema: A obediência ao Espírito de Jesus deu forma à vida de Inácio. Disponibilidade, mobilidade e inclusão foram qualidades características da sua obediência
Oração inicial: Deus Misericordioso, dá-me um coração obediente. Abre os meus ouvidos para que eu possa sempre escutar-Te e responder-Te em todas as circunstâncias da minha vida
Reflexão: A palavra obediência vem de uma palavra latina que significa escutar. Inácio escutou Deus a falar-lhe pela voz do seu confessor e no seu próprio coração. Quando Inácio obedeceu – quando entregou livremente a sua vontade a Deus – o seu coração sofreu transformação. No fim de contas, a vontade de Deus é que O amemos a Ele, aos nossos irmãos e irmãs e a nós próprios.
Em oração, agradece a Deus pelas vezes que obedeceste à sua vontade amando, acreditando e sendo cumulado de esperança. Pede perdão a Deus pelas vezes em que desobedeceste à sua vontade. Reflete sobre o modo como podes ser mais obediente à vontade de Deus e determina-te a escutar e obedecer de todo o coração.
Pai Nosso…
DIA 3
ENTREGAR-SE
“Peço a graça de ser capaz de entregar a minha vontade ao Teu cuidado”
Tema: No âmago do amor está unicamente a entrega, uma oferta do nosso ser que nos vincula irrevogavelmente àquele que amamos. Inácio deu-se totalmente, identificou-se totalmente com Jesus Cristo.
Oração inicial: Deus de misericórdia, peço a graça de ser capaz de entregar a minha vontade e a minha vida ao teu cuidado
Reflexão: No momento da nossa entrega, nós, tal como Inácio, deixamos de fazer de conta que somos Deus. Compreendemos que é Deus quem guia o universo, não nós. Estamos seguros na palma da mão de Deus. Para atingir a exata medida de paz e serenidade nas nossas vidas, precisamos desse passo definitivo que é entregar a nossa vida a Deus.
Escreve uma lista dos dons maravilhosos com que Deus te cumulou: amizades próximas e íntimas, boas ações, contributos positivos para a tua família ou comunidade, e por aí adiante. Conversa sobre estes dons com Deus. É fácil entregá-los a Deus? Pergunta a Deus se realmente mereces estes dons e por que razão te foram concedidos.
Pai Nosso…
DIA 2
UM CORAÇÃO QUE CONFIA
“Espírito Santo, coloco a minha confiança em Ti”
Tema: Quando compreendeu que a plenitude da vida só se alcança através da relação com Deus, Inácio acreditou que Deus o guiaria passo a passo, “como um mestre-escola trata uma criança, ensinando-o” (Autobiografia, nº 27)
Oração inicial: Espírito Santo, Luz que me conduz, coloco a minha confiança em Ti.
Reflexão: Até ao momento da sua paragem forçada, Inácio tinha confiança totalmente em si e nos seus recursos. À medida que lia e refletia na vida de Cristo, a sua fé maturou. Começou a ver que Jesus era a verdade e a reconhecer que aquela verdade poderia libertá-lo (Jo 8, 32). Entrou então numa relação pessoal com Deus. O seu coração encheu-se de esperança.
Senta-te tranquilamente. Respira devagar. Acalma-te interiormente. Faz uma lista de pelo menos sete eventos importantes que moldaram o curso da tua vida. A seguir a cada evento, medita e escreve sobre a forma como cada um desses eventos foi instrumental para ajudar a formar a tua fé e confiança em Deus. Depois medita sobre as seguintes questões: Como se manifestou a mão de Deus em cada um desses eventos? De que forma brotaram o bem, a sabedoria e o crescimento a partir de cada um desses eventos?
Pai Nosso…
DIA 1
A GRAÇA DO VAZIO
“Deus de amor, que eu seja sempre consciente do meu vazio sem Ti”
Tema: Um marco fundamental na nossa caminhada espiritual reside no encontro com o vazio do nosso coração, que só Deus pode preencher
Oração inicial: Deus de amor, que eu seja sempre consciente do meu vazio sem Ti e da minha absoluta dependência de Ti.
Reflexão: A experiência de Inácio é semelhante àquela que muitos de nós já tivemos ao enfrentar o vazio nas nossas vidas. Inácio orientava-se pelos critérios do sucesso, do reconhecimento e da estima. Subjacente a este desejo esta uma fome profunda e um vazio interior. Nem o jogo nem a sedução de mulheres ou os duelos preenchiam aquele vazio do seu coração nem, tão pouco, uma religiosidade compulsiva. (…) A conversão verdadeira só acontece quando nos voltamos para Deus e reconhecemos que apenas Ele pode preencher o nosso vazio e que o Amor de Deus já foi derramado na pessoa de Jesus. (…) Inácio precisava de se libertar interiormente e confiar. Só então Deus pôde preencher o vazio do seu coração.
Coloca diante de ti uma canta e papel para escreveres as tuas reflexões. Se tens um diário, abre-o. Acalma-te. Senta-te tranquilamente diante dessa folha branca. Respira profundamente até te sentires relaxado. Recorda as tuas experiências de vazio, o forte sentimento de que alguma coisa está verdadeiramente em falta na tua vida, a ferida aberta e dolorosa no teu coração. Começa a descrever essas experiências de vazio e dor interior. Escreve sobre esses sentimentos sem preocupações de ordem ou gramática.
Pai Nosso…
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* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.
